As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Centro Literário de Piracicaba - reunião de fevereiro

João Athayde, Lidia Sendin, Leda Coletti, Ivana Negri, Carmen Pilotto e Irineu Volpato traçando as coordenadas do CLIP para 2014 
Enquanto isso, as crianças curtem a Biblioteca Infantil

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Crônica de Aniversário: na aquarela do tempo


Olivaldo Júnior

            Na aquarela do tempo, onde as tintas se misturam, misturo-me a elas. Elas, as tintas, me pintam de novo a cada aniversário. Rio sem sorrir de mim mesmo e me lembro do velho menino à sombra do mundo, mudando de lado, para não se molhar. Rápida, a chuva se fez e molhou minhas costas, aguando o “terreno” onde as roseiras têm vez, fazendo de mim um canteiro que anda. Criança, brinquei na rua e roubei soluços de um anjo da guarda que me aguardou crescer pra descansar, mas, “tadinho”, não dormiu nada desde o dia em que nasci.
            Assim, fui vendo minha mãe, meu pai e meu irmão tomarem rumo e, juntos e a sós, rimarem sonho e dia a dia ao mesmo tempo. O vento passa e leva o som da gente nos passos. Sopro o meu barco, para ver se ele alcança outra ilha, aquela em que serei eu. Zune um voo de inseto, e sou eu mesmo o velho intruso sobre a mesa. Sábio como um sapo que era príncipe, dou início ao fim.

            Na boca da noite, o dia já vem, saboroso néctar de todas as odes, como se a nós fosse dado escolher o seu gosto. Num gesto sem nexo, levo à boca os retratos que esse tempo me dá e os degusto. O gosto do sonho. A vida me leva a ter cores e, pouco a pouco, a ser pálido, em cinza e, quando muito, em preto-e-branco. O amigo me escuse, perdoe-me o grito, mas o tempo me esgota.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CHEIROS NOSTÁLGICOS


Elda Nympha Cobra Silveira

É incrível como certos odores nos transportam para dimensões no tempo e no espaço numa velocidade incrível. O pensamento não precisa de nenhum veículo para viajar, é só ter sentimento. O cheiro que exala dos restaurantes, que ficam nas imediações do rio Piracicaba é inconfundível. É incrível a nostalgia que nos toma ao lembrar-se dos tempos em que se via com frequência verdadeira multidão, que se acotovelava na curva que o Piracicaba faz antes da Casa do Povoador, quando os pescadores paravam os barcos e eram muito aplaudidos quando um dourado ou pintado saia da água, envergando as varas e testando, até o limite, a perícia dos atores daquela mágica cena ribeirinha! 
O cheiro de pipoca nos leva a pensar em reunião de família, Copa do Mundo pela TV, festa junina, jogo de baralho com amigos, recordação da infância, a gostosura de brincar com os filhos no parque de diversões...
O cheiro da terra molhada traz á lembrança cenas do clássico hoollywoodiano “A Dama das Camélias”, na cena em que a protagonista gostava desse odor, porque estava se entregando à morte, porque tinha que deixar seu grande amor por causa da tuberculose. O cheiro gostoso dos livros nas livrarias traz à mente um mundo de sonhos. Cada livro é um “abre-te sésamo”, que nos permite absorver as joias da literatura, quando cada livro nos leva às lágrimas ou à introspecção, porque, ao escolher um livro entramos na intimidade fascinante dos pensamentos do escritor.
Os cheiros dos doces diversos, do cachorro-quente, do pastel, da pipoca doce e salgada e do tempurá da Praça José Bonifácio, trazem à memória as festas comunitárias e os encontros casuais dos amigos. A Catedral nos traz à memória o odor da devoção representado pelo ardor do incenso e da luz mortiça das velas, que impregnavam paredes e colunas majestosas com a fuligem da cera queimada, a nos propiciar emoções intimistas e espirituais.
O cheirinho de talco lembra filhos e netos quando bebês. O perfume dos cabelos de quem se ama, e até o cheiro de uma noite de amor, tudo é lembrança!
O cheirinho de Glostora, Gumex, Odorono, o perfume de Gardênia, do Cachemir Bouquet, do sabonete das estrelas e do perfume Channel, nº. 5. É tão bom sentir o cheiro de mormaço no fim das tardes de verão, deitada numa rede num rancho na beira de um rio, ou o cheiro da maresia, misturada com o das árvores.
O cheiro daquele velório, num misto de flores e velas, que dificilmente se esquece, porque alguém partiu para sempre deixando uma lacuna que jamais será preenchida. E o cheiro da comida da mamãe? E o do café coado na hora? O cheiro de manga madura chupada com amigas, que repimpadas nos galhos da mangueira, sempre lambuzavam a cara inteira, senão não tinha graça. 
O cheiro de lança-perfume nos salões dos carnavais de outrora, extravasava pelos poros colados com confetes.
O cheiro de cloro da piscina do Colégio Piracicabano e a lembrança do Bastião, funcionário muito querido por todos. O cheiro de cera no assoalho coberto com uma passadeira de linóleo

