As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

SEGUIDORES

MEMBROS DO GOLP

MEMBROS DO GOLP
FOTO DE ALGUNS MEMBROS DO GOLP

GOLP

GOLP
Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

GOLP

GOLP
Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cada gata com sua dor...



Lídia Sendin

Sentada em frente ao espelho, a garota olhava sem ver. Seus cabelos negros brilhavam ao contato vigoroso da escova. Quase com raiva, ela escovava seguidas vezes a longa cabeleira como se quisesse apagar os pensamentos da mente.
Mas era inútil, tudo que vira na noite anterior parecia bem real e presente, como se a cada minuto a cena recomeçasse, num eterno replay.
Foi até à janela olhar o jardim. Nem as belas rosas vermelhas e o alegre beija-flor puderam fazê-la esquecer a traição do namorado. Voltou para o espelho, fez uma careta para si mesma enquanto batia com raiva a escova na própria mão.
Retornou à janela enquanto resmungava ameaças ao namorado infiel: – Ah! se ele aparecesse neste momento, – pensou, levantando a escova acima da cabeça num gesto de fúria. Um pequeno descuido e a terrível arma foi arremessada longe.
Com as duas mãos cobrindo o rosto, a pobre menina gritou de pena, pois não havia ali por perto nenhum namorado infiel, apenas a pobre e velha gata da família, que agora miava sentida com o ataque da escova voadora.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Falece o escritor Moacyr Scliar



O escritor gaúcho Moacyr Scliar morreu por volta da 1h deste domingo, aos 73 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde o dia 11 de janeiro, quando deu entrada para a retirada de pólipos (formações benignas) no intestino. A cirurgia foi bem sucedida, mas o escritor acabou tendo um Acidente Vascular Cerebral (ACV) e morreu nesta madrugada.

Em comunicado, o Grupo RBS, do qual Scliar era colaborador, informou que o velório ocorrerá na Assembleia Legislativa do Estado, no Salão Júlio de Castilhos, a partir das 14h deste domingo. O sepultamento será na segunda-feira, em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Moacyr Jaime Scliar nasceu na capital gaúcha no dia 23 de março de 1937. Natural do bairro Bom Fim, que reúne a maioria da comunidade judaica da cidade, ele se consagrou como um dos principais literatos do País, mas nunca esqueceu de suas origens. Em 1972, por exemplo, publicou A guerra no Bom Fim, um romance inspirado na sua formação cultural.

Filho de José e Sara Scliar, imigrantes oriundos da Bessarábia (Rússia), foi alfabetizado pela mãe, que era professora primária e o incentivou a ler e escrever. Em 1955, passou a cursar a faculdade de Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em 1962, ano em que publicou o livro História de um Médico em Formação, o primeiro da extensa bibliografia. São 74 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil e o ensaio. Ele ainda foi colunista de jornais e teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio.

Sua obra foi marcada pela aproximação com o imaginário fantástico e com a investigação da tradição judaico-cristã, tendo como temas dominantes a realidade social da classe média urbana no Brasil, a medicina e o judaísmo. Scliar teve livros publicados em diversos países como Alemanha, Israel, Estados Unidos, Rússia, Franças, entre outros. Na carreira médica, ele especializou-se em saúde pública, fez curso de pós-graduação em Israel e tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Moacyr Scliar casou-se em 1965 com Judith Vivien Olivien, com quem teve um filho, Roberto.

Imortal
Em 31 de julho de 2003, Scliar foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a cadeira de nª 31 da Academia Brasileira de Letras (ABL), substituindo a Geraldo França de Lima. O escritor gaúcho tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo conterrâneo Carlos Nejar.

No discurso de posse na Academia, Scliar disse que oferecia a nomeação aos pais, "emigrantes que lutaram duramente e que me ensinaram a lutar também, e a acreditar. Como um dia acreditou na literatura aquele gurizinho do bairro do Bom Fim que, de algum lugar do tempo, me olha com seus grandes olhos, um olhar de admiração e de espanto à qual junto, neste momento, a gratidão de toda a minha vida".


