As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Reunião na Biblioteca

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SUPERAÇÃO



Luzia Stocco

Por muitos me apaixonei
A alguns amei
Por poucos esperei
Com dezenas sonhei
Caminhei com os heróis
Compartilhei lençóis
Afugentei temporais
Não troquei anéis
Emoções neguei
Nos impulsos, magoei
Sem perder-me, desencontrei
Alguns, a mim se entregaram,
Desesperaram
Estanquei-me
E das cinzas, renasci
Pois não me subestimei!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Seminário sobre Africanidades



Curso de Letras e Centro de Documentação e Cultura Negra realizam seminário sobre africanidades


O curso de Letras-Português da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e o Centro de Documentação e Cultura Negra realizam na próxima quarta-feira, dia 31, às 19h30, no Auditório Verde da Universidade, o I Seminário sobre Africanidades do Curso de Letras. O evento é aberto a todos os interessados e a entrada é franca.
  

PIRACICABA, 29 de outubro de 2012 – A complexidade da História da África e a beleza de sua cultura são referências fundamentais para aqueles que querem conhecer mais a fundo a origem e a formação do povo brasileiro. Tema transversal obrigatório no currículo escolar do ensino fundamental ao superior, a cultura africana vem também conquistando cada vez mais espaço no cenário universitário, entre estudantes de graduação dos mais diversos cursos e pesquisadores pertencentes a diferentes programas de pós-graduação de universidades públicas e privadas. Atentos a esse movimento, o Curso de Letras-português da Unimep e o Centro de Documentação e Cultura Negra de Piracicaba promovem na próxima quarta-feira, 31, o I Seminário sobre Africanidades do Curso de Letras. O Evento acontece no Auditório Verde da Unimep, a partir das 19h30, com entrada franca.

Pensado a fim de proporcionar uma maior reflexão sobre a importância da tradição histórica e cultural africanas, o seminário contará com a participação dos professores Antônio Filogênio Júnior (da Faculdade Claretianas de Rio Claro) e Josiane Maria de Souza (Unimep). Antônio Filogênio Júnior é filósofo, teólogo, especialista em Filosofia e em Ensino da Filosofia. A professora Josiane Maria de Souza é doutora em Teoria e História Literária e coordena o curso de Letras-português da Universidade Metodista de Piracicaba. Na pauta programada para esse seminário estão questões referentes à História oral da África, à literatura africana contemporânea de países lusófonos e a aspectos gerais da cultura e da religiosidade africanas. Os professores lerão também trechos de livros selecionados por eles especialmente para a ocasião.

A literatura africana lusófona, como a angolana e a moçambicana, há tempo tem o seu lugar garantido entre os leitores portugueses, mas no Brasil esses autores começaram a conquistar maior espaço há pouco tempo – comenta a professora Josiane Maria de Souza. “A presença de autores como o angolano José Eduardo Agualusa e do moçambicano Mia Couto no cenário brasileiro favoreceu o contato do leitor brasileiro com a literatura pós-colonial africana,” destaca a professora. E a força dessa temática parece ser tanta que o curso de Letras-português da Unimep introduziu, já para 2013, a disciplina de Literatura Africana no programa de disciplinas do curso. “É importante que o professor de língua portuguesa conheça essa literatura a fim de que possa introduzir o tema em sala de aula, orientando a leitura de seus alunos,” afirma Josiane.       
  
O Seminário é aberto a todos os interessados e espera receber, em especial, professores de literatura, história e filosofia. Além disso, os organizadores contam ainda com a presença de alunos do ensino médio das escolas da cidade – uma vez que o tema diz respeito também a um conteúdo que pode ser cobrado em alguns dos principais vestibulares do país.


Serviço

I Seminário sobre Africanidades do Curso de Letras-português da Universidade
Metodista de Piracicaba.

Local: Auditório Verde da Unimep
Data e horário: quarta-feira, 31, às 19h30
Entrada franca

Contatos: Josiane Maria de Souza. 3124-1687
               Alexandre Bragion: 9733-4933 /33742077  

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

É BOM MUDAR O RUMO DAS COISAS?



