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quinta-feira, 4 de agosto de 2011
DIA DO ESCRITOR
Ruth Carvalho Lima de Assunção
Falar de escritor é antes de tudo falar em Paraty, esta cidade à beira-mar, para onde todos os anos converge o pessoal, amante e degustante de literatura, tendo nos livros e nas palavras de seus autores o seu foco de interesses.
A cidade vibra nesses dias de grande concentração e admiração pela palavra dos inúmeros autores vindos de todas as regiões do país e estrangeiros em busca de novos conhecimentos.
Toda a urbe se convulsiona num atropelo de procura pelo encanto da palavra e sobre as pedras das ruas, sofrendo suas desigualdades vai desfilando e encontrando as razões da busca incessante. Mas no final tudo vale a pena nesta cidade que escolheram para fazer palpitar nas estradas do ouro o ouro das palavras.
E, os escritores transfigurados em estrelas vão se situando em patamares onde discorrem sobre livros e escritos de outros consagrados nos meios literários.
Um envolvimento literário vai se generalizando e a sintonia entre o comercial e a palavra se insere nesta festa lítero-gastronômica que converge em um só parâmetro, o antigo e o atual.
A literatura escorre nos telões, desfila nos corredores e casarios e se insere nos bares e botequins, nos cafés literários, trazendo aos logradouros festivais de cinema e teatro.
Estabelece-se entre escritores e leitores um namoro cultural. Oswald de Andrade, o escritor, é o homenageado nesta nona Flip de Paraty.
Antonio Candido, escritor consagrado e José Miguel, professor de literatura discorrem sobre a vida e obra do homenageado com ênfase na semana de 22 e os desdobramentos da antropofagia.
Oswald de Andrade é questionado em seus valores culturais, sua voragem e valentias, seu comprometimento às mudanças, seu radicalismo em voltar-se às alterações européias, enfim seus desgastes e brilho.
Em seus momentos de exaltação escreve em 1935 a frase a seguir que ficou para a sua caminhada, após o furacão de 22, e num momento modernista, quando compôs a poesia ‘’Pau Brasil’’e o ‘’Manifesto Antropológico.
‘’ A massa há de chegar ao biscoito fino que eu fabrico.”
Na aquarela de Paraty, em todos os FLIPS, o verde das montanhas, o azul do mar, o branco das nuvens e o ouro da terra e das letras.
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Texto de Ruth Carvalho Lima de Assunção
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