Autor de mais de 70 livros, Scliar é um dos mais importantes escritores do país . Ocupante da sétima cadeira da Academia Brasileira de Letras ele é autor do livro “Manual da Paixão Solitária ”que levou o prêmio Jabuti na categoria melhor ficção em 2009.

Fonte:Folha de São Paulo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Chegadas e partidas


Adenize Maria Costa

A vida é feita de “recomeços”, de chegadas e partidas...
Essa “mística” de chegar e partir é muito interessante. Norteia nossa vida o tempo todo. Às vezes a experimentamos da maneira mais dolorida. É sempre difícil ver partir aqueles a quem amamos, a quem aprendemos amar.
É difícil ver partir aquelas pessoas que são especiais, que dividem, ou que dividiram conosco um pouquinho de suas vidas, da sua história, do seu conhecimento, de sua experiência... Nesses casos diz-se que essas pessoas “deixam saudades”.
Saudade é uma forma bonita de mantermos vivo dentro de nós todo o sentimento que nutrimos por aqueles a quem amamos e por alguma razão separaram-se de nós.
Por um longo período sentiremos a força da “presença da ausência”. Estranho, não é? Mas é isso mesmo, em outras palavras, leva tempo pra gente se acostumar, pra acomodar dentro da gente aquilo que de certa forma foi retirado de nós...
Mas vale aquela máxima que diz: “a vida continua”. E continua mesmo! É o maior presente que recebemos de Deus.
Tantas pessoas chegaram e partiram da minha vida. Muitas levaram consigo uma parte de mim e outras deixaram em mim sua melhor parte.
Chegadas e partidas servem para aperfeiçoar nossa capacidade de amar.
Que nossa vida seja de muitos recomeços e que façamos uma boa viagem!!!!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jóias do Mar

Elda Nympha Cobra Silveira

Na praia nos livramos do peso das responsabilidades acumuladas, das energias negativas que nos causam tantos malefícios e relaxamos, para seguirmos, assim num dia nublado, o mesmo ritual do sol preguiçoso, que não querendo trabalhar tempo integral, aparece e desaparece a seu bel-prazer. Na praia só fazemos coisas importantes, como chutar as ondas, que chegam espumando de cansaço por terem vindo de terras distantes, respirar ou até pisar numa concha. Para mim, as conchas são um dos tesouros trazidos do fundo do mar, que as vagas lentamente, como que por acaso, lançam na areia lisa e dourada. A concha se ofereceu aos meus pés e segurá-la com as duas mãos, como se fosse um presente, porque ela veio acompanhada de um laço feito de algas, foi uma deliciosa aventura. Como conhecê-la por dentro foi prazeroso! Forçar para que se abrisse e mostrasse seus mistérios interiores; sorrir ao ver, no meio daquela geléia nacarada, uma pérola negra, que rutilante, fulgia com todo esplendor, contagiando o seu redor com tons róseos e de madrepérola. E pensar que toda essa maravilha surgiu de uma lágrima causada por um grão de areia... Como se a natureza, numa sábia decisão, conseguisse compensar a dor com uma esplendorosa obra de arte!
Esse presente inesperado, com aquela pérola tão maravilhosa, era demais para mim! Para mim, naquele momento, só a concha bastava! Aquela concha que lutara muito para se desprender do rochedo, que buscara o ápice da sobrevivência, mas que fora arrebatada pela fúria do mar bravio. Mesmo a contragosto ela veio rolando com a maré até chegar perto de mim. Como se previsse que não sobreviveria nas areias quentes da praia ela veio entregar-me seu tesouro, e eu, sem pensar naquele gesto nobre, simplesmente a matei. Comecei a questionar, mas concluí que ela morreria de qualquer jeito mesmo, quer sob o sol, ou nas areias quentes. Que maneira infantil eu inventava para encobrir a minha falta. A natureza sempre nos dá tudo e de nós nada tira. Seria tão difícil para eu entender isso? Não tem mais volta! Esse meu ato foi definitivo, infelizmente. Foi um ato do humano que ainda tem muito que aprender com as maravilhas naturais, para que se atreva a entender do seu próprio fato de existir. Restou para mim o consolo de guardar a pérola, quem sabe para fazer com ela uma jóia e entregá-la para alguém que amo muito, seria uma pérola para outra pérola da minha vida: como de graça recebi, de graça darei, a alegria que senti ao receber, seria por certo, multiplicada, quando a desse, como se num elo fraterno, o bem fosse passado de minhas mãos para outras mãos, como se algum tipo de energia fosse se renovando ao se unirem o inorgânico e orgânico numa simbiose de interioridades.
Assim deve ser a vida: com seus segredos não desvendados, com seus questionamentos ainda não resolvidos e suas dúvidas perenes e imemoriais, porque nossas mentes não evoluíram o suficiente para captar as forças inerentes da criação e saber fazer bom uso delas. Nada é por acaso... Deve haver um significado real para certos momentos, mesmo que não o saibamos ler nas entrelinhas das situações que se apresentam em nossa vida.
Essa compreensão me deixou mais aliviada... Lavei a concha e voltei para casa, colocando-a junto das outras, que serviam de enfeite para o tampo quadriculado da mesa de centro, cheio de areia, conchas, búzios, estrelas-do-mar, cobertos com um vidro, como se fosse um quadro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Censura ou bom senso?