Plínio Montagner

Ninguém discorda de que os pais têm a obrigação de educar os filhos a fim de que consigam escolher por si os melhores caminhos. Mas esse empenho da família parece que nunca termina. É! Não termina mesmo.
Famílias unidas são como touceiras de bambus, cujas raízes e caules entrelaçados, se vergam quando açoitados pelo vento, mas suportam as mais fortes tempestades.
Filhos fora de casa, mesmo por pouco tempo, deixam os pais aflitos. Talvez por isso estejam permanecendo mais tempo na casa dos pais.
Os filhos anseiam sua independência, viver a própria vida. Mas sem dinheiro, sem emprego, sem segurança, como deixar o aconchego confiável dos pais, por mais modesto que seja?
Nessa relação de dependência econômica familiar as ingerências dos pais acontecem. Afinal são eles que provêm a família.
O que mais preocupa são as cobranças, embora necessárias, praticadas de forma invasivas, ou inadequadas, a ponto de humilhar o outro.
Em verdade, quem não aceita conselhos e críticas deveria viver sozinho; mas, se ficar junto à família, tem a obrigação de seguir as regrinhas básicas do convívio familiar.
Mudar a personalidade dos outros é algo inimaginável, pessoas são iguais à natureza.
Fazendo uma comparação com uma árvore que nasce torta - o que seria melhor - deixá-la do jeito que está ou tentar endireitá-la?
Filosofando um pouco, meu amigo Otto deu a resposta: a forma correta da árvore é a que está. Ela nasceu para ser torta.
Dizem os especialistas que o certo e o errado dependem da adaptação de nossa visão à realidade e aos costumes. É preciso entender que ninguém muda; fingem que mudam por precaução.
E mais, pessoa perfeita não existe, seja pai, mãe, padre, empregado, filho, filha, nora, genro, marido, mulher...
Meu pai resolvia situações conflitantes assim: cada um é como Deus fez.
Querer endireitar a forma de uma árvore a fim de deixá-la igual ou parecida às outras de sua espécie, vai acontecer que ela vai rachar, tombar e morrer.
Com amigos é igualzinho. Amizades ficam debilitadas por uma simples demonstração de sinceridade. É a hora em que a mentira é necessária.
Pessoas não são como casas, que podem ser reformadas.
Quem critica o outro a vida inteira, e vê que o outro não muda, por que não percebe que está fazendo a mesma coisa que o outro?
Até os 4 ou 5 anos de idade as crianças aceitam tudo o que ouvem, obedecem e aprendem. São como barro mole. Depois, não adianta mais insistir, o barro endureceu, a personalidade se formou, e vão fazer as coisas do seu jeito.
 Não é de pequenino que se torce o pepino?
 Muitos sofrimentos seriam evitados se o homem enxergasse as coisas do jeito que elas são, e não como gostaria que fossem.
Por isso é bobagem colocar nossas expectativas na vida dos outros, pois o “torto” pode ser a melhor forma de uma pessoa ou de uma árvore se desenvolver e viver.
O torto pode ser o mais bonito, mais disciplinado, mais perfumado, mais frutífero e mais querido do que os “perfeitos”.


sábado, 27 de outubro de 2012

O que você está lendo?


Escritor Camilo Irineu Quartarollo


ORDEM EM BABEL

Estou lendo o livro de Eloah Margoni, Babel.  Interessei-me notadamente pelo seu protagonista. A figura emblemática de Lucas, um médico de saúde da família. Lucas aparece narrando em primeira pessoa por mãos de Eloah. É homem, mulher, uma personagem híbrida ou o quê? Não, o sexo do protagonista é definido, terminantemente homem. Todavia Eloah trabalha uma personagem, não um estereótipo como se fazem nas propagandas, usando algo batido da cabeça do povão.
A questão de que se a personagem fosse mulher os leitores em geral iam vê-la como uma figura de mãe, pela força do arquétipo, e que culturalmente é cuida mesmo. Perder-se-ia o potencial que um homem pode desenvolver, a mulher talvez passasse despercebida na comunidade.
Por outro lado, observo que este rapaz não é um homem estereotipado, grosseiro, que vive de se prevalecer ou da autoafirmação masculina sobre as mulheres, mas de uma pessoa engajada. Um homem sensível, intuitivo, perceptivo, com qualidades femininas e de maternidade, mas não efeminado. Em conversa pelo Facebook a autora confessa que foi difícil decidir pelo sexo do protagonista, mas se o fez foi por um motivo próprio. Assim nasceu Lucas de Eloah, um homem diferente, os leitores verão.
Um ser humano como qualquer um, que gosta de vasos, flores, e pode incorrer em erros e contradições como encontrar larvas do aedes aegypit em sua própria casa. Contudo, quem o conhece, como nós leitores, saberemos que salvou muitos que vivem em extrema contradição e miséria extrema, triste e por vezes hilária, como é a vida.
Então, este Lucas não é um bentinho, diria, mas uma capitu, com todas as nuances que Eloah lhe deu.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A professora Marly e... Ana Bolena



