Elda
Nympha Cobra Silveira
Quando
Antoine Saint-Exupéry, jornalista e piloto francês, escreveu, o livro “O
Pequeno Príncipe”, um ano antes da sua
morte na 2ª Guerra em 31 de julho de
1944, não sabia que seria adotado como
um presente para as jovens adolescentes. A obra é aparentemente simples, mas
profunda e contém todo o pensamento de Saint-Exupéry. Ele criou personagens
plenos de simbolismo como o rei, o contador, o geômetra, a raposa, a rosa, o
adulto solitário e a serpente, entre outros.
O
pequeno príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha
três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor
de grande beleza e orgulho, (inspirada na moça que o rejeitou) É uma obra que
nos mostra uma profunda mudança de valores e como nos equivocamos na avaliação
das coisas, das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à
solidão. Entregamo-nos às nossas
preocupações diárias, nos tornando adultos de forma definitiva e esquecemos a criança
que fomos.
Mas
a história da vida de Saint-Exupery muitos não sabem. Na prisão, capturado pelo
inimigo e condenado à morte no dia seguinte, desesperado, procura um cigarro
para se acalmar e depois um isqueiro, que não encontra porque tomaram seus pertences
ao encarcerá-lo na masmorra. Pede fogo para o carcereiro e ao acender o
cigarro, o escritor fita os olhos do
carcereiro e lhe dá um sorriso. Continuou olhando para o carcereiro e sorrindo,
um sorriso doce e terno, numa mistura de
pavor e ansiedade, mas que abre as
prisões da alma. O carcereiro não resistindo, também sorriu e perguntou “Você
tem filhos?”Sim”, disse Exupéry, tirando do bolso as fotos de sua família. Afinal, naquela hora
da madrugada, nos derradeiros momentos de sua vida, precisava conversar para disfarçar sua
angustia. De inicio, foi inútil, contudo, quando o homem se voltou para ele,
sorriu de volta, fitando-o nos olhos e o sorriso foi correspondido. O
carcereiro mostrou as fotos da família dele e disse dos planos que tinha para o
futuro, mas Exupéry disse: “que diferença há entre nós... Amanha não estarei
mais vivo e não abraçarei nunca mais meus filhos, mas você vai voltar para sua
família e poderá abraçá-la. Quando o dia amanhecer já terei sido assassinado!”
Nesse momento, as lágrimas correm pelo rosto do piloto Saint-Exupèry e ele diz não tem mais planos de futuro para seus
filhos, pois não os veria nunca mais. O carcereiro comovido, já se sentindo
amigo do prisioneiro, de repente, sem nenhuma palavra, abre a porta do cárcere
e o guia pelas ruas tortuosas da Espanha. Assim, Saint-Exupery, cruzando vielas
e dobrando esquinas escuras foge em desabalada carreira. Sente a claridade do
sol e da esperança e pensa: “Minha vida foi salva por um sorriso.”
Que
poder é esse que tem um sorriso para transformar atitudes, minimizar agressões
de desafetos, desarmar rancores e
suavizar os desejos do coração vingativo?
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