Ivana Maria França de Negri

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela retirada do livro Os cem melhores contos do século da grade de leitura obrigatória da rede estadual de ensino quando pais indignados com o conteúdo de alguns contos, altamente pornográficos, resolveram se pronunciar.
Muita gente ligada à literatura repudiou o ato, dando a entender que pais, professores e juízes têm mentalidade retrógrada e isso é a volta da censura. Sustentam que nada deve ser censurado, e em se tratando de literatura, uma arte, tudo deve ser liberado, mesmo estando longe dos limites éticos, morais e espirituais, taxando essa ação de hipocrisia de falsos moralistas.
Os nutricionistas afirmam que somos o que comemos. Se nos entupirmos de bebidas alcoolicas, de cigarros e alimentos gordurosos, nosso organismo vai chiar, e mais cedo ou mais tarde, chegam os cânceres e outras patologias resultantes dos exageros.
Além do corpo de carne, possuímos um fluído vital, que anima o corpo, ao qual damos o nome de espírito ou alma, como queiram. E esse fluído energético também necessita nutrir-se. Se alimentarmos essa essência vital com violência, pornografia, obscenidades e toda espécie de lixo mental, certamente esse bolo indigesto vai fazer muito mal à saúde da alma.
Não se trata de preconceito e nem de aversão ao sexo. O problema é a maneira de abordar certos assuntos e a escolha infeliz das palavras, já que o livro em questão ia ser lido por milhares de adolescentes.
Concordo que cada autor tem todo o direito e liberdade de escrever sobre o assunto que quiser, da maneira que lhe aprouver, com palavreado chulo ou conteúdo pornográfico, mas o Ministério da Educação tem por dever, pois essa é a sua função, rejeitar esse tipo de leitura para fins didáticos. Crianças e adolescentes são indivíduos em fase de formação e tudo o que aprendem nessa fase da vida pode influenciá-los pelo resto dela. É diferente de um adulto com opinião já formada.
Desde quando pornografia é progresso e moralidade é retrocesso? Se a literatura é a representação da realidade, estamos mal das pernas... Discorrer sobre incesto, pedofilia, perversidade e violência, é incentivar atitudes negativas.
Não existe liberdade absoluta. Ninguém é completamente livre quer seja para escrever ou agir. Ninguém tem liberdade para sair nu pelas ruas sem ser preso. E também será detido se sair esbofeteando, atirando e matando.
Para tudo existem limites, parâmetros, as pessoas necessitam de freios. E além disso, a mesma história pode ser contada de diversas maneiras, é só ter mais critério na escolha dos termos, pois muitos escritores gostam de chocar, apelam para aparecer e obter notoriedade.
A seleção dos Cem Melhores Contos do Século foi feita por apenas uma pessoa. Eram os melhores na sua concepção, tanto que muitos autores excelentes ficaram de fora.
E para encerrar, o termo censura foi muito mal utilizado pela imprensa. A palavra correta seria critérios, já que o livro em questão continua a ser vendido nas livrarias e disponível nas bibliotecas para quem quiser. Apenas não foi aprovado para ser lido por determinada faixa etária. Não existem esses mesmos critérios para filmes exibidos nos cinemas?
Isso é bom senso e não censura.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Concurso de Trovas - Participe!