Maria de Fátima Rodrigues

Tive ótimos professores, tanto no primário como ginásio e colegial que fizeram a diferença em minha vida, e gostaria de escrever sobre todos eles, mas decidi começar  por uma professora que admirava muito, onde estudei no Instituto Estadual de Educação Sud Mennucci, em Piracicaba-SP, durante sete anos, ginásio e colegial. Minha admiração por ela era por vários motivos: seu modo peculiar de lecionar e pela sua, digamos, “exuberante” personalidade e inteligência... minha professora de História Geral, Marly T. Germano Perecin! Hoje é historiadora proeminente nessa cidade, e com vários livros publicados.
... “Primeiro dia de aula de História Geral, da quarta séria ginasial: entrou na sala uma senhora elegante, de cabelos negros, pele alva e com uma bolsa lindíssima. O detalhe de um lenço de seda delicadamente nela enlaçado, era fantástico. Usava um batom vermelho, e o que mais me chamou a atenção foi seu anel no dedo, que era um relógio.
Imaginem um anel relógio? Alunos costumam prestar atenção na maneira de vestir de seus professores! É claro, que há diferença entre as observações das meninas e dos meninos! rs.
Apresentou-se, fez a chamada e disse à classe:
- “Não adotarei nenhum livro em especial, pois vocês é que o escreverão, porque prefiro consultar vários autores. Não quero que decorem a história, mas tenham o prazer de ouvi-la, tenham a curiosidade de saber como e por que os protagonistas tomaram essa ou aquela atitude. Tenham vontade de saber seus costumes, e anotem o que acharem interessante, os nomes, as datas, não só porque lhes será perguntado nas provas, mas para se situarem na época. E, ao ouvirem o nome deles, saibam em que eles contribuíram para a história da humanidade, mesmo que tenham realizado obras boas ou más, certo? Espero conseguir esse intento.”
E assim foi. Eu gostava de suas aulas, mas houve uma que nunca esqueci, pela maneira ousada com que relatou a história, e não “perdoou” nada sobre o rei, o bispo, a rainha, ninguém mesmo! Naquele dia ela estava inspirada:
- “ Hoje vamos falar sobre o rei Henrique VIII da Inglaterra, de sua corte, suas 300 esposas e mais 200 amantes! (nós sabíamos que era só “força de expressão”, é claro), e seu injusto e corrupto reinado e sua amante, que depois se tornou sua esposa, a qual, acredito eu, a que mais amou: ANA BOLENA.
 Ah! Quando ele se apaixonou por ela, coitada de Catarina, sua atual esposa, que morreu não se sabe como, nem de que... Bom, o bispo deveria saber, mas deixa prá lá!
Como definirei Ana Bolena: ela era solteira, mas não fanática ” (achei aquela definição, a maneira mais sutil e criativa de falar sobre uma mulher, para aquela época, muito independente. Nós rimos muito, com certeza!).
E continuou contanto a história, não só de sua trajetória como esposa de Henrique VIII, mas também das injustiças da administração do rei, descrevendo como viviam os pobres ingleses, do poder que a Igreja Católica tinha sobre a corte, etc... mas ele se decepcionou com Ana porque ela não conseguia ter um filho homem, é, acho que foi isso. Então, infelizmente alguém, se encarregou de arranjar um adultério para que o rei “não a perdoasse” e fosse condenada a morte. Acho que foi mais ou menos assim!
Sim, professora Marly, a senhora conseguiu seu intento: inspirou-nos a querer saber e compreender a História, e mais ainda, nos ensinou como contar uma história, pois se não fosse isto, eu não teria conseguido contar em apenas uma hora e meia para uma colega de classe, a Ivete, um livro de 600 páginas: “Quo Vadis?”,  de um escritor judeu, de um nome tão complicado que nem sei escrever direito, o qual nos foi solicitado ler para uma prova oral, para a nota mensal, e justamente para a matéria História Geral.
 Ela fazia parte de meu grupo, que eram cinco alunas, e contou-me que não tinha lido o livro, nem uma linha sequer, nem sabia do que se tratava a história, e teríamos uma prova oral de História Geral na última aula sobre do dito cujo. O que fizemos? “Matamos” duas aulas anteriores e eu tentei contar-lhe “meio estilo professora Marly”, e não é que deu certo?
Bom, chegou à última aula e a professora Marly “sorteou” os nomes,  para apenas um representar, portanto responsável pela nota do “grupo todo”. Adivinhem quem foi “sorteada”? Ela mesma, a IVETE!
Ela quase teve “um treco”, mas eu disse: vai lá e responda só o que tiver certeza, não “chute”! Pois ela conseguiu responder 60% das perguntas e sua, ou melhor, nossa nota foi 6,5 e a professora Marly, ao final, perguntou:
“- Ivete, só por curiosidade, por que você ficou olhando o tempo todo para a Maria de Fátima, quando respondia as perguntas?”
Ela deu um sorriso sem graça, e respondeu: -“Sei lá, acho que foi nervosismo, então olhei só para uma pessoa e me concentrar, só isso.”
Pois bem, professora Marly Therezinha Germano Perecin, depois de 34 anos a senhora ficou sabendo a verdade! rs.
E a Ivete teve que saber quem foi Nero, porque disseram que ele colocou fogo em Roma, quem foi Ligia, Marcus Vinicius, Caio Graco e Brutus. O que era um gladiador, qual o símbolo ou a “senha” dos cristãos (um peixe), e quando e onde Jesus disse:
 - “Quo Vadis Pedro?”
Tenho certeza de que esse foi o livro que a Ivete nunca leu... rs, e o qual jamais esqueceu, e nem eu!
Professora Marly, obrigada pelas suas prazerosas e “peculiares” aulas e exemplo de criatividade, como grande educadora que foi, e hoje historiadora que é.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pé torcido



