Alfredo Cyrino
Hoje,
me despeço das lembranças metálicas,
pungentes,
meticulosamente gravadas,
dos
rancores, tristezas, ressentimentos.
Deixo
no passado, abandonados,
os
cuidados, as atenções e os bens que não tive,
as
crenças absolutas e os grandes embates inúteis,
as
lutas vencidas e perdidas, por nada,
os
perdões negados, as culpas e os culpados,
os
sonhos e planos inconclusos
que
cansei de perseguir.
Deixo
ao destino as mensagens
feitas
de mãos, coração e alma,
lançadas
ao mar do tempo
que
há milênios me traz o açoite das ondas
vazias
de respostas, já desnecessárias.
Digo
adeus aos meus mortos,
a
todos os que dentro de mim aprisionei.
Dos
seus corações retiro as adagas
das
dores secretas, somente minhas.
Do meu feroz pensamento os
liberto
para
a paz que lhes tomei.
E
retomo a caminhada,
com
o peito vazio,
pleno
de perdas e saudades.
Um comentário:
Lindo poema Alfredo Cyrino... adorei!!
Postar um comentário