Leda Coletti
A professora dialoga com sua aluna:
- Catarina, você se assustou com a história
da menina quebrada? É o que mais acontece com todas as pessoas. Algumas ainda
conseguem realinharem-se. Se não forem bem coladas se desintegram. Outras não
conseguem e vão acumulando quebraduras.
- Então, as pessoas vêm a este mundo e não ficam
inteiras?
- Assim nascem, mas, pela convivência e
assimilação de alguns valores egoístas e
estímulos ambientais não propícios, vão se machucando, se desestruturando e se
tornam dominadores e até impiedosos com os demais, principalmente com os
familiares.
- E essas rachaduras acontecem durante toda
existência?
- Se formos analisar com detalhes, essas
quebras poderiam ser evitadas, se o mundo fosse habitado somente por pessoas,
que se amassem se respeitassem...
- Como
explicar esses senões? Serão constantes na vida de cada um de nós?
- Conscientes ou inconscientes, isso é real
e pessoalmente acho muito triste, pois há muitas agressões e até guerras entre
nações, por causa do egoísmo e desamor entre as pessoas. Acrescentaria que, o
poder de uma minoria predomina sobre a maioria, composta por pessoas sem
formação instrucional, dependentes de mínimas
condições materiais, para uma
vida digna para si e suas famílias.
- Mas, como deveríamos viver para que isso não
ocorresse?
- Todo ser mortal comete erros e acertos.
Se priorizar o “Eu” estará cometendo os primeiros. Se ao contrário, valorizar o
“Outro”, será mais solidário e sábio, preocupando- se e possibilitando um
universo amplo de oportunidades para os menos privilegiados, economicamente
falando.
- Concordo e, desde já me candidato a
conviver de modo mais fraterno.
- Tenhamos a certeza de que assim vivendo,
estaremos colaborando para a construção de um país mais próspero. Em
consequência também seremos cada vez mais plenos e felizes.
Para nós ouvintes desse diálogo, há uma
pergunta que fica, para a qual ainda não
encontramos a resposta satisfatória. Mesmo sendo otimista, ousamos indagar:
Quando isso irá acontecer?
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