Vamos difundir valores e princípios humanitários, por meio de trovas, convidando nossos alunos e amigos para participarem deste projeto.
1º Concurso de trova(tema: FÉ)

3ª ETAPA DO PROJETO DE TROVAS PARA UMA VIDA MELHOR


Temas:- VIRTUDES

Bons hábitos práticos que devem ser vividos em todas as circunstâncias, favoráveis ou adversas: participe, divulgue.


Apenas uma trova inédita por trovador(a), via Internet

1º Concurso – tema:- FÉ - de 15/01 a 28/02/11

- resultado até 20/03/2011


O tema deverá constar da trova:

4 versos setessílabos, rimando o 1º com o 3º e o 2º verso com o 4º,

tendo sentido completo.



ATENÇÃO

Trovas em língua portuguesa - Enviar para: mifori14@yahoo.com.br

Trovas em Língua espanhola - enviar para Cristina - colibriRoseBeLLe@aol.com


Grupos: 1 Nacional - trovador que tem trovas classificadas sem ser Menção Honrosa e/ou menção Especial.

Grupo 2 - Nacional - trovadores ainda não premiados e/ou iniciantes.

Grupo 3 Alunos - estudantes do 1 e 2 graus ou ed. básica e Ensino colegial(ens. médio)


Grupo Internacional - Em Português

Grupo Internacional - en Espanõl

A trova: FÉ

--------------
--------------
--------------
------------

Nome:

Cidade:
Estado:
País:
E-mail:

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cheiro de Flores


Ludovico da Silva

Ao abrir a porta um perfume forte das flores, dispostas em um vaso, exalou como se fosse a explosão de aromas frescos, mas deteriorados pelo calor sufocante de uma tarde de verão.
O que senti me fez paralisado por segundos, que se tornaram eternos, e me tocaram fundo a lembrança.
Voltei ao passado e me passou pela memória um tempo de felicidade, de procura, de angústia e de realizações.
Tinha que decidir. Avancei por salas e corredores. Olhei retratos familiares dispostos sobre móveis e obras singelas penduradas nas paredes.
No quarto, uma penumbra não escondia o escuro do ambiente. Me vi diante daquela figura com semblante sereno, sorrindo. Dei-lhe as mãos, que ela segurou com toda força daquele momento.
Não falou nada. Um sorriso encantou-lhe a face. Foi soltando lentamente minhas mãos.
Entendi aquela mistura forte do perfume das flores.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Primeira reunião do ano do Grupo Oficina Literária de Piracicaba

A primeira reunião do Golp deste ano de 2011, na Biblioteca Municipal, contou com vários participantes (foto tirada pela Lucila) Giseli, Madalena, Ruth, Cornélio e Elda, durante a reunião do Golp que ocorreu em clima agradável, todo mundo contando as novidades depois do recesso das férias.

O silêncio e a companhia amiga dos livros, inspiram
Cassio, Carmen, Madalena, Ruth, Cornélio, Elda e Aracy, que adoçou a noite com geleias e compotas de goiaba, carinhosamente feitas por ela.