Ivana Maria França de Negri

Certos acontecimentos chegam em nossas vidas como maravilhosas lições de aprendizado. Na hora em que acontecem, podem parecer terríveis castigos, mas depois de um tempo, vemos que precisávamos mesmo passar por aquele capítulo na escola da vida.
Há algumas semanas, andando apressada na praça, de saltos altos, pisei em falso num desnível do chão. O salto virou e o pé foi junto... Em poucos segundos, ruíram meus planos de ir ao banco e em algumas lojas.
Uma dor inenarrável no tornozelo e eu caída no chão, sem conseguir me levantar. Vergonha e dor juntos. Mas um bom samaritano ajudou-me a levantar e não sei como, com a ajuda dos anjos e santos, consegui chegar em casa.
Por uma semana só consegui andar me apoiando em móveis ou com a ajuda de um cabo de guarda-chuva ou vassoura.
Na segunda semana, já conseguia me locomover, mas mancando bastante.
O mais complicado era contar dezenas de vezes o ocorrido para todos que perguntavam: “o que aconteceu?” Pensei até em escrever num papel e imprimir várias cópias para distribuir, mas achei que não seria uma boa ideia. Tive mesmo que recontar a mesma história para cada um que perguntasse sobre meu pé roxo e inchado.
Descobri que de médico e curandeiro todo mundo tem um pouco. Recebi dezenas de conselhos os mais diversos: “coloque o pé na água morna, coloque o pé na água fria, coloque o pé na água quente, coloque o pé na salmoura para desinchar, coloque uma bolsa de gelo sobre o local, passe arnica, coloque uma tala, passe gelol, vá benzer”, e outras receitas infalíveis segundo quem as dava.
Agradeço a boa vontade de todos em ajudar e confesso que segui algumas sugestões, e por fim, atendi ao apelo do meu filho (mais que um apelo, foi uma ordem!) e fui fazer ressonância.
Sou daquelas pessoas que não gosta de tomar remédios e vai ao médico só em último caso, apesar de ser esposa de médico, e ter filho, genro, nora, irmão, cunhado e sobrinhos médicos. Creio que puxei minha mãe, uma italiana teimosa.
Consegui, nestas semanas de repouso forçado, um feito inédito: desacelerar. Deixei de fazer coisas que não fizeram falta alguma. Como anuncia uma propaganda de banco, tem horas que a vida pede uma pausa.
Senti na carne a dor dos atletas, que ao superarem limites, vivem se contundindo e os técnicos e treinadores exigem deles recuperação em tempo recorde. Impossível uma recuperação relâmpago, pois não dá para consertar ossos e tendões com super bonder.
Aprendi muita coisa, inclusive, exercitei bastante a virtude da paciência.
Ainda não posso fazer as caminhadas matinais que tanto gosto e nem ir à  academia fazer ginástica. Mas melhoro a cada dia.
Prometi a mim mesma nunca mais rir das videocassetadas. Não me parece correto rir da desgraça alheia, Imagino a dor que eles sentem depois daqueles tombos e acidentes e o longo período de recuperação que se segue às quedas.
Não desejo esse tipo de coisa a ninguém. Mas, se por acaso tiverem que enfrentar algo parecido, só dou um conselho: aproveitem a experiência como uma lição, ao invés de maldizê-la, e tirem o melhor proveito possível, nem que seja usufruir de pequenas  férias forçadas.

sábado, 20 de outubro de 2012

O que você está lendo?




Maria Helena Aguiar Corazza, escritora e presidente da Academia Piracicabana de Letras


"MARIA DA GLÓRIA A PRINCESA BRASILEIRA QUE SE TORNOU RAINHA DE PORTUGAL". Autora Isabel Stilwell (consagrada em livros históricos em Portugal)

Com apenas sete anos, Maria da Glória torna-se rainha de Portugal. Sua infância foi vivida no Brasil segura pelo amor de sua mãe Leopoldina da Áustria. A ofuscar esta felicidade, apenas Domitília, a amante do imperador do Brasil e seu pai, D. Pedro I.
Após a morte da mãe em 1828 parte para Viena para ser educada na corte dos avós.
Prometida em casamento para seu tio Miguel (irmão de seu pai, o imperador), e traída por ele, que se declara rei de Portugal vai para Londres onde fica amiga de Vitória, a herdeira da coroa da Inglaterra tornando-se grandes amigas.
Aos catorze anos Maria da Glória pisa pela primeira vez o solo de Portugal. Teimosa e determinada após várias situações, inclusive de outro casamento, casa-se com D.Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, pai de seus onze filhos e assim, a "saga" continua, num livro ( que é muito lindo...), de quase setecentas páginas...".

