As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Parabéns Piracicaba que adoramos tanto, cheia de flores e de encanto, pelos 254 anos!

 


O RIO

Ludovico da Silva

 

Absorto e parecendo sonhar, me chamou a atenção uma voz macia e doce que me despertou para a realidade à minha volta.

Estava sozinho naquele abandonado espaço vazio e onde meus olhos alcançassem nada me detinha, como na alegre paisagem que ficou, mas vislumbrava uma profunda e infinita tristeza.

Seria um fantasma a provocar um sentimento no fundo de minha alma?

Vi fios grossos e escuros escorrendo pelos vãos das pedras, exalando odor que manchava os ares. Observei as margens e o leito mutilados.

Custou-me acreditar. Mas esse não é o rio do meu passado.

 


Instituto de Educação Sud Mennucci

Cássio Camilo Almeida de Negri


Houve um tempo em que a escola Sud Mennucci era a melhor de Piracicaba.

Para cursá-la, havia até uma prova chamada de exame de admissão, uma espécie de vestibular para entrar no ginásio após o quarto ano de estudos primários. O curso do ginásio ia até o científico, clássico ou normal. Durariam sete anos se o
aluno não fosse reprovado. O estudo era rigoroso e disciplinado.

Os professores eram bem formados, exigentes, e não titubeavam em dar nota baixa ou reprovar quem não soubesse a matéria.

Professores como Arquimedes Dutra, Benedito de Andrade, Salles, Evaristo, Mellita Brasil, Rossini Dutra, Zelinda, Costinha, Argino, Demosthenes, Godoy e tantos outros, aos quais devo muito e agradeço.

As chamadas orais nos faziam ficar ansiosos e torcendo para que nosso número não fosse sorteado.

Deixaram saudades as feiras científicas do professor Demosthenes. Tempo em que tínhamos mais deveres e menos direitos, e hoje agradeço por ter tido tantos deveres.

Quantas saudades! Não sei se do Sud Mennucci ou de minha juventude...

O Rio onde o peixe para...



Lídia Sendin

Se o peixe para é porque quer ver a beleza do rio, eternamente renovada pelas borbulhas deslizando para o mar. O rio entorta no caminho do sol. Parece ser o seu fim, mas antes de sumir deixa ver suas beiras sinuosas e árvores encarapitadas, arredondadas, volumosas. Tudo fica laranja no fim da tarde.

O por do sol emoldura o concreto pintando de ouro o céu de anil, em suas margens as árvores despejam suas flores tecendo tapetes de vários tons, mostrando que o equilíbrio ainda é possível.

As ralas e transparentes nuvens do poente deslizam no horizonte. É o lugar onde o rio de ouro do céu encontra as águas amarelas do rio dourado.

 O sol não arde mais, suas réstias de luz que aqueceram a tarde mergulharam na Curva do Rio e suas águas guardarão esse tesouro.

 

UM MOMENTO HISTÓRICO

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas de Piracicaba

 


Pára. Contempla o salto. Oh! Que deslumbramento!

Final feliz de um sonho, aliado a uma esperança.

Findava a viagem, sim. Que histórico momento!

Capitão Povoador! Piracicaba, criança!

 

Seu olhar percorreu as colinas. O vento

Sussurrou-lhe : “é aqui, Sem mais tardança,

Funda  nova cidade;  olha o céu que portento!

Olha o salto, olha tudo, que abastança!...”

 

Histórico momento. A Noiva da Colina,

Foi ao salto buscar seu véu tão lindo,

Beijou o Capitão como feliz menina.

 

Cresceu... Meus parabéns. Teu povo vai seguindo

Tudo quanto de bom Deus lhe destina...

Ela faz anos hoje,  e , certo, está sorrindo...

     1º DE AGOSTO

Andre Bueno Oliveira

 


Noiva: neste teu aniversário,

O teu “Salto” me lembra o Calvário

Irrigado por uma ribeira...

Venho hoje em teu dia de festa,

Acalmar meu rancor que protesta,

Dar-te um beijo na face e na testa,

Agradar-te da melhor maneira!

Com todo meu carinho, te abraço,

Orgulhoso por ter um espaço

Lá no fundo do teu coração.

Isso mesmo! Apesar de nascido

Num recanto no mapa perdido,

                                     Aqui tenho meu lar, meu rincão.

LIRACICABA

Silvia de Oliveira

 

De repente

um orgulho danado

de ser de Pira

de ser caipira!

 

Em direção ao rio

todo olhar se fia-

pura mescla

de peixe-espuma

e porto-poesia

 

Quando longe

a saudade pia...

há o som da viola,

do vento na plantação...

 

Em teu peito, minha terra,

povoa dor e alegria,

avanço e retrocesso,

desde sempre és a lira.

 

Orgulho danado

de ser tua filha!

 

TIMIDA CAPELA DE MONTE ALEGRE

Marilda de Luccas Sampronha

              




                   

Tímida, tu moras bem no alto,

onde ainda não chegou o asfalto,

porta e janelas pequenas, um projeto divinal.

