Maria Cecilia Graner Fessel
Não acredito no "poder" de certas correntes que atemorizam as
pessoas que as recebem com mil e uma desgraças
se não repassarem o número determinado de cópias que são exigidas no
texto. Em contrapartida estou começando a sentir esperança de que os
bons exemplos de solidariedade se espalhem e contaminem positivamente muitos
círculos de amizade.
Minha sobrinha quarentona tem cabelos louros, grossos e abundantes, que
desde sua infância me causavam inveja quando corria balançando o farto
"rabo de cavalo",que se usava na época.
Recentemente, encontrando-me com ela, vi que estava de cabelo com corte
novo, muito bem tratado, de tamanho mais curto do que costumava ter. Curiosa,
pedi que me explicasse.
-Tia, disse-me ela, minha cabeleireira tratou e cortou gratuitamente
meus cabelos pois concordei em doá-los para fazer perucas para crianças em
tratamento de câncer e que por isso perderam seus cabelos. Claro que aplaudi e
concordei, como várias outras freguesas. E fiquei ainda mais contente ao
saber que meus cabelos seriam suficientes para fazer três pequenas perucas,
tratadas e tingidas para se adequar a cada criança!
Atitudes como essa, feitas quietamente, sem alarde, servem para
nos relembrar que é mesmo pelos pequenos gestos de muitas pessoas
que o mundo se torna melhor, e nos animam a nunca desistir de contribuir com
nosso pouco para formar grandes correntes do Bem.
A propósito, soube também da história verídica do adolescente que
sonhava comprar e aprender a tocar violoncelo apesar da falta de recursos para
adquiri-lo e que para conseguir o dinheiro deixou crescer os cabelos meses a
fio para vende-los e assim realizar seu sonho. Pois não é que nessa corrente do
Bem apareceu alguém que, sabendo do fato, doou-lhe o instrumento, permitindo
assim que os cabelos do rapaz também se transformassem em lindas peruquinhas
para os pequenos doentes?!
Bem mais humano e cristão participar dessas muitas anônimas e
silenciosas correntes do Bem do que fazer dezenas de cópias de outras por medo
de castigos...
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