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A CRIANÇA E A FLOR




Helena Curiacos Nallin

Dos encantos desta vida
Sem a nenhum desmerecer
Das belezas por Deus criadas
Sem as outras esquecer
A bela flor perfumada
E a criança ao nascer
São bênçãos nunca igualadas
Em nada que estamos a ver.

A flor é incomparável
A qualquer outra beleza
Que nos concede a natureza
A criança é como o perfume da flor
Trazendo-nos alegria e amor
Pois é pura como a açucena
E do criador ela acena
A grandiosidade que não podemos ver.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

AMARGA INVERSÃO



Carmen M.S.F. Pilotto


Sou pequenina da perninha grossa, vestidinho curto papai não gosta”
Cancioneiro Popular – folclore brasileiro


Na ordem não natural dos fatos
O pai contempla a filha
E se recorda do aconchego ao colo
em cirandas entoadas
àquela boneca embalada
 numa cálida tarde de maio

Se Deus foi generoso em sua longevidade
Por quê entregou-lhe um fardo
De velar sua própria cria
No outono de sua vida?

O  terceiro mistério repassado
Na desgastada conta do terço
tenta a busca da serenidade
dos inexplicáveis desígnios divinos...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Premiação Escriba de Poesias 2012


Acontece neste sábado, 20 de outubro, às 20h, na Biblioteca Municipal, a premiação do 12º Escriba de Poesias 2012.   O primeiro colocado deste ano foi João Candido dos Santos Rodrigues, com “Lavando o pão de cada dia”. Em segundo lugar ficou Luiz Kifier com a poesia “Cecogramas” e em terceiro lugar a poesia “Diário de um jardim de papel”  de Jacqueline Lopes Salgado Soares.  
Também foram premiados Esio Antonio Pezzato pela poesia “Silêncio” na categoria Melhor de Piracicaba e Levi Mota Muniz por “Ser e não ser” na categoria Melhor de 15 a 17 anos. 
Marisa Bueloni foi selecionada para a antologia. Haverá apresentação musical de Marcelo Vidal e grupo. Evento aberto ao público.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nos tempos de criança



Ludovico da Silva


Quem não traz consigo lembranças agradáveis dos tempos de criança! As meninas com as brincadeiras de roda, bonecas, amarelinha, passa anel, peteca, pata-choca, pula corda, bom barqueiro e os meninos com os jogos de bolinha gude, pião, carrinho de rolimã, rolar dentro de pneus, empinar pipa e outros entretenimentos para passar o tempo. Brincadeiras inocentes até entre meninas e meninos. Brinquedos feitos pelos próprios meninos. Que tempos saudosos que a memória nunca apaga! Talvez seja até por isso que pais e avós gostam de viver os tempos de criança, carregando os filhos de cavalinho nas costas e imitando corcovos, bem como brincando dentro de casa de esconde-esconde pega-pega, “tanda”, forca e tanto quanto mais que dão uma canseira danada. E as crianças riem dos esforços e pedem mais.
Hoje as brincadeiras são outras. As crianças preferem desenhos animados exibidos pela televisão ou passar o tempo com vídeo game e jogos de computadores. São épocas diferentes.
Não adianta fazer comparações. Os tempos são outros. Antigamente, as crianças não tinham as facilidades encontradas hoje, com tudo colocado à sua disposição, mas havia outras opções para se divertir.
Pode ser saudosismo, mas gosto de voltar um pouco no tempo. Eu fabricava caminhõezinhos, pregando uma lata vazia de marmelada Colombo em tábua de caixa de sabão de vinte e sete pedaços. As rodas eram de latas de graxa de sapato e os eixos de galhos de árvores bem roliços. A cabine do motorista era obra criativa de pedaços de madeira. Com isso, eu ficava horas me divertindo no quintal de minha casa, carregando materiais dos mais diversos tipos.
E como conversar ao telefone? Fácil. Um pedaço bem comprido de barbante ligado nas extremidades por duas latas pequenas de extrato de tomate Elefante. Nem sempre era audível, mas eu falava mais alto e o amigo respondia do outro lado e se ouvia tudo muito bem, não fosse pelas linhas telefônicas improvisadas pelo próprio som que o vento trazia. E a gente se divertia matando o tempo com conversa fiada ou combinando traquinagens inocentes, como nadar no rio por perto ou apanhar frutas nos pomares vizinhos.
Para os jogos de futebol, praticado nos campos reservados a pastagens de animais, quando não em terrenos irregulares, de terra batida, as bolas eram feitas de meias em desuso, esburacadas nos dedos e calcanhares, de tamanho dessas usadas em tênis pelos profissionais da atualidade. Os gols eram demarcados com tijolos ou mesmo bonés e roupas dos atletas envolvidos nos jogos. Não havia necessidade da área do pênalti e nem impedimentos eram considerados. O que valia mesmo eram os gols marcados e a consagração dos artilheiros, nos abraços e incentivo das torcidas.
A pipa ou papagaio não era do tipo que hoje tem os mais diferentes tamanhos e desenhos. No meu tempo era feita de papel de seda, colorido, colado com grude de água e trigo em armação de vareta de bambu e a cauda com o mesmo material, mas em elos de diversos tamanhos. Nas linhas eram colocadas mensagens que se perdiam nos ares. O empinar das pipas fustigava acirrada luta entre os concorrentes, por que algumas não subiam e davam as chamadas cabeçadas e caíam no chão.
Bem, se os tempos são outros não há como mudar, tampouco como fugir. As brincadeiras das crianças têm sua época. É a vida que passa e as recordações se transformam em saudade, que a memória registra para sempre.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professor