És tu uma capela perfeita, não conheço outra igual.

 

Cá embaixo, o jardim tristonho,

parece acordar de um sonho,

não há casais, crianças, nem velhinhos conversando...

Uns bancos descorados, um lago e flores secando!

 

Duas estátuas de bronze, simbolizavam o poder!

Para onde as levaram, não se sabe...

Restaram lugares vazios, onde só a saudade cabe,

pobre jardim sem vida, por que vieste  a morrer?

 

Sob o céu límpido e sereno,

tu, capelinha fechada, pareces estar preocupada.

O sino está esquecido, o coral emudecido, já não há ninguém a rezar,

os bancos estão vazios, nem há velas em seu altar.

 

Vem capelinha querida, desce e vem até mim!

Empresta as asas dos anjos, vem pousar no jardim.

Faremos uma caminhada, uma pequena procissão...

Atrás de nós, virá o jardim deixando marcas de saudade pelo chão....

 

1767
Esio Antonio Pezzato

O cocar na cabeça e nas mãos rija lança,
E um Paiaguá caminha esta tão fértil Terra.
O Salto regurgita em hinos de esperança,
No mato uma araponga estridulante berra.

Quebra-se a calmaria e tem final a dança.
Desconhecido olhar frente à paisagem erra.
Um destemido passo a mata adentro avança,
A tribo toda se une e arma-se para a guerra.

Sobre a calma do Rio as pirogas audazes
Chegam rapidamente à barranca portuária
Conduzindo em seu bojo homens fortes, capazes.

- "À margem, à direita!" A voz é poderosa.
E com forte comando e paixão visionária,
Neste chão planta os pés o Povoador Barbosa!

 





RIO DE PIRACICABA

Esther Vacchi Passos

 

Eu quero

Nosso rio mais limpo

Sem cheiro de poluição

Aves em pedras sem limbo

Chegando a ser atração

 

Eu quero

Na piracema ver os peixes

Saltar em água límpida

E as borboletas multicores

Em volta de flores lindas

 

Eu quero

Carícias de sua brisa

Envolvendo-me em frescor

O véu branco da noiva deslizando

Unindo-se nas águas sem odor

 

Eu quero

Junto ao rio céu azulado

Sem poluição de queimada

Deixando o poeta inspirado

Fazendo versos para a sua amada.

 


PIRADO POR PIRA

Julio César S. Rosa

 

Sempre pirado por Piracicaba

Aqui moro, aqui sempre vivi

Sou muito apaixonado por ti

Enamoro porque te adoro

Só aqui me acabo

                       

 

RUA DO PORTO

Sonia Amaral

 

Com suas antigas moradias

A Rua do Porto

Vem mostrar o encanto

Que a todos irradia.

 

A bela chaminé

Da saudosa olaria

Traz muita lembrança

E também muita alegria.

 

Os modestos restaurantes

Fazem seus pratos com capricho

Acolhem o povo com amor

Demonstrando simpatia.

 

SEU NOME: RUA BOA MORTE

Leda Coletti

 


Como é bonita esta rua!

Já teve bonde ziguezagueando nos paralelepípedos,

que chegavam até à estação do trem, lá na Paulista,

cenário de partida dos soldados

da Revolução Constitucionalista.

Rua que acolhe e educa estudantes

nos Colégios Piracicabano e Assunção,

que tem na área central

Santo Antonio na Catedral,

protetor dos namorados,

em 13 de junho comemorado.

Do alto dos seus prédios, vê-se à tardinha

reflexos dourados do sol no rio Piracicaba,

se despedindo atrás das colinas.

À noite, a lua cheia esplendorosa,

rodeada de estrelas meninas,

com seu brilho, a faz mais formosa.

E, Nossa Senhora da Boa Morte

com seu manto azul celeste

abençoa a cidade e lhe dá muita sorte!

 

DESABAFO DE UMA CAIPIRA

Daniela Daragoni Alves

 




Carrego comigo o sotaque

Do lugar que nasci e me viu crescer

O mesmo sotaque das pessoas que mais admiro

Pessoas que me deram a vida e lições que jamais vou esquecer

 

Carrego comigo esse sotaque caipira

Marca de um povo simples e batalhador

Sotaque de um lugar que leva o mesmo nome de um rio

Que tem à sua margem a casa do povoador

 

Cidade  de gente humilde e feliz

de lugares inesquecíveis, como a Rua do Porto, o Engenho Central

Terra de uma tranquilidade ímpar

Que nunca vi igual

 

Carrego comigo esse sotaque que muitas vezes é confundido

Com falta de instrução e até de inteligência

Um caipira muitas vezes é julgado injustamente

Por pessoas que o consideram uma pessoa boba, fácil de enganar e cheia de inocência.

 

Carrego comigo esse sotaque simples

Fui muitas vezes motivo de piada

Por pessoas que se acham “inteligentes” o bastante para rir do meu povo

Mas que escolheram a minha linda cidade para construir