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domingo, 6 de dezembro de 2015

PEQUENO PRÍNCIPE


Elda Nympha Cobra Silveira

Quando Antoine Saint-Exupéry, jornalista e piloto francês, escreveu, o livro “O Pequeno Príncipe”,  um ano antes da sua morte na 2ª Guerra em  31 de julho de 1944, não  sabia que seria adotado como um presente para as jovens adolescentes. A obra é aparentemente simples, mas profunda e contém todo o pensamento de Saint-Exupéry. Ele criou personagens plenos de simbolismo como o rei, o contador, o geômetra, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros.
O pequeno príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e orgulho, (inspirada na moça que o rejeitou) É uma obra que nos mostra uma profunda mudança de valores e como nos equivocamos na avaliação das coisas, das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Entregamo-nos  às nossas preocupações diárias, nos tornando adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos.
Mas a história da vida de Saint-Exupery muitos não sabem. Na prisão, capturado pelo inimigo e condenado à morte no dia seguinte, desesperado, procura um cigarro para se acalmar e depois um isqueiro, que não encontra porque tomaram seus pertences ao encarcerá-lo na masmorra. Pede fogo para o carcereiro e ao acender o cigarro,  o escritor fita os olhos do carcereiro e lhe dá um sorriso. Continuou olhando para o carcereiro e sorrindo, um sorriso doce e terno, numa  mistura de pavor e ansiedade, mas  que abre as prisões da alma. O carcereiro não resistindo, também sorriu e perguntou “Você tem filhos?”Sim”, disse Exupéry, tirando do bolso  as fotos de sua família. Afinal, naquela hora da madrugada, nos derradeiros momentos de sua vida,  precisava conversar para disfarçar sua angustia. De inicio, foi inútil, contudo, quando o homem se voltou para ele, sorriu de volta, fitando-o nos olhos e o sorriso foi correspondido. O carcereiro mostrou as fotos da família dele e disse dos planos que tinha para o futuro, mas Exupéry disse: “que diferença há entre nós... Amanha não estarei mais vivo e não abraçarei nunca mais meus filhos, mas você vai voltar para sua família e poderá abraçá-la. Quando o dia amanhecer já terei sido assassinado!” Nesse momento, as lágrimas correm pelo rosto do piloto  Saint-Exupèry e ele diz  não tem mais planos de futuro para seus filhos, pois não os veria nunca mais. O carcereiro comovido, já se sentindo amigo do prisioneiro, de repente, sem nenhuma palavra, abre a porta do cárcere e o guia pelas ruas tortuosas da Espanha. Assim, Saint-Exupery, cruzando vielas e dobrando esquinas escuras foge em desabalada carreira. Sente a claridade do sol e da esperança e pensa: “Minha vida foi salva por um sorriso.”

Que poder é esse que tem um sorriso para transformar atitudes, minimizar agressões de desafetos,   desarmar rancores e suavizar os desejos do coração vingativo?

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