 Olivaldo Júnior

Formei-me professor
para espalhar estrelas,
verbos e versos, flor,
a quem nunca
os tinha tido.

Formei-me professor
para espelhar estilos,
vídeos, Vinicius, cor,
a quem nunca
os tinha visto.

Formei-me professor
para explicar estrofes,
formas e vozes, dor,
a quem nunca
os tinha ouvido.

Formei-me professor
para esboçar estudos,
músicas, musa e amor,
a quem nunca
os tinha tido.

Formei-me professor
para escutar a sala,
não para estar em casa,
sem quem nunca
me tenha visto.


sábado, 13 de outubro de 2012

O que você está lendo?

Professora, escritora e poetisa Clarice Villac


O Saci-Pererê – Resultado de um Inquérito – Monteiro Lobato

Editora Globo, SP, 2008, 384 pp.

Estou lendo um delicioso livro de Monteiro Lobato, “O Saci-Pererê – Resultado de um Inquérito”.
Publicado em 1918, na verdade Lobato é seu organizador, participa com prefácio, introdução, comentários, conclusão, epílogo.
Trata-se do primeiro livro publicado por ele, antecedendo Urupês.
Intrigado ao passar pelo Jardim da Luz, em São Paulo, e ver somente gnomos europeus, passa a sentir falta de ipês, quaresmeiras, música brasileira tocando no coreto, estátuas de escritores brasileiros, referências genuinamente nacionais...
Assim, inicia a empreitada de valorizar nossos mitos, e principalmente o Saci, até então não considerado seriamente por nossos ‘ilustres’ e ‘elegantes’ ‘intelectuais’...
Foi então que Lobato lançou um convite aos leitores do jornal Estadinho, edição vespertina do jornal O Estado de S. Paulo, para que escrevessem relatando suas histórias sobre o Saci-Pererê, o que tinham ouvido contar sobre ele, como o conheciam desde crianças...
O resultado foi tão positivo, que ele reuniu todos os depoimentos nesse livro, que tem também desenhos de sua autoria, de Voltolino, Norfini e outros artistas, assim como fotos de esculturas ‘sacizísticas’.
São relatos vindos de variadas regiões brasileiras, alguns escritos no linguajar próprio dos caipiras, habitantes das áreas rurais, e por isso tão saborosos.
Ao ler as histórias, somos remetidos a um universo em que a escuridão da noite era imensa, os matos cheios de ruídos e vozes dos pássaros, e demais animais notívagos...
Lobato apresenta cada relato com sua verve especial, inventiva, perspicaz e cômica, quase sempre ironizando os ‘ilustres eruditos’ que desvalorizavam a rica cultura genuinamente colorida e criativa de nossa gente simples. 
Por exemplo, abro ao acaso uma página, e lá está o “Depoimento do senhor Belmiro Aranha – Vem de Pitangueiras. Não está averiguado que lá haja pitangas, mas há sacis, o que é uma compensação.”.
Há depoimentos em versos, muitos contam os causos que ouviram de antigas amas e caboclos, outros narram seus próprios encontros com os sacis. 
Variam as formas físicas e de caráter do saci, alguns garantem que ele é um moleque brincalhão que não faz o mal de verdade, outros o descrevem como capaz de provocar confusão, outros ainda asseguram que ele até ajuda as pessoas nos passos importantes de suas vidas, ainda que seja de modo um tanto inusitado.
Tem até o relato sobre um poeta que encontrava inspiração numa cabecinha de saci risonho e de gorrinho, esculpida num tampo de tinteiro que conservava em sua escrivaninha, e sempre lhe acudia com belos versos...
Ainda não acabei de ler este livro, e não tenho pressa, tem sido muito bom conviver com ele... Sentir a vida como antigamente, sem o ritmo insano das grandes cidades barulhentas e apressadas...  Perceber os mistérios do desconhecido, conhecer o imaginário de nossos antepassados... 
Este livro é um grande panorama, multifacetado e ágil de nossas raízes mitológicas, orquestrado pelo espírito vivo, intensamente matizado e expressivo de Monteiro Lobato.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SER CRIANÇA




Maria de Fátima Rodrigues
.
... não tem nada de inocente,
nem de brando,
nem de cálido,
são apenas seres humanos inexperientes.