Teve até quem dormiu embalada pelos contos de fadas dos livrinhos da biblioteca infantil ao lado

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cenas do Cotidiano II

(Monet)


Dedo verde

Maria Hilda observa da varanda, sob o abrasador sol de meio-dia, o lindo botão de rosa no jardim. Na mesinha, vasinhos de violetas, acondicionados em escalonados tons ofertam boas vindas aos visitantes. Para cada canto da casa variedades de plantas contemplam a rotina do lar: lágrimas-de-Cristo no quintal escutam orações que vem do quartinho, onze-horas em profusão acolhem o aroma do almoço saboroso de vó, anturios vermelhos confirmam a paixão pela vida, beijos-de-estudante estralam carinhos aos filhos e netos, longas avencas forram fundos de paisagens domésticas, uma jabuticabeira doce e criadeira apaga amarguras e um pé de acerola azedinha faz nos visitantes deliciosas caretas pueris.

No pequeno espaço de um quintal a riqueza de um jardim botânico familiar com tantas outras espécies de flores e folhagens que contracenam com a vida lá fora.

Maria Hilda fará oitenta anos nos próximos meses, mas cada vez mais seu dedo goteja a maravilhosa seiva da vida...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Grande Concurso Cultural Cidade do Rio de Janeiro - Poesia e Prosa

www.tabacultural.com.br

INSCRIÇÕES ATÉ 10 DE ABRIL DE 2011

A TABA CULTURAL EDITORA institui o CONCURSO NACIONAL DE POESIA

E PROSA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
, destinado a autores de todo o país.

PARTICIPANTES: Autores amadores ou profissionais, nacionais e estrangeiros
residentes no país, que escrevam em língua portuguesa.

INSCRIÇÕES: As inscrições são gratuitas e podem ser enviados até 3(três) trabalhos
em cada categoria, no máximo de 6(seis)trabalhos por autor.

CATEGORIAS:

Poesia ( metrificada ou verso livre).

Prosa (conto, crônica e prosa poética).

TEMA E APRESENTAÇÃO:

O tema é livre. Os trabalhos podem ser enviados por e-mail ou pelos correios.

a) Pelos correios: Os trabalhos devem ser digitados, ou datilografados somente em
um dos lados da folha, sem limite de páginas, onde deverão constar o título do trabalho
e o pseudônimo do autor. Duas vias apenas de cada trabalho. Numa folha anexa deve
vir o pseudônimo do autor, os títulos dos trabalhos apresentados, endereço completo,
telefone, uma pequena biografia e e-mail se tiver.

b) Por e-mail: Os trabalhos e as informações acima sobre o autor devem vir num único documento em anexo ou no próprio corpo da mensagem.

Cada autor deve fazer uma única inscrição para todos os trabalhos que apresentar.

OS TRABALHOS ENVIADOS NÃO SERÃO DEVOLVIDOS.

OS NÃO CLASSIFICADOS SERÃO DEVIDAMENTE DESTRUÍDOS.

ENDEREÇOS PARA ENVIO DOS TRABALHOS:

Pelo e-mail: concurso@tabacultural.com.br com o assunto: Grande Concurso Cidade do Rio de Janeiro

Pelos correios para:

TABA CULTURAL EDITORA

Grande Concurso Cidade do Rio de Janeiro

Rua Joaquim Silva, 56 Gr. 701 Centro

CEP: 20241-110 Rio de Janeiro-RJ

O envelope também pode ser entregue diretamente no endereço acima.

TABA CULTURAL EDITORA

Rua Joaquim Silva, 56 Gr. 701 Centro

CEP: 20241-110 Rio de Janeiro-RJ

O envelope também pode ser entregue diretamente no endereço acima.


PRAZO DE INSCRIÇÃO: de 10 de janeiro a 10 de abril de 2011.

RESULTADO: até 10 de maio de 2010.

PREMIAÇÃO: (Independentemente da categoria)

PRIMEIRO LUGAR:

a) Publicação gratuita do trabalho em livro.

b) 20 exemplares da obra com o trabalho publicado.

c) R$ 300,00 em livros da TABA CULTURAL.


