Ivana Maria
França de Negri
De
quando em quando Deus dá um puxão de orelhas nos homens para lembrá-los que não
são o centro do Universo.
Esse
tão temido vírus, que de uma hora para outra fez a população mundial entrar em pânico, é a estrela do momento, citado em todos os meios de comunicação,
imprensa escrita e falada, redes sociais, rodas de conversas. É tão pequeno,
tão ínfimo que só pode ser visto através de potentes microscópios. Mas causa
terror e põe a nocaute toda população da Terra de uma só vez.
Tanto
orgulho, tanta soberba, tanta ânsia de poder e riqueza caem por terra. O medo
de contrair o minúsculo vírus é maior. Que vergonha... o homem tão seguro de
si, se achando o máximo, com superpoderes, ser derrotado por um vírus invisível
aos seus olhos de tão pequeno.
Tudo
parado... Fronteiras, escolas, universidades, clubes fechados, festas, shows e
congressos cancelados, e as pessoas confinadas em suas casas. O clima é de
guerra. Estoques de alimentos, de água, não se sabe o dia de amanhã. Caos
instalado...
Ninguém
se beija, ninguém se abraça e nem transitam sozinhos pelos elevadores. Alguns
preferem subir ou descer a pé pelas escadas com medo de cruzar com alguém
tossindo ou espirrando. Viramos zumbis neste momento. Em alguns países, as
cidades parecem cidades fantasmas. Não há viva alma nas ruas.
Nas
bolsas e mochilas todo um aparato de álcool gel, máscaras, luvas e lenços
desinfetantes.
Não
há mais super heróis, só sobreviventes. O ateu que nunca rezou, começa a
fazê-lo.
Companhias
aéreas e operadoras de turismo com prejuízos incalculáveis.
Com
a contaminação em massa, constata-se que os hospitais nunca estiveram preparados para pandemias e receber milhares
de doentes de uma só vez.
As
únicas indústrias que estão a todo o vapor são as que fabricam álcool gel,
máscaras e luvas.
A
Natureza, tão vilipendiada, judiada, desrespeitada, tem de mostrar sua força de
quando em quando para lembrar os humanos de sua essência divina.
Mas
Deus é bom. Tudo vai passar, como sempre passou em todas as eras. Milhares
podem sucumbir, mas o planeta vai continuar a girar ao redor do sol, e a lua em
seu redor. A pandemia por si só vai regredindo e vai minguando até sumir de
vez.
Quantas
epidemias já ceifaram milhares de vidas, mas tudo é cíclico e a paz sempre
retorna. A cada lambada da vida, voltamos mais espiritualizados.
O
mundo não vai acabar, mas tomara que essas experiências sofridas induzam à
reflexão e acabem com o egoísmo, a arrogância, a sede de poder e de riqueza, a
soberba, a falsidade, e as pessoas se tornem mais compassivas, amorosas,
solidárias.
A
cada rasteira da vida, uma lição aprendida!
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