... são gente “nova no pedaço”,
que não têm ainda noção de espaço,
nem de perigo,
saíram de um lugar tão quentinho.

... daquele cordão generoso,
que vinha alimento tão gostoso,
só sobrou um furinho...
o umbigo.

- “Tem nada não gente “gande”,
esperem só prá ver,
quando eu  “quescer”...
vou mandar em todos vocês!!”

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Prêmio Cidadão de Poesia-Sinecol anuncia resultado do concurso


Premiação será dia 27, no Clube dos Comerciários, em Limeira

 O XV Prêmio Cidadão de Poesia, promovido pelo Sinecol, anuncia os vencedores nas categorias “Livre” (poetas de qualquer naturalidade) e “Regional” (nascidos ou residentes em Limeira, Araras, Leme, Conchal, Iracemápolis e Cordeirópolis). Os vencedores da Categoria Regional serão anunciados apenas no dia da premiação, como é feito tradicionalmente. O evento será realizado no dia 27 de outubro, no Clube dos Comerciários, em Limeira, às 20h00. Haverá homenagem ao ilustre professor José Ângelo Ribeiro, pela sua trajetória no segmento da Educação e Cultura. Emanuel Massaro e Débora Vidoretti apresentarão repertório de MPB e as canções autorais do álbum “O Elixir”, de Emanuel e Otacílio Monteiro.

Os poetas vencedores da Categoria LIVRE são os seguintes:
1º lugar - Reginaldo Costa de Albuquerque (Campo grande – MS)
Poema: Cadeira de balanço (Troféu Cidadão, diploma e R$ 650,00 )

2º lugar - Geraldo Trombin (Americana-SP)
Poema: Canto da página (Troféu Cidadão e diploma)

3º lugar - Lola Prata (Bragança Paulista/SP)
Poema: Encontro Místico (Troféu cidadão e diploma)

Além dos premiados, foram contemplados com o diploma de menção honrosa:
Cris Dakinis  (São Pedro da Aldeia / RJ)
Edgley Silva Gonçalves (São Paulo/ SP)
Marcio Dison  (Florianópolis/SC)
Marcos Wesley Guimarães Rosa (São José dos Campos/ SP)
Maria Aparecida S. Coquemala (Itararé/SP)
Newton de Souza Nazareth ( Rio de Janeiro/ RJ)
Roque Aloísio Weschenfelder (Santa Rosa/ RS).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

AQUARELA

Aquarela de Denise Storer

E os pescadores embevecidos banharam-se da beleza do Piracicaba, contemplaram as límpidas águas e com a energia renovada seguiram pelo dia.... (na ilusão do pintor e do poeta de um rio melhor cuidado e que não precise mais somente de imaginação e tinta para voltar a ser bonito...). Lindas telas, despertam a utopia de um rio não poluído.

(texto de Carmen Pilotto)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cultura no metrô de São Paulo


Cultura no metrô de São Paulo

Arte, cultura, poesia, livros tudo isso você encontra no espaço cultural do metrô de São Paulo.
Ótimo programa para as férias.

