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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Brasil e suas bifurcações


                    Murilo Henrique de Toledo Bueno *

O Brasil tem enfrentado problemas sérios e até constrangedores, como os elevados índices de violência, pobreza e corrupção. Porém, mesmo diante dessa triste realidade, boa parte dos brasileiros parece não se manifestar nem se importar com isso, preferindo fingir que nada está ocorrendo. Em um cenário marcado pela necessidade, é preciso que a sociedade se posicione frente à ética nacional, de forma a honrar seus direitos e valores e, assim, evitar o pior.
Na época da ditadura militar, grande parte da população vivia inconformada com a atuação de um governo opressor, afinal, com as restrições à liberdade de expressão, não era possível emitir opiniões sem medir os riscos de violentas repressões. Apesar de uma época desfavorável para manifestações, muitos foram os movimentos populares em busca de mudanças, mesmo com as limitações na atuação da mídia. Talvez a sensação de um Brasil melhor hoje, ajude a explicar a inercia da sociedade diante da atual crise de valores na política e em todas as camadas da população.
Muitos não percebem, mas esse cenário cria um paradoxo ruim: depois de tanto sangue “derramado” pelo direito de expressar opiniões e participar das decisões politicas, o individuo se cala diante da crise moral contemporânea. Nesse contexto, protestos se transformam em lamentações em voz baixa, que ninguém ouve e talvez nem queira ouvir. Ou então em piadas, “ótimo” recurso cultural para sorrir e se alienar frente à falta de uma postura virtuosa. Assim, apesar de viver em um país democrático, o brasileiro guarda seus direitos e os dos outros no bolso da calça, pelo menos quando tem uma para vestir.
Para que o individuo não fuja de sua cidadania, é preciso honrar o sistema democrático do país. Nesse contexto, o povo deve ir às ruas, de modo pacifico, para exigir uma mudança de postura do poder politico. Além disso, a mobilização deve agir na direção de quem mais necessita, educando e oferecendo oportunidades para os excluídos, aqueles que vivem à margem da vida social, abaixo da linha de humanidade.

Concluímos que, o brasileiro deve parar de negar e de rir do evidente problema ético que enfrenta. Tratam-se de questões sérias cujas soluções são difíceis e demoradas, mas não impossíveis.

* Aluno da professora Christina Negro Silva - Colégio Dom Bosco Assunção

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