As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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FOTO DE ALGUNS MEMBROS DO GOLP

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

sexta-feira, 22 de março de 2019

OUTONO


Clarice Villac

Frescor de tardes douradas...
e vão voando as folhas,
as lembranças bem-amadas,
para que tu as acolhas...

quinta-feira, 14 de março de 2019

Comemoração do Dia da Poesia 2019 - Escola Manassés

Sarau Castro Alves em comemoração ao Dia Nacional da Poesia

Participação das escritoras Dulce Fernandez, Raquel Delvaje, Ivana Negri, Madalena Tricânico, Leda Coletti e Carmen Pilotto




























quarta-feira, 13 de março de 2019

PARA UMA MULHER VIRTUOSA



Zilmar Ziller Marcos

Lá nos rincões das Alterosas,
Uma nubente, morena extremosa,
Começou a moldar sua família
Iniciada com uma robusta filha.

Aos poucos, e com denodado tino,
Palmilhou a estrada da vida.
Com inteligência , sempre aguerrida
Fez, com o que lhe trouxe o destino,

Estrutura de sólido alicerce,
Revestido com inabalável fé,
Nela nata que dia a dia cresce
Abraçando os seus e amigos até,

Nunca se abalou com os tropeços
Deixados, por acaso, em seu caminho.
Enfrentou  com amor que não tem preço
Suas dores e alegrias com igual carinho.