Por isso Deus nos deu olhos para ver e olfato para sentir o cheiro das coisas, proporcionando-nos, através do olfato um reviver eterno, pois odores são voláteis e passageiros, mas nos é dado conhecer suas novas nuanças, que poderosas, conseguem resgatar o que o tempo levou, mas que ainda vive em nossas lembranças.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

FRASES POPULARES




         Dirce Ramos de Lima

Você e eu, somos lixo
 do mesmo saco,
 jogados fora do barraco
noite e dia:
você é papel sujo, rasgado,
 eu sou embalagem vazia
Nosso futuro é certo
e nada tem de extraordinário:
continuaremos juntos, ali atrás da esquina,
num aterro sanitário!
Não fomos coleta seletiva,
nem iremos pra reciclagem!
Para nós que vivemos na miséria:

“desgraça pouca é bobagem...”

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Neste sábado, reunião do CLIP

O Centro Literário de Piracicaba  - CLIP - realiza o primeiro encontro do ano neste sábado, 22, às 15h na Biblioteca Municipal.
Aberto a quem gosta de escrever prosa e poesia.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O SANTO

                         Maria de Fátima Rodrigues


Olho para a escultura
do soldado romano.
Apenas humano,
demasiadamente humano.
Fez  o medo de morrer
se calar,
e colocou a coragem
no altar!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PIRACICABA


(foto Ivana Negri)

Camilo Irineu Quartarollo

Era uma vez, há muito e muito tempo um rio que cortava a mata e rebatia nas pedras, onde os curumins vinham pescar. 
Havia muita vida e abundância e era simplesmente piracicaba no linguajar indígena, mas depois cercaram o rio de torres, pontes, prédios, casarões, etc., etc...etc.., mas continuam chamando pelo mesmo nome, em homenagem ao que não se pode mais ser, a piracicaba dos curumins e talvez dos filhos dos que aqui habitam.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Novo livro de Irineu Volpato

" será que inda da para beber desses orvalhos
que já não costumam
nessas manhãs de estio?

há quanto inda me sobra de olhar
essas distâncias e conseguir gozar
dessas tardes açucenas"

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

QUINQUILHARIAS



Helena Curiacos Nallin

Tantas mil quinquilharias  
ajuntam-se nesta lida,  
desde botões relegados   
coisas inúteis da vida.

Lá do fundo das gavetas 
tirei as quinquilharias
joguei-as todas pra fora  
para ver quem as queria.

Ninguém, ninguém, nem eu mesma
soube para que serviam
tantas bobagens guardadas
sem nenhuma serventia

Lá dentro também eu guardo,
quinquilharias sem conta
bem dentro d’ alma fechada
ilusões e mágoas tantas

Vou os armários arrumar
minha alma quero destrancar,
tirar os trastes velhos
e jóias novas colocar.

Antes que a vida me deixe
quero as gavetas limpar
jogar as quinquilharias 
onde ninguém possa encontrar.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Na hora do pôr do sol


