As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 7 de abril de 2020

O ano em que o planeta parou...



Ivana Maria França de Negri

            De quando em quando Deus dá um puxão de orelhas nos homens para lembrá-los que não são o centro do Universo.
            Esse tão temido vírus, que de uma hora para outra fez a população mundial entrar em pânico,  é a estrela do momento,  citado em todos os meios de comunicação, imprensa escrita e falada, redes sociais, rodas de conversas. É tão pequeno, tão ínfimo que só pode ser visto através de potentes microscópios. Mas causa terror e põe a nocaute toda população da Terra de uma só vez.
            Tanto orgulho, tanta soberba, tanta ânsia de poder e riqueza caem por terra. O medo de contrair o minúsculo vírus é maior. Que vergonha... o homem tão seguro de si, se achando o máximo, com superpoderes, ser derrotado por um vírus invisível aos seus olhos de tão pequeno.
            Tudo parado... Fronteiras, escolas, universidades, clubes fechados, festas, shows e congressos cancelados, e as pessoas confinadas em suas casas. O clima é de guerra. Estoques de alimentos, de água, não se sabe o dia de amanhã. Caos instalado...
            Ninguém se beija, ninguém se abraça e nem transitam sozinhos pelos elevadores. Alguns preferem subir ou descer a pé pelas escadas com medo de cruzar com alguém tossindo ou espirrando. Viramos zumbis neste momento. Em alguns países, as cidades parecem cidades fantasmas. Não há viva alma nas ruas.
            Nas bolsas e mochilas todo um aparato de álcool gel, máscaras, luvas e lenços desinfetantes.
            Não há mais super heróis, só sobreviventes. O ateu que nunca rezou, começa a fazê-lo.
            Companhias aéreas e operadoras de turismo com prejuízos incalculáveis.
           Com a contaminação em massa, constata-se que os hospitais nunca estiveram  preparados para pandemias e receber milhares de doentes de uma só vez.
           As únicas indústrias que estão a todo o vapor são as que fabricam álcool gel, máscaras e luvas.
          A Natureza, tão vilipendiada, judiada, desrespeitada, tem de mostrar sua força de quando em quando para lembrar os humanos de sua essência divina.
            Mas Deus é bom. Tudo vai passar, como sempre passou em todas as eras. Milhares podem sucumbir, mas o planeta vai continuar a girar ao redor do sol, e a lua em seu redor. A pandemia por si só vai regredindo e vai minguando até sumir de vez.
            Quantas epidemias já ceifaram milhares de vidas, mas tudo é cíclico e a paz sempre retorna. A cada lambada da vida, voltamos mais espiritualizados.
         O mundo não vai acabar, mas tomara que essas experiências sofridas induzam à reflexão e acabem com o egoísmo, a arrogância, a sede de poder e de riqueza, a soberba, a falsidade, e as pessoas se tornem mais compassivas, amorosas, solidárias.
            A cada rasteira da vida, uma lição aprendida!

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