As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Reunião na Biblioteca

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O CÃO E O MÊS DE AGOSTO

Ludovico da Silva

O cão é o melhor amigo do homem, ninguém duvida disso. São inúmeros os acontecimentos que comprovam a dedicação desse animal para com o seu dono ou com quem dele cuida. Tratado com carinho, dedicando-lhe atenção é um verdadeiro amigo de todas as horas. As pessoas que o têm sabem muito bem disso, com a alegria que manifesta a sua chegada em casa, da mesma maneira a tristeza com a sua ausência.
Um ditado muito popular afirma que é melhor mesmo ter um cão amigo que um amigo cão. E aí está tudo expresso a respeito de sua dedicação ao homem. Antigamente, era comum o cão ser atacado por uma doença incurável, que o levaria ao sacrifício.
Desde os tempos de criança eu ouvia falar que agosto era o mês do cachorro louco. E havia uma razão de ser. É que nessa época do ano ocorria o aparecimento da raiva nesse animal –– doença infecciosa, virótica, que acomete o sistema nervoso central e incide em mamíferos, cujo período de incubação vai de 20 a 60 dias. Fácil era perceber essa doença no cachorro, notadamente aqueles abandonados, que viviam soltos na rua, pois o animal aparecia expelindo baba constantemente.
Daí as crianças, que tinham pouca condição de segurança, recolhiam-se correndo para suas casas, enquanto a solução do problema ficava por conta dos adultos. Hoje a vacina anual evita que isso aconteça, pois já são raros os casos dessa doença.
Um caso do cachorro louco marcou minha vida para sempre, pois ainda continua vivo na minha memória e freqüentemente me vem à tona, sobretudo, com a chegada do mês de agosto. Um colega, naquele tempo da escola primária do bairro Paraíso, que pertencia a Piracicaba e hoje incorporado a Charqueada com a denominação de Paraisolândia, foi atacado por um cão acometido de raiva e hoje só restam saudades.
Esqueçamos as coisas tristes do passado. Melhor é lembrar agosto como o mês do folclore. Não poucas vezes, quando um acontecimento é reiteradamente revivido, diz-se que “isso é folclore”, algo inverossímil, que entrou no calendário como ficção. Folclore é muito mais que isso. A vida das pessoas é cercada de curiosidades que podem despertar uma série de sentimentos, como de alegria, felicidade, angústia e até medo.
Quando se ouve uma pessoa dizer que acredita em determinadas ocorrências, acentuadas pela divulgação oral dos povos, como lendas, crenças, costumes, cores, cantigas e outras mais, ela está perpetuando tradições folclóricas, aquilo que vem de muito longe e que passa de geração em geração.
O folclore é a manifestação espontânea de causos, cantigas de roda e de ninar, adivinhações, provérbios ou figuras conhecidas como saci-pererê, mula-sem-cabeça, vampiros e outras expressões populares.
As crendices vão do perigo de passar por baixo de uma escada, um gato preto atravessar a frente de uma pessoa, até benzimentos, mistura de frutas que fazem mal, sonhos com as mais variadas interpretações.
Uma infinidade de outros casos está ligada ao sentimento coletivo do folclore, cujo mês está chegando ao fim. Ah, mas há uma situação folclórica um tanto marota.
Sabem por que os defuntos ficam com os pés de frente para a porta de saída? Não? O folclore explica: é para eles saírem mais depressa da casa ou do velório e deixar a família em paz. Que falta de sentimento!

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