Leda Coletti

                    Paisagem e que paisagem inesquecível daquele pôr do sol, no forte de São Mateus em  Cabo Frio no estado do Rio de Janeiro!
             Do alto, via as pedras maiores que circundavam a pequena praia à esquerda de onde nos encontrávamos, as quais de quando em quando eram banhadas por ondas fortes, formando espumantes cascatas, cujos sons chegavam até nós. Fiquei a observá-las e a pensar: “este abraço efusivo demonstrará alegria ao tentar experimentar algo diferente no meio terrestre, ou será um apelo de socorro para retornarem para distantes águas do mar?” Peço para me fotografarem nesse cenário tão deslumbrante. Nesse instante para minha surpresa  surge uma gata prenha miando tristemente ao meu lado.
             O vigia do local nos comunica delicadamente que o horário de visitas acabou. Dialoga com o outro funcionário que irá colocar a gata num saco plástico e a levará longe dali. Sinceramente temi pelo seu destino, pois não o achei compassivo pela situação. Concluo que a achou invasora do local público e que ele deve zelar pelo patrimônio público. E pensar que ela sem saber procurou abrigo para ter seus rebentos num forte e lhe negaram apoio!
Descendo pelo caminho das pedras, outra cena me faz parar e fotografar. É a de um pescador não longe das areias da praia, jogando a rede de pesca, tendo como espectadora a imponente e garbosa garça branca e mais distante uma gaivota, que de repente levantou voo e numa velocidade incrível desceu em linha reta e fisgou um pequeno peixe. Não satisfeita repete o mesmo ato para outra investida. “Como a luta pela sobrevivência é voraz”, reflito em silêncio.
Estamos agora em terreno firme perto da pequena prainha, onde os barcos de pescadores estão chegando, após mais um dia de trabalho. Um bando de gaivotas sobrevoa o local, e outras mais afoitas entram nas embarcações à procura de petiscos. As vozes dos pescadores se misturam ao grasnar dessas aves na tarde que já está findando.
Mais um giro até o mirante próximo para a despedida do mar que continua beijando as rochas e deixando vir até nós os ecos de seu hino relaxante. É hora de voltar ao hotel, situado nesta orla litorânea. Vamos deixando para trás o forte que neste momento está iluminado por holofotes. Andando pela areia macia vou imaginando como era a vida das pessoas que habitavam essa redondeza, quando ele foi construído. Não deixo de pensar na sua finalidade: a luta para salvaguardar homens, mas sobretudo  bens materiais, a eterna luta da humanidade.

Mais uma vez tivemos a oportunidade de ficar com o melhor: apreciar as belezas infindáveis desse Brasil tão cheio de contrastes, sobretudo nesta tarde, apreciando o pôr do sol belíssimo na hora do Ângelus. 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

DIZER QUE AMA, NÃO BASTA



Plinio Montagner

Não basta dizer - eu te amo - e ficar por isso mesmo. Você planta uma mudinha, e esquece? Não rega? Não poda?
Se você conquistou, casou e teve filhos, acha que é dono de alguma coisa? Que adquiriu uma propriedade?
Quem ama de verdade, cuida, namora a vida toda. Lembram da mensagem do principezinho? - Se você cativa uma rosa será eternamente responsável por ela.
Família é a mesma coisa: esposa, marido e filhos vêm em primeiro lugar. Mãe e pai - é outro assunto - não se escolhe. Ama-se de qualquer jeito.
Você diz que ama, mas demonstra isso? Quando quebra alguma coisa em sua casa, uma maçaneta, um interruptor, o ferro elétrico, um puxador de gaveta de armário, você, maridão, conserta, providencia o conserto, ou deixa para sua mulher resolver? Essas coisas são de homem.
Trabalho, amigos, bar, clube, futebol, são importantes; são fontes de energia que alimentam a harmonia no relacionamento. Mas é preciso mais: carinho e presença.
Bens materiais sem romantismo não são provas de amor nem são suficientes para evitar abatimentos. Quem ama deseja estar junto, quer a presença do outro, sair junto, viajar junto, quer ver o outro alegre, rir.
Depois do casamento muitos maridos não levam a esposa a lugar nenhum o ano inteiro. Cinema, teatro, shopping, show, boates, não são lugares exclusivos de solteiros e de paquerar. Quem casou não morreu para essas coisas.
É certo que o trabalho e os compromissos do casamento tomaram o tempo de lazer, antes abundante. Mas sempre há de se dar um jeito.
Quem ama que ver o outro feliz, e fica infeliz se o outro está triste. Alguns cônjuges se acostumam tanto com a mesmice da relação que nem percebem quando o outro está deprimido.
Quem ama de verdade, quando sai, diz aonde vai, depois telefona para dizer se vai demorar ou não. As mulheres dão muito valor a essas atitudes do que presentes e frases de amor.
O casamento não é contrato de compra e venda, algo que se compra e é colocado numa gaveta, num cabide, numa prateleira ou num cofre. É um bem que não pertence a ninguém. O outro é livre e, se maltratado, vai embora.
Muitas vezes percebe-se que alguém existe só quando desaparece ou morre. Nas famílias isto também acontece. Familiares estão juntos há décadas, e não se veem. É como se não existissem.
Você ama seu pai e sua mãe? Então lhes dê atenção, ouça e responda quando eles falam com você. Ofereça-lhes ajuda. Muitos filhos só abraçam seus pais no dia deles na folhinha. E nem sempre sincero.
Ama sua mãe? Então converse com ela, mas não fique falando só de você e de seus problemas; arrume as camas para ela, lave os pratos do jantar, sirva o café da manhã. Já viajou com ela alguma vez?
Ama seu filho? Então faça a lição de casa com ele, leve-o à escola, ao dentista, ao fonoaudiólogo, ao estádio para assistir ao jogo de seu time. Essa lida não é só de mulher ou de esposa.
Ama se marido? Ama sua mulher? Viajem juntos, arrumem tempo para conversar numa tarde qualquer, ou ao luar como faziam, pelo menos uma vez na vida.
Marido e esposa não são plano B. Beleza, dinheiro e heranças acabam. Mocidade se esvai, e a vida também.