POESIA no metrô

Ao piracicabano as batatas


(Texto retirado do Diário do Engenho)
Apesar das inúmeras manifestações populares, de movimentos e campanhas a favor de uma renovação em massa na Câmara Municipal, os eleitores piracicabanos conseguiram reeleger 13 dos 15 atuais vereadores que compõem o legislativo da cidade. Sim, estão reeleitos esses mesmos vereadores que, há pouco, aumentaram – na calada da noite – os seus próprios salários em mais de 60%. Sim, voltarão à Câmara, por meio do voto popular, os mesmos vereadores que, temendo justamente a insurgência do povo contra os desmandos do legislativo, inibiram a participação popular nas sessões camarárias próximas das eleições, barrando-lhes a entrada e preenchendo os assentos da Câmara com os próprios assessores da respeitável Casa de Leis piracicabana. Estão novamente reeleitos pelos piracicabanos os digníssimos vereadores que tiraram do ar as sessões plenárias televisionadas e ameaçaram perseguir e censurar as manifestações dos internautas que se colocaram contra o absurdo aumento que elevou para mais de 10 mil reais os salários das doutas excelências.
 E o que há de novo no front? Nada. Em se tratando de política, Piracicaba continua a mesma: reacionária, tradicionalista, bairrista, elitista e ultrapassada. Afinal, o jogo partidário das cartas marcadas continua como sempre foi – e se a esperança nos impulsionava a crer numa verdadeira mudança, o raciocínio lógico e a análise sociológica nos mostravam que nada, de fato, mudaria. Isso porque, em primeiro lugar, o piracicabano concorda e aceita pacificamente o peso da sela que se lhes  impõem sobre o lombo os “vultos” da falsa elite piracicabana – representantes de uma oligarquia rural extinta há décadas, porém vivificada eternamente sob a égide de poderosas famílias e de seus ilustres sobrenomes. Eleger quem tem status passa a ser, assim, uma obrigação. Afinal, vivemos numa terra afamada e nossos célebres representantes necessitam ser “gente nossa.” Em contrapartida, os eleitores que não pertencem ao grupo dos “bem-nascidos” da cidade votam naqueles que, supostos líderes de sua classe social e qualificação profissional, representam figurativamente os interesses do “povão” na política partidária da urbe. Esses são os “gente como a gente.”
 De eleição em eleição, o quadro se repete – e o piracicabano vai votando, entre “ilustres e plebeus,” naqueles que lhes tocam “a alma” e fazem parte do grupo social que os identifica como “gente.” Não há escolha séria, não há escolha pautada em plataformas políticas, não há escolha feita a partir da análise de projetos ou currículo dos candidatos. O que manda sempre na cidade, e sempre mandará, é a votação a partir da empatia social. Mesmo que essa empatia se dê com candidatos que, há décadas, ocupam quase que vitaliciamente uma cadeira na vereança do município – sem nada propor de útil ou importante. Desta feita, a escolha democrática – a qual devemos sempre defender, diga-se de passagem – resume-se assim, em Piracicaba, a um jogo de empatias e reacionarismo a partir do qual o ato supremo do voto converte-se em um “coleguismo” apaixonado, ignorante e inconsequente. Nada muda, nunca. Nem os problemas nem os eleitos – e esse é o jogo velado que domina a política partidária de nossa terra. Afinal, há décadas nossos cidadãos votam praticamente nos mesmos vereadores – em detrimento de aumentos absurdos de salários e falta de projetos e soluções eficazes para as questões pontuais que urgem ser solucionadas.
 No que diz respeito ao legislativo é imperativo que os piracicabanos se calem daqui para diante. Não há, agora, do que reclamar. O instante mágico do voto foi subvertido num apadrinhamento continuista e bairrista. Votou o piracicabano pela manutenção do que ad eternun  se estabelece por aqui. Não há novidades (nem mesmo a eleição do transexual “Madalena” pode ser considerada uma novidade se pensada pelo viés do partidarismo pautado na empatia da qual aqui falamos). Por isso, por mais quatro anos o piracicabano está proibido de atirar sobre o legislativo qualquer injúria ou reclamação – afinal, o povo conhece muito bem quem ele elegeu. Por mais quatro anos, então, não pode o piracicabano atirar sobre seus eleitos a primeira pedra – sob a pena de serem os nossos conterrâneos justa e devidamente chamados de atrasados e achacados com batatas

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ode a um Edil



Lídia Sendin

Não sei por onde passeia
Sua mente desarvorada.
Os mares que ela campeia
Nos levam ao rumo do nada.

Palavras ditas ao vento
Não formam uma razão,
Não criam um pensamento,
Não têm ideia ou noção.

No seu discurso vazio
Nem o vácuo se sustenta.
Sem ar, sem quente, sem frio,
Sem uma platéia atenta.

Melhor não ver nem ouvir.
Deixar os sentidos surdos,
Pra não ter que engolir
Você e seus absurdos!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SANTO DA PAZ



Poeta Lino Vitti

De irmão chamava ao passarinho arisco,
De irmã chamava a besta cavalar.
E ele era santo, ele era São Francisco,
Aves e feras tinha para amar.

A riqueza para ele – apenas cisco –,
O mundo – um triste e exótico lugar.
E aspirava reunir, num grande aprisco,
O Céu e a Terra e  o Deserto e o Mar.

Nesse amor envolvia o mundo inteiro,
Da luz da caridade, o alto cruzeiro,
- Caminho eterno da felicidade.

Nosso irmão São Francisco,  o mundo sofre,
Abre do teu  amor o santo cofre,
Cofre da Paz à irmã Humanidade.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Oração à minha moda a São Francisco de Assis



Olivaldo Júnior

Francisco,
dê-me o dom de saber
que meu canto não é vão,
e que dentro do coração
tem mais do que saber,
tem um sopro de oração
que me alivia de saber
que sou só,
que sou só eu,
que somos Deus
e eu.

Francisco,
dê-me o dom de fazer
deste canto a compaixão,
pois é dentro do coração
que a paz há de nascer,
paz de um novo ribeirão
que me anuncia com prazer
que sou são,
que sou rio,
que somos rios.

Francisco,
dê-me o céu de quem crê
que seu canto não é não,
e que dentro do coração
tem mais do que por quê,
tem um coro em comunhão
que me inebria de você,
que é Francisco,
que é de Assis,
que assume o risco
em Deus