As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 26 de abril de 2022

SOL DE ABRIL



                            Madalena Tricânico

 

Vai terminar o dia...

Tenho a felicidade de voltar

Para casa vendo o ocaso.

Tanta tristeza depois de um dia

Que fiz tudo que devia,

Mas, nada que queria...

Paro e fico olhando para você!

Brilha igual para todos.

Mas, para mim você brilha forte.

Quanto mais triste estiver

O meu coração,

Mais intenso é o seu brilho.

Amanhã você voltará

Com toda sua força, e eu,

A cada pôr do sol,

Morro um pouquinho

De tristeza e solidão.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Sala de espera



Paulo Ricardo Sgarbiero

À consulta precisamos ir,
Vez ou outra não há como fugir.
Pois da saúde precisamos cuidar,
Para que uma longa vida possamos gozar.

Na sala de espera tudo vemos,
Há a criança, que bem sabemos,
Está no início desta jornada,
A mamãe que busca, seja bem tratada.

Há um idoso aguardando,
Mas o que parece, salvo engano,
É que é consulta de rotina.
Vai passar com o Dr. Farina.

Eu que não sou velho nem moço
Também espero, sem alvoroço,
Pois da minha saúde preciso cuidar,
Para muito tempo minha esposa amar.


quarta-feira, 13 de abril de 2022

Uma doce melodia



Olivaldo Júnior
 

Diabéticos - ou não -,
tomem logo da poesia,
vinho tinto da ilusão
de uma doce melodia!
 
Todo o fel da solidão
se transforma na fatia
desse altivo coração
que era só melancolia.
 
Melodia entrecortada,
toda feita de beijinhos,
beija logo, apaixonada,
 
homens feitos dos espinhos
que destilam a florada
das canções iguais a vinhos...

domingo, 10 de abril de 2022

CONCLUSÃO INESPERADA



Maria Cecilia Graner Fessel
                                                           
               Crianças tem fases de interesse por determinados assuntos que desafiam nossa capacidade de explicar. É preciso não mentir jamais para elas, mas também tornar compreensíveis fatos e acontecimentos que vivenciam.
               Ultimamente, por diversas razões (uma delas a morte de nossa gata Mila, com quase 20 anos), nosso neto de 4 anos tem mostrado grande interesse sobre o que é morrer. E por vê-lo seriamente preocupado com o tema , quis florear essa realidade chocante da vida - de que todos somos perecíveis- com um enfoque ecológico. E assim lhe disse, usando uma cena que ele mesmo já observara com muita preocupação, apaixonado que é por máquinas em geral:
               “ Você já viu esses carros velhos que ficam amontoados num depósito ? O que acontece com eles? Vão enferrujando, as portas vão caindo, a lataria vai desmanchando, um dia eles viram um monte de ferro que vai esfarelando, esfarelando, até virar pó. E as árvores, elas também não duram para sempre. Depois de dar flores ou frutas bastante tempo, elas vão murchando, perdendo galhos, secando, até virar um monte de folhas e galhos secos pelo chão...”
                  -E a Mila, vovó, como ela morreu?
               “Ela também ficou velhinha, as pernas cansadas não queriam mais andar, ela não comia mais quase nada, foi respirando cada vez mais fraquinho, fraquinho, até parar de respirar, e o coração parar de bater”.
               O menininho ficou ali parado, pensando, depois :
               -E por que a gente enterra os que morrem, hein, vovó?
               “ É que acontece a mesma coisa que você viu no ferro velho...Quando um bicho, ou uma pessoa morre, eles não se movem mais, não respiram mais, não ouvem mais, não fazem mais nada, igual a uma árvore que caiu, só vão secando, secando, até virar pó, que acaba misturando com o pó da terra...”
                 -Mas por que, vovó?
               “ Porque a terra misturada com esse pó, por toda parte, quando chove e a água penetra no chão, vira uma mistura nova, muito boa para as plantas...”
               - Para as árvores?!Mas como?!
               “ As raízes das plantas chupam a água que entrou no chão e essa mistura é tão boa que com ela as plantas  fazem as folhas, as flores, as frutas, tudo que é verde e bonito”
                 Satisfeito ou não, o menino ficou pensativo até chegarmos ao parque da Agronomia, onde íamos passar umas horas. Aí, quando pisamos no grande gramado do campus, rodeado de grandes árvores, eu o ouvi falar baixinho, para si mesmo, com um certo respeito:
               - Nossa...aqui embaixo deve ter um monte de coisas mortas...”

Alguns frutos



Olga Martins

O tempo da inocência ficou de vez para trás
Nutrir a vida de esperanças torna-se imprescindível
Contudo, já não é possível crer em todas

O tempo através do qual crescemos,
amadurece alguns frutos amargos
e faz com que outros caiam ao chão sem valor,
secos e sem gosto.
Faz-se premente saborear com máximo prazer
aqueles cuja doçura, as mãos reconhecem.