Não esperemos uma doença para demonstrar e recuperar delicadezas e carinhos esquecidos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Lágrimas de um rio

(foto Ivana Negri)

Esther Vacchi Passos
  
Rio de Piracicaba, quando o volume de água descia a correnteza em abundância, era tamanha sua exuberância.
Jamais poderíamos imaginar um dia vê-lo nesta situação, chega a doer o coração e as poucas águas parecem lágrimas a descer o rio.
Agora com novas e belas pontes, turistas e piracicabanos desfilam nas passarelas. Admiram a paisagem que era tão bela, com o rio transbordando e as aves voando sobre as águas. Na piracema os peixes não tiveram sucesso na procriação, foi uma desilusão.
Desmatamento, poluição, detritos, sucatas, tudo jogado no rio, contribuindo para esta lamentável situação, jamais vista antes.

Temos que salvar nosso rio, cartão postal de nossa cidade. Vamos colaborar dando exemplo de cidadão responsável com a preservação do meio ambiente e com o consumo consciente da água, para que assim nosso rio transborde novamente, embelezando Piracicaba, a Noiva da Colina.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O que você está lendo?


Luzia Stocco – escritora, professora, contadora de história, atriz, autora do recente livro de poemas selecionado pelo Fac 2013- Atemporal- e outras 7 obras. Blog www.literarteLuziaStocco.blogspot.com

