Myria Machado Botelho
Emílio
Santiago pertence a uma geração de grandes compositores e intérpretes que
marcaram a segunda metade do século passado e constituiu, sem dúvida nenhuma, o tempo áureo e brilhante da música popular
brasileira.Nomes que se tornaram legendas da arte musical, quer como criadores,
quer como cantores e formadores de conjuntos.São tantos os nomes, autores de
choros, sambas e melodias inesquecíveis que, inspirados pelo grande Pixinguinha,
com quem alguns ainda fizeram parcerias como Tom Jobim e Baden Powel, o mago do violão; Caetano e Gil, Vinicius e Toquinho, Elis
Regina, Eliseth Cardoso, Orlando Silva, Sylvio Caldas, Dorival Caymi e tantos
outros,dignos todos eles de menções e comentários.
Nascido em 6/12/1946 no Rio de Janeiro, o
menino pobre que trabalhou desde os 13 anos, estudou direito e foi ali mesmo na
faculdade que seus colegas, conhecendo seu potencial, o inscreveram à revelia, para um festival de canto e
composição em que logrou classificar as duas músicas e ganhou o prêmio de
melhor intérprete.Também à época, em 1970, graças ao apresentador de TV, Flávio
Cavalcanti, que fazia um programa famoso denominado “A grande Chance” que sua voz se tornou mais conhecida , ao
defender no Teatro Municipal do Rio, a música de Altamiro Carrilho “Chiclete
com Banana”.
O
talento precoce e natural para cantar, auxiliado pelo timbre inconfundível, de
apuradíssima afinação e modulação, tornaram-no conhecido em pouco tempo, numa
época em que se distinguiam os verdadeiros valores, levando-o a fazer da voz
seu principal instrumento.Dedicou-se à carreira, gravou centenas de discos e
conquistou seu devido lugar como um dos
maiores intérpretes de nossa música.
Elegante,
culto e educado, modesto sobretudo, como o devem ser aqueles que conquistam seu
espaço graças ao empenho e ao valor, Emílio destacou-se e
deixou-nos interpretações maravilhosas que ajudaram a sonhar e
dulcificaram inúmeros de nossos momentos. Impossível esquecer a ternura e o
encanto da voz melodiosa em composições como “As rosas não falam”,” Guacyra”,
“Brigas”, “Só danço samba”, “Falaram tanto de você”,” Copacabana”,”Viver”, “ É
bonita “... Arte, beleza e paixão que
nos deixam enorme saudade e, certamente, vão prevalecer e permanecer entre a
soma dos maiores artistas e intérpretes brasileiros!
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