É bem simples
a alegria e levar a vida numa boa. Basta não complicar, não inventar.
Um estado de espírito
tranquilo é uma resposta de que a vida vai bem. Projetos, sonhos, conquistas,
dinheiro, poder, é claro que tudo isso é bom, mas não é receita cem por cento
segura para se ficar rindo à toa.
A verdade é que
quanto mais se tem mais problemas aparecem. Só mesmo na idade da reflexão é que
as pessoas percebem que as alegrias vêm quando menos se espera, e brotam nas
coisas simples. Quem não aceita, ou não gosta, de um abraço, um beijo, um
telefonema, uma piada, um cartão delicado? E tudo isto é barato e não custa nada.
Um professor
de melancolia me disse que as melhores coisas da vida são de graça.
Tive um amigo
excêntrico. Exibia a simplicidade de mendigo e ao mesmo tempo arrogância de
rico incivilizado. Não perdia oportunidade de se gabar - seu saldo bancário, suas
aplicações e bens. Chinelo de dedo, camiseta furada, short velho, cabelo
desalinhado. Vivia assim.
Sua casa enorme
não abrigava pessoas, nem amor, nem flores. Era silenciosa, vazia. Vestia-se
como miserável, não por humildade, mas por avareza. Morreu aos 74 anos, sozinho, encontrado pela
faxineira.
Sua esposa e
filhas não compartilhavam essa idiossincrasia esdrúxula. De que valeram a
opulência e o egoísmo?
A fortuna
oferece muito pouco, ou nada, a quem não ama, nem é amado. De que vale um vagão
de ouro se a doença nos pega? Existe
algo melhor a quem não tem dor nenhuma?
Resumindo: As
alegrias da vida começam com a saúde, paz familiar e na convivência com amigos.
O lema da sabedoria é esse: Viver intensamente o hoje; o futuro é incerto e,
com certeza, não será longo para todos. Por que não fazemos como os sábios que
se arrebentam de alegria só por estarem vivos?
Esta citação é
da escritora Clarice Lispector: “Sorrisos
e abraços espontâneos me emocionam. Palavras até me conquistam temporariamente.
Mas atitudes me ganham para sempre.”
Aprende-se que
não é preciso ir longe para se sentir bem. Pode estar em nosso quintal, não em
Machu-Picchu.
Outro amigo
querido diz que uma das coisas de que mais gosta é pescar numa lagoinha, ou num
pegue-pague, enquanto outros preferem a Patagônia.
Cada um se
diverte com o que tem e como pode. E com o juízo que assimilou.
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