Murilo Henrique
de Toledo Bueno *
O
Brasil tem enfrentado problemas sérios e até constrangedores, como os elevados
índices de violência, pobreza e corrupção. Porém, mesmo diante dessa triste
realidade, boa parte dos brasileiros parece não se manifestar nem se importar
com isso, preferindo fingir que nada está ocorrendo. Em um cenário marcado pela
necessidade, é preciso que a sociedade se posicione frente à ética nacional, de
forma a honrar seus direitos e valores e, assim, evitar o pior.
Na
época da ditadura militar, grande parte da população vivia inconformada com a
atuação de um governo opressor, afinal, com as restrições à liberdade de
expressão, não era possível emitir opiniões sem medir os riscos de violentas
repressões. Apesar de uma época desfavorável para manifestações, muitos foram
os movimentos populares em busca de mudanças, mesmo com as limitações na
atuação da mídia. Talvez a sensação de um Brasil melhor hoje, ajude a explicar
a inercia da sociedade diante da atual crise de valores na política e em todas
as camadas da população.
Muitos
não percebem, mas esse cenário cria um paradoxo ruim: depois de tanto sangue
“derramado” pelo direito de expressar opiniões e participar das decisões
politicas, o individuo se cala diante da crise moral contemporânea. Nesse
contexto, protestos se transformam em lamentações em voz baixa, que ninguém
ouve e talvez nem queira ouvir. Ou então em piadas, “ótimo” recurso cultural
para sorrir e se alienar frente à falta de uma postura virtuosa. Assim, apesar
de viver em um país democrático, o brasileiro guarda seus direitos e os dos
outros no bolso da calça, pelo menos quando tem uma para vestir.
Para
que o individuo não fuja de sua cidadania, é preciso honrar o sistema
democrático do país. Nesse contexto, o povo deve ir às ruas, de modo pacifico,
para exigir uma mudança de postura do poder politico. Além disso, a mobilização
deve agir na direção de quem mais necessita, educando e oferecendo
oportunidades para os excluídos, aqueles que vivem à margem da vida social,
abaixo da linha de humanidade.
Concluímos
que, o brasileiro deve parar de negar e de rir do evidente problema ético que
enfrenta. Tratam-se de questões sérias cujas soluções são difíceis e demoradas,
mas não impossíveis.
* Aluno da professora Christina Negro Silva - Colégio Dom Bosco Assunção
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