Ludovico da Silva
Houve um tempo em que o dia 1º de
abril –– consagrado à mentira –– era motivo de brincadeiras dos mais variados
tipos: ingênuas, humorísticas ou carregadas de algum motivo que poderia
transformá-las em verídicas por momentos, no decorrer de suas manifestações.
Começavam em casa, provocadas por familiares, envolvendo crianças e dali saindo
às ruas. Interessante que eram facilmente acreditáveis, porque transmitidas com
toda seriedade, até que fossem reveladas ao ouvinte como uma pegadinha sem
maiores conseqüências, pois essa era a verdadeira finalidade como comemoração
da data.
Há uma justificativa para esse evento. Tantos mentirosos se consagraram através dos tempos e outros que os sucederam são facilmente encontrados pelas ruas da cidade. Deve ser pela persistência desse comportamento que foi instituído o Dia da Mentira. Uma comemoração meio estranha, mas justificável, pois eles merecem. Afinal, em meio a tantos dias comemorativos a acontecimentos os mais diversos, um a mais ou a menos não faz mal a ninguém, não é mesmo?
A gente sabe que muitos causos, ou a maioria deles, são envolvidos em situações nada verdadeiras. Não fosse assim, não teriam graça. Sérios ou ingênuos, são contados para distrair ou provocar risos. Quando alguém está rodeado de curiosos e há manifestações de alegria a todo instante é porque ali a patranha corre solta. E o patranheiro nunca é desmentido. Essa reação não é de bom tom. Por sinal, é aplaudido e solicitado a contar outras histórias do mesmo naipe.
Por outro lado, um cidadão metido a contar vantagens, normalmente, é um deslavado mentiroso. Mas aí é diferente, porque ele quer mesmo é aparecer, sem precisar botar melancia no pescoço. E onde se coloca o pescador? Nesse caso, o pescador fica de fora. Afinal, ele sempre tira fotografia ao lado do maior peixe da história e não pode ser desmentido, mesmo se for pescado no rio Piracicaba dos dias atuais. É a prova irrefutável de seu feito. E quem vai contestá-lo? Bem, por que se condenar os contadores de causos e os pescadores pelas histórias que contam, se tanta gente por aí mente de maneira deslavada, com a maior cara-de-pau, e nada acontece?
Mente-se com toda seriedade possível. E como se mente! Mente-se para encobrir uma verdade, que, às vezes, salta à vista. Não poucas vezes, mente-se para salvar uma situação.
Noutros tempos, o Dia da Mentira era esperado com muita expectativa e os brincalhões preparavam com certa antecedência qualquer situação que embaraçasse um amigo, culminando com muita gargalhada. Hoje, perdeu a graça. Não se fazem mais brincadeiras como antigamente para “pegar” um ou outro incauto. Assim visto, esse dia acabou ficando chato. É bem provável que isso acontece porque a mentira tem perna curta. Mas se o leitor tem saudade de épocas passadas e guarda consigo algo desse tipo, não perca oportunidade e ao primeiro amigo que encontrar na esquina tente uma pegadinha. Ele também vai se divertir, com certeza.
Mas não é novidade para ninguém que a mentira campeia de verdade pelo mundo afora.
Há uma justificativa para esse evento. Tantos mentirosos se consagraram através dos tempos e outros que os sucederam são facilmente encontrados pelas ruas da cidade. Deve ser pela persistência desse comportamento que foi instituído o Dia da Mentira. Uma comemoração meio estranha, mas justificável, pois eles merecem. Afinal, em meio a tantos dias comemorativos a acontecimentos os mais diversos, um a mais ou a menos não faz mal a ninguém, não é mesmo?
A gente sabe que muitos causos, ou a maioria deles, são envolvidos em situações nada verdadeiras. Não fosse assim, não teriam graça. Sérios ou ingênuos, são contados para distrair ou provocar risos. Quando alguém está rodeado de curiosos e há manifestações de alegria a todo instante é porque ali a patranha corre solta. E o patranheiro nunca é desmentido. Essa reação não é de bom tom. Por sinal, é aplaudido e solicitado a contar outras histórias do mesmo naipe.
Por outro lado, um cidadão metido a contar vantagens, normalmente, é um deslavado mentiroso. Mas aí é diferente, porque ele quer mesmo é aparecer, sem precisar botar melancia no pescoço. E onde se coloca o pescador? Nesse caso, o pescador fica de fora. Afinal, ele sempre tira fotografia ao lado do maior peixe da história e não pode ser desmentido, mesmo se for pescado no rio Piracicaba dos dias atuais. É a prova irrefutável de seu feito. E quem vai contestá-lo? Bem, por que se condenar os contadores de causos e os pescadores pelas histórias que contam, se tanta gente por aí mente de maneira deslavada, com a maior cara-de-pau, e nada acontece?
Mente-se com toda seriedade possível. E como se mente! Mente-se para encobrir uma verdade, que, às vezes, salta à vista. Não poucas vezes, mente-se para salvar uma situação.
Noutros tempos, o Dia da Mentira era esperado com muita expectativa e os brincalhões preparavam com certa antecedência qualquer situação que embaraçasse um amigo, culminando com muita gargalhada. Hoje, perdeu a graça. Não se fazem mais brincadeiras como antigamente para “pegar” um ou outro incauto. Assim visto, esse dia acabou ficando chato. É bem provável que isso acontece porque a mentira tem perna curta. Mas se o leitor tem saudade de épocas passadas e guarda consigo algo desse tipo, não perca oportunidade e ao primeiro amigo que encontrar na esquina tente uma pegadinha. Ele também vai se divertir, com certeza.
Mas não é novidade para ninguém que a mentira campeia de verdade pelo mundo afora.