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quarta-feira, 27 de março de 2013

Calou-se a Grande Voz



Myria Machado Botelho

            Emílio Santiago pertence a uma geração de grandes compositores e intérpretes que marcaram a segunda metade do século passado e constituiu, sem dúvida nenhuma,  o tempo áureo e brilhante da música popular brasileira.Nomes que se tornaram legendas da arte musical, quer como criadores, quer como cantores e formadores de conjuntos.São tantos os nomes, autores de choros, sambas e melodias inesquecíveis que, inspirados pelo grande Pixinguinha, com quem alguns ainda fizeram parcerias como Tom Jobim  e Baden Powel, o mago do violão;  Caetano e Gil, Vinicius e Toquinho, Elis Regina, Eliseth Cardoso, Orlando Silva, Sylvio Caldas, Dorival Caymi e tantos outros,dignos todos eles de menções e comentários.   
             Nascido em 6/12/1946 no Rio de Janeiro, o menino pobre que trabalhou desde os 13 anos, estudou direito e foi ali mesmo na faculdade que seus colegas, conhecendo seu potencial, o inscreveram à  revelia, para um festival de canto e composição em que logrou classificar as duas músicas e ganhou o prêmio de melhor intérprete.Também à época, em 1970, graças ao apresentador de TV, Flávio Cavalcanti, que fazia um programa famoso denominado “A grande Chance”  que sua voz se tornou mais conhecida , ao defender no Teatro Municipal do Rio, a música de Altamiro Carrilho “Chiclete com Banana”.
            O talento precoce e natural para cantar, auxiliado pelo timbre inconfundível, de apuradíssima afinação e modulação, tornaram-no conhecido em pouco tempo, numa época em que se distinguiam os verdadeiros valores, levando-o a fazer da voz seu principal instrumento.Dedicou-se à carreira, gravou centenas de discos e conquistou  seu devido lugar como um dos maiores intérpretes de nossa música.
            Elegante, culto e educado, modesto sobretudo, como o devem ser aqueles que conquistam seu espaço  graças ao empenho  e ao valor, Emílio destacou-se e deixou-nos  interpretações  maravilhosas que ajudaram a sonhar e dulcificaram inúmeros de nossos momentos. Impossível esquecer a ternura e o encanto da voz melodiosa em composições como “As rosas não falam”,” Guacyra”, “Brigas”, “Só danço samba”, “Falaram tanto de você”,” Copacabana”,”Viver”, “ É bonita “...  Arte, beleza e paixão que nos deixam enorme saudade e, certamente, vão prevalecer e permanecer entre a soma dos maiores artistas e intérpretes brasileiros!

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