UM HOMEM, MUITAS MULHERES, E UMA SÓ EXISTÊNCIA



Rogério Gonçalves

Poucos saberão se tratamos de história ou ficção. Ou, quase nenhum saberá. Melhor assim. Personagens anônimos de travessia extensa, experiências vastas, entroncamentos, desvios, construções e demolições.
Verdade. Assim é melhor. Como explanar o cenário em que estou? Filho da madrugada, do frio da noite, amigo da escuridão, irmão da natureza, admirador incansável do infinito universo. Uma luz me guia. Dá a necessária luminosidade para escrever esparsos parágrafos que aturdem minha mente.
Crônicas, contos, passagens, são obras do acaso e, por vezes do ocaso. Acontecem. Como o rio que, pertinho daqui, ouço correr em fria água, banhando pedras e levando vida. Vento que balança árvores. Silêncio. Abrigo. Os animais dormem. Outros vivem sua trajetória noturna e notívaga, face ao albergue da mansidão escura.
Para quê nomes?  Julgamentos? Textos são para ilustrar, embelezar, aprender, admirar. Diante disso, sigamos.
Todos nós seres vivos, devemos graças ao feminino. Não se trata de bajulação tola, mas de dogma mais puro. Mesmo aquele fruto da iniquidade, abandonado por quem lhe deu e concedeu o bem da vida, aqui chegou pela beleza da fêmea.
O dia, por exemplo, é masculino. Ilumina-nos. Dá calor pelo irmão sol. Porém, só aparece fruto da escuridão universal. Ela que, ao que tudo indica, nos acolhe e abençoa pela e na mãe Gaia.
A mãe, a fêmea, que segura, conduz, induz e se farta em ensinar. Minha caminhada foi feita por elas. As meninas, estrelas, caminhos e entes de luz, fachos brilhantes de sabedoria, conhecimento e sentimento visto serem abençoadas com o dom da geração.
Podem pensar. Tudo, todas as coisas, nascem das fêmeas. E que beleza tal verdade. Feliz aquele que vê no cheiro, no andar, vestir, caminhar, acompanhar, as beldades femininas.
Primeiro, devemos para seguir neste parco texto, abandonar bem ou mal. O mundo não é assim. Nada é tão nefasto ou, angelical. A dicotomia é algo que afaga nossas mentes em razão de firmar conceito, e proporcionar uma reflexão mais linear e menos abrangente. Abandone esta trilha. Abra seu horizonte. Sonhe vivendo, nunca viva sonhando.
A mãe. Nada traduz este porto seguro. Aquela que nos conforta. Vejam. Qualquer mãe conforta. Até aquelas que tristes e desconhecedoras do dom que possuem, abandonam. Antes disso, geram. Formam. Senão sempre, ao menos, são fio condutor.
A primeira lição minha de fêmea, foi da mãe. O estereótipo que todo ser masculino leva consigo pela eternidade, mesmo os que pouco gozaram dela. Eu fui aquinhoado com um ser maravilhoso.
Corajosa, por vezes topetuda, arguta, sagaz e jamais temerária. Não tinha medo, do contrário, soube desde cedo que para enfrentá-lo havia um truque simples. Bastava causá-lo.
Nem sei se gostava. Mas era naquela postura firme de palavras retas e jorrando enigmas puros e repletos de malícia, picardia, que apontava onde e quando suas verdades absolutas deveriam seguir. E não duvidem. Há vários signos e símbolos na vida. Há também regras universais. Para nós puros machos, desconhecedores e desprovidos de sentir o gerar, duas frases básicas com as quais tudo será mais fácil de lidar com elas. Fêmeas tem razão, ou estão com a razão. Basta isso. Nada mais simplório e fácil.
Antes de me taxarem por menos viril, ou coisa que o valha, digo que as regrinhas acima, postas em prática facilitaram e muito o trato com o ser dadivoso. Não, não é submissão. Constatação. Vivência. Elas, quando tratadas nas regrinhas maravilhosas, se questionam e por vezes, fazem o inverso do que diziam. Justamente aquilo que você menino macho, queria. Não conte para elas tal segredo. Fica entre nós.
Mãe, formadora. Tive esta sorte. Asseio, disciplina, retidão, carinho e sempre a verdade. Pode tudo, desde que assuma seus atos. Mãe tudo perdoa. Só não suporta ser enganada. Típico delas. Nós, por vezes, admitimos um ceder que cheira vítima e um engano, visando um bem que colheremos mais na frente.
Elas não. Eu? Só aprendi com elas. Confesso. Vivo por elas. Fui criado pelas lobas. O pai, fruto de trabalho do provedor macho, se afastou da cria, pela sabedoria que possuía do poder delas.  A avó que me mostrou aventuras, novidades, desejos, quebra de paradigmas.
A tia frágil que esbanjava doçura e singelitude. A mãe protetora, genitora, acolhedora e símbolo da coragem feminina. A coragem da maquiagem da mulher que se embeleza em potes, realçando seus mais belos dotes. A coragem da garra transgressora do beijo, símbolo maior da entrega, onde dois se entrelaçam em um, e olhos cerrados tudo enxergam.
Abraços, carícias, afagos e mesmo correções feitas por elas, soam como sinos de badalar felicidade. O som do acalanto.
Ouço passos aqui do alpendre. Sons de folhas, talvez olhos de ninfas que, novamente, guiam a escrita que flui.
Amei todas as mulheres que conheci e gerei. Todas com tamanha devoção, em seus tempos, pouco importando horas, minutos ou anos. Hoje, encontrei o seio de compreensão. Do amor amplitude, onde desejo se funde a razão e compreensão. Não foi fácil chegar aqui. Os solavancos foram inúmeros, por vezes beirando o desânimo e mesmo o desprendimento e entrega para as trevas, mas, o quão prazeroso é conhecer as fêmeas e viver para elas.
As filhas lindas que tenho, senão tão perto o quanto gostaria jamais distante de pensamentos, linhas e sentidos.
As minhas modeladoras que já se foram, aquelas com que dividi os ninhos que fiz, ainda que depois, eles se desfizessem ao findar da primavera.
A namorada infantil que deu a mão e mostrou o beijo. Aquela juvenil com quem jurei casar cuidei e, em desvio, traiu a confiança que tanto eu dei e construímos passagem.
Com todas só aprendi. Reverencio aqui, as minhas deusas de amor, cumplicidade e ardor. As Anas que homenageei ao partilhar da escolha em nomes de minhas crias. Crias fruto do deus grego Dionísio, aquela com quem dividi boa parte de trilhas e que quis o destino, colocar em nossas vidas um desvio.
Às namoradas do orvalho, das estradas tortuosas ou não, que só me fizeram ver as maravilhosas belezas das curvas. Aos meus amigos bichos, principalmente aquela razão e divisão de agruras, fruto de salvamento meu, que jamais lerá este texto grato e que a mim perdoa tudo. Trista, sem prejuízo de todas as meninas animais que convivi, meu grande amor.
Aquela que me fez soltar da mãe e construir aquilo que ela queria com o macho que desejara.
Lençóis, fronhas, danças, abraços, o tato, o carinho, a querência gostosa.  Tudo emaranhado, misturado, como em prato de comida, onde cada garfada e bocada traduzem sabor de acolhimento e saciedade.
Talvez a elas deva meu vício por doces. Às minhas formigas que apontaram o quão saboroso é a sensação gustativa do adocicado. Jamais abandono também o salgado. Este vem nos devolver ao real e acordar na balança fêmea que é a dosagem igualitária e necessária. Em qualquer situação.
As meninas em que só sorvi paixão me deram o mesmo. A mão dupla do relacionamento, da semeadura feliz, onde se plantando tudo cresce e floresce. Há os momentos de geadas severas, de furacões, tormentas que, com sabedoria feminina posta em prática, saberemos levar.
Elas erram sim. E muito. Mas são como perfume quando em exagero, causam dor de cabeça, e deixam algo de ruim no ar, porém dissipando vejo que novamente aprendemos pelo aroma que foi deixado para trás.
Reverencio vocês minhas meninas. Agradeço. Eu peço desculpas se não tive a clarividência no momento em que as conheci, abrindo mão de um jardim que poderíamos ver em flor.
Só digo e desejo à todos, principalmente à vocês, a felicidade que hoje vivencio.
Um novo arado, uma nova obra, uma bela floreira. Com os dons de minha amada mãe que sei abençoar  do céu. Com o nome de minha avó que sorri altiva, gargalhando e transbordando em lágrimas de ternura por eu ter enfim encontrado, o fermento, o adubo do meu  pequeno trajeto.
A rosa que eu desejei à todas, que à algumas proporcionei, hoje colhi. Hoje vivo para ti, minha Rosa, a rosa cor de rosa, a Rosa beldade que amo perdidamente, a flor da minha parca existência.

sábado, 9 de março de 2019

Parabéns Isadora!



Paulo Ricardo Sgarbiero

Minha filha vai debutar
Já são quinze anos te amando
Eu tenho tanto para te falar
Buscarei não o fazer chorando

Foste sempre minha doçura
Com quem brinquei e sorri
Sempre com muita ternura
Contigo me diverti

Te ver crescer foi mágico
A cada aprendizado uma emoção
E se o momento fosse “trágico”
Buscava ser o teu paizão

Muito ainda temos que enfrentar
Durante o teu caminhar
E ao teu lado quero estar
Para tudo o que precisares