SEGUNDO LUGAR:

a) Publicação gratuita do trabalho em livro.

b) 15 exemplares da obra com o trabalho publicado.

c) R$ 200,00 em livros da TABA CULTURAL.

TERCEIRO LUGAR:

a) Publicação gratuita do trabalho em livro.

b) 10 exemplares da obra com o trabalho publicado.

c) R$ 100,00 em livros da TABA CULTURAL.


PRÊMIO DE PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Os autores selecionados para este prêmio conquistam o direito de participar do livro (único ou duplo), em regime de parceria.

Os casos omissos serão resolvidos pela Editora.

Rio de Janeiro-RJ, 2 de janeiro de 2011
José Maria Rodrigues
Editor

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Velho casarão


Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva

Lídia Sendin
Protegida dentro do ônibus, abrigada do impiedoso sol de dezembro, observo sonolenta um enorme casarão plantado à beira mar no porto de Santos.
Pombas aos pares arrulham em suas janelas velhas de vidros quebrados. No telhado torto cresce a samambaia, suas paredes cobrem-se de limo brilhante e a fuligem gruda em suas eiras e beiras.
Minha imaginação volta ao passado e mesmo sem saber sua idade, posso ver elegantes cavalheiros acompanhados de lindas donzelas entrando e saindo por suas portas que já foram fortes e
Imponentes.
Não sei o que abrigou em suas amplas salas, talvez uma alfândega, ou quem sabe a residência de um impecável comandante.
Quantas histórias guardam suas paredes silenciosas e impotentes sob a ação do tempo.
Penso nas pessoas que fizeram parte dessas histórias e que hoje são apenas fantasmas ou lembranças nos que ainda vivem.
Se um deles ainda vivesse seria tão velho quanto o casarão e como ele já sem esperanças.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Casas de Poços

Leda Coletti

Regina e Emília eram vizinhas. Moravam em casas geminadas na colônia de uma grande fazenda paulista, onde se cultivava em grande escala o café. Corria a segunda década do século XX.
Ambas eram jovens, solteiras e pertenciam a famílias numerosas, descendentes de imigrantes italianos. Dedicavam-se aos afazeres domésticos, pois os demais irmãos, cobriam as tarefas ligadas à lavoura do café e cereais.
Bem cedo todos acordavam com o sino da fazenda e antes mesmo do sol nascer, já se ouvia o ranger das carretilhas de cordas ou de correntes dos poços, trazendo os baldes cheios d’água, que enchiam pequenas bacias de alumínio para a higiene matinal. Engolindo um pouco de café preto, os colonos empunhando seus apetrechos de trabalho e o corote, se perdiam nos carreadores dos cafezais.
Para as duas moças, o dia era ocupado entre o preparo do almoço, levado quentinho por elas até à roça, o cuidado à roupa, lavada com a água tirada do poço e passada com o ferro em brasa. Também a limpeza da casa e o trato aos animais, exigia que impulsionassem as carretilhas dos dois poços, que abasteciam as casas da fazenda. Davam-se por satisfeitas por não precisarem como suas mães contavam, buscá-la no rio. Desde que foram abertos esses poços no meio da colônia, o serviço caseiro ficou mais leve, dispensando o peso do “bigolo”, ou então o uso da rodilha, improvisada com o aventa, quando transportavam a água da mina. Agora era mais fácil e rápido encher as barricas de carvalho que funcionavam como reservatório de cada casa.
Nessa época contudo estavam vivendo uma situação difícil. A seca estava brava e precisavam economizar a retirada do precioso líqüido. Os poços com profundidade de oito a dez metros não mandavam mais água limpa e em abundância. Foi então que se serviram das antigas tábuas de madeira para lavar roupas, dispostas no ribeirão. Tinham que ficar em posição incômoda para esfregá-las, torcer. Mas assim mesmo não reclamavam, pois ao mesmo tempo que as ferviam, ou as punham ao sol para alvejar, aproveitavam para conversar.
Naquele dia quente, só perceberam o temporal que se aproximava, quando um relâmpago , seguido do rastro de luz de um forte raio, as fez tremer de medo. Saíram as pressas, pois se fossem tomar quaisquer providências, poderiam tomar toda chuva que chegou forte, roncando.
Quando o furacão passou, voltaram depressa, mas receosas de que houvera estragos. Realmente o inevitável acontecera. O ribeirão se transformou em caudaloso rio e, roupas, tábuas, boiavam presas aos galhos da goiabeira, que felizmente escorou o mais que pôde os pertences daquelas jovens.
E a tromba d’água foi motivo de conversa por muitos dias, na hora de puxar os baldes de folhas de flandres cheios de água. O burburinho das vozes se misturava ao das carretilhas, que borrifavam de novo a água cristalina, fresquinha.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cenas do Cotidiano I