Breve reflexão do livro Os melhores contos brasileiros de todos os tempos
Mais uma impressionante antologia de contos, das tantas organizadas por Flávio Moreira da Costa, esta de 2009, ed Nova Fronteira, com 792 páginas, onde o org. vai contextualizando brevemente cada autor e suas obras; claro que, outros contos sensacionais ficaram de fora pois já estão em outras antologias organizadas por Flávio; autores dos séculos XIX, XX e alguns vivos ainda no XXI, alguns mais conhecidos, outros menos ou nunca vistos por mim, mas emocionei-me com dezenas deles, e dentre os 87 contos deste livro divididos em dez seções, peço licença aos leitores para citar e enaltecer os meus 37 preferidos, um convite e sugestão a que outros os leiam pois o encantamento virá sem pedir licença.                                                                                                                                   Da 1ª seção, Conto antes do conto ou A infância da ficção, destaco o conto “E foi inventado o candomblé” (anônimo – Brasil africano); dos “Contos Fundadores ou À sombra do romantismo”, escolhi “A dança dos ossos” de Bernardo Guimarães, “Camila: memórias de uma viagem” de Casimiro de Abreu, e “Encomendas” de França Jr; dos “Contos Sem data ou Machado de Assis”: “Uns braços” (obviamente que eu o escolheria), “Missa do galo”; do capítulo “Contos pioneiros ou o nome do conto-menino” destaco “Redivivo” de Domingos Olympio, “Os brincos de Sara” de Alberto de Oliveira, e “O crime do tapuio, de José Veríssimo; dos “Contos transeuntes (1)” selecionei, a meu puro gosto, “O velho Lima” e “Banhos de Mar”, ambos de Arthur Azevedo, “Tílburi de praça” e “50$000 de gratificação”,  ambos de Raul Pompeia, “O madeireiro” de Aluísio Azevedo, “A noiva do golfinho” de Xavier Marques,  e “A caolha” de Julia Lopes de Almeida; dentre os elencados como “Contos regionalistas ou histórias do Brasil profundo”, escolho “Banzo” de Coelho Neto, e “Selvagem” de Vicente de Carvalho (bárbaro esse conto, amei); Contos transeuntes (2),  “O minuete” de Magalhães de Azevedo, “O homem que sabia javanês” de Lima Barreto, “O fim de Arsênio Godard” de João do Rio, “O comprador de fazendas” de Monteiro Lobato,  e “O legado” de Godofredo Rangel (excelente); Dos “contos modernistas ou a virada de 1922 e 1930” fiquei impressionada, e aos prantos li, me envolvi e senti a experiência de peixe “Bapo” de Francisco Inácio Peixoto, o mesmo para o já conhecido “Baleia” de Graciliano Ramos, e para “As mãos de meu filho” de Érico Veríssimo, e para “Tangerine-Girl” de Rachel de Queiroz; De “Contos modernos ou Amor e morte na cidade grande”, fui mais tocada por “O telegrama de Ataxerxes” de Aníbal Machado, “Stela me abriu a porta” de Marques Rebelo,  e “Flor, telefone, moça” de Carlos Drummond de Andrade; do último capítulo “Contos contemporâneos ou A terceira margem na hora neutra da madrugada”, envolveram-me mais “O ex-mágico da taberna Minhota” de Murilo Rubião, “Viagem a Petrópolis” de Clarice Lispector, “João Urso” de Breno Accioly (maravilhoso), e outro de Lygia Fagundes Teles; “Sorôco, sua mãe, sua filha” e “Desenredo” ambos de Guimarães Rosa, “Trem fantasma” de Moacyr Scliar, e “O arquivo” de Victor Giudice.  Quanta gente boa escreveu e ainda está escrevendo coisas muito boas, desconhecidas da maioria de nós; personagens e mais personagens criando vida e espalhados por aí, a espera de um leitor apreciador. Quantas vidas, pedaços de vidas, ficções, realidades particulares, transformadas ou não, a literatura é o terreno fértil onde se cria a selva e o jardim. Pena só aparecerem 4 mulheres. É, penso que, de fato, as mulheres tinham pouco tempo para pensar, sentir sentar e escrever, além de pouco espaço e oportunidades para avançarem. Por isso, como analisam alguns, não conseguiam competir com o homem em relação à própria maneira de verem a si mesmas, de falarem de si, coisa que os escritores homens faziam muito bem, talvez exatamente porque elas tinham mais dificuldade para conhecer-se, valorizar-se, se tocar, se enxergar, observar, a não ser pelo olhar e mãos do homem.  Leitura recomendada, então!


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Quem lê mais escreve melhor?


Vamos ficar ligados ?
Lucas Henrique dos Santos

A escrita é uma tecnologia de comunicação, historicamente criada e desenvolvida na sociedade humana que, basicamente, consiste em registrar marcas em um suporte. A leitura é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas e com a invenção da imprensa, tornou-se uma atividade extremamente importante para civilização, atendendo múltiplas finalidades.
O hábito de ler constantemente tanto livros como revistas desenvolve o pensamento crítico, produzindo o  juízo intencional para refletir sobre algo em que se deve crer ou não e também como reagir a uma manifestação oral ou escrita.
Entretanto, é necessário ressaltar que é um erro confundir a formalidade escrita com a linguagem usada na internet, o que pode ser corrigido com o hábito da leitura. Conforme a leitura se torna frequente, o leitor/escritor adquire naturalmente o dom da coerência e um bom vocabulário para a escrita, superior ao de  quem não lê nada.
Com a leitura ganhamos a boa escrita, pois uma habilidade acaba  puxando a outra. Ao ler, tudo fica melhor em nossos registros no papel-  ampliamos o  vocabulário, desenvolvemos o  pensamento crítico, argumentamos com criticidade, enfim, tornamo-nos capazes de escrever nossa própria história com autonomia.

( Lucas Henrique dos Santos é aluno da EE Profª Catharina Casale Padovani, aluno da professora Margarete de Oliveira Pagotto )