A caminho da crecheCarmen Maria da Silva Fernandez Pilotto

Aconchegado ao peito, caminha com seu filho pelas ruas tortuosas da cidade. O cabelo, à escovinha, deixa descoberta a nuca do menino que parece se ressentir da suave brisa de outono. Aperta-o mais contra si como se quisesse energizá-lo para a solitária rotina diária.
O garoto, a sono solto, olhos cerrados, permanece tranquilo, alheio ao burburinho, segue adormecido no leito mais protegido do mundo

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Perfeição e excelência

Plínio Montagner

Buscar a perfeição, fazer algo perfeito, é perda de tempo, e cansa. Esperar que os outros sejam perfeitos, também é ruim.
A perfeição aflige, faz sofrer, e nunca será alcançada pelos mortais. Os filósofos da antiga Grécia diziam que perfeição não existe, é uma utopia; pois, se o perfeito pode ficar mais perfeito, na realidade não era.
Quem faz um bolo, um dia, mesmo sem querer, vai fazê-lo melhor, ou uma amiga aparece e diz que o dela é mais gostoso; um campeão sempre deseja superar sua marca; quem escreve um livro, na segunda edição muda alguma coisa.
Como tudo é relativo, e não existem parâmetros nem instrumentos nem normas para se chegar à perfeição, é estranho querer julgar alguém ou avaliar um trabalho.
O lado positivo da perfeição é que pelo desejo de se chegar a ela saem ganhando o aprimoramento do homem e de sua obra. Há de se considerar, sendo a perfeição uma impossibilidade, a excelência não é.
O que se aproxima do perfeito é o quase perfeito, que pode ser chamado de excelência, que é factível, pode ser melhorada. É diferente da perfeição, que é estática, imutável.
Ficar nervoso, emburrado, sentir-se inferior porque alguma cosa não deu certo ou se não soube resolver um problema, é bobagem.
É da natureza humana a imperfeição. E tudo que ele constrói tem algum defeito e acaba. O que é errado é desistir por causa das derrotas, porque acha que não vai conseguir fazer melhor.
Quem age assim vai passar a vida toda fazendo tudo mais ou menos. Vai tocar violão mais ou menos; cuidar do filho mais ou menos; ter amizades mais ou menos; fazer um arroz e feijão mais ou menos.
Não consegue aprender o inglês, nem tocar violão? Que se danem o violão e o inglês. Há outros idiomas e outros instrumentos. Ou esqueça isso e fale e cante do seu jeito. Ninguém vai reparar.
Se a perfeição existisse, ela não teria graça; tudo seria feito do mesmo jeito e o mundo não evoluiria. A perfeição só serve de modelo e de parâmetro na busca da excelência.
Imaginemos o homem das cavernas e o romântico João-de-Barro, que canta e faz suas casas sempre do mesmo jeito.
A perfeição é transcendental, é algo além dos limites da natureza humana. Havendo um criador, este sim, teria o privilégio da perfeição.
O “inimigo” do bom, não é o melhor? E o do melhor, não é o excelente? E do péssimo, não é o regular? O regular de hoje não pode ser o melhor de amanhã?
Há uma verdade que dura quase 300 anos, defendida por um dos maiores filósofos da humanidade: Arthur Shopenhauer (Danzig, Alemanha, 1788):
“Cada um tem de ser e de fazer para si, qualitativa e quantitativamente, o mais que puder. E quanto mais qualidades tiver, e mais encontrar em si a fonte dos prazeres, tanto mais feliz será”.
E justifica, citando Aristóteles: “a felicidade pertence àqueles que bastam a si próprios, pois, com efeito, todos os mananciais exteriores de felicidade e de prazer são, por natureza, incertos, equívocos, fugidios, transitórios, ocasionais e, portanto, sujeitos a desaparecer”.
O tempo, como uma árvore que seca, assim nos abandonam o amor, os amigos e parentes, a alegria, o gosto das viagens, o jeito para a convivência social, restando-nos apenas a envelhecência e uma cruel melancolia.
É por isso que quanto mais uma pessoa tem em si, menos precisa de fora e menos serão algo para ela os outros e as coisas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Divagando



Leda Coletti

Fazendo a sesta na rede, entre um cochilo e outro vou dando asas à imaginação, ora sonhando acordada, ora relembrando momentos agradáveis de inesquecíveis viagens, leituras feitas e cenas vividas na infância, adolescência e até vida adulta.
Evoco neste momento cenas tristes, vistas nos últimos dias na tevê, sobre as vítimas das inundações em diversos estados brasileiros, sobretudo do Rio de Janeiro. Que tragédia! Dir-se-ia que a natureza sofrendo pelos abusos dos homens, machucando-a, abrindo chagas dolorosas, não conseguiu conter as abundantes lágrimas, que rolaram pelas encostas e rios, invadindo e engolindo tudo e grande número de pessoas, por onde passou.
De repente me sinto espionada por um indiscreto pássaro, exibindo o peito amarelo-ouro e me saudando com seu “bem-te-vi”. Deixo a rede e vou em direção ao jardim; quase atropelo um pequeno caracol que lentamente carrega sua casa às costas.
Agora caminho entre canteiros de murtas podadas. Não resisto à delicadeza daquele botão de rosa amarelo, próximo ao portão de entrada do jardim. Filosofo: “amanhã será uma rosa dourada”. Mas porque insisto no amanhã? Por que perder essa magia do presente? O botão se entreabrindo, a minhoca tentando se esgueirar na terra úmida, o caracol caminhando lentamente. Ambos vivem escondidos: ela, embaixo da terra e ele ocluso na própria casa, cada um procurando desempenhar bem seu papel no momento presente.
É muito gratificante estar atento e aberto para a beleza da natureza, saber respeitá-la e usufruir dos seus encantos. Que sensação deliciosa ver nossa imagem refletida inteira sem sequer tremer, na água cristalina do fundo do poço!
Reflito um pouco sobre os sonhos e concluo:.não basta sonhar. É necessário persegui-los nem que seja até às estrelas! Quando eles são feitos de matéria que constrói, devem ser molas propulsoras de nossa vontade. Se, ao invés forem como a droga que destrói, precisam ser eliminados ou substituídos.
Estou no meio do pequeno bosque, debaixo da paineira que tanto gosto. Ela ainda não está florida, mas o verde de suas folhas me acolhe com carinho. Sinto essa ternura e não consigo escapar a esse doce afago das plantas. O indiscreto bem-te-vi avisa que está de novo me observando.
Retorno à rede, agora com um livro para ler. Os meus sonhos vão ficando preguiçosos e vão rolando, rolando. Pra onde? Talvez para o Infinito...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Alegoria (miniconto)


Carmen M.S.F.Pilotto

Posa em um lindo traje rosa champagne com paetês gritantes. Retrato daquela época de veleidades e paixões. O figurino destoa da compleição física – curvada e com os cabelos ralos parcamente pintados. Na alma há música e vitalidade, no coração o desejo de sonhar por mais alguns momentos. Na música uma micro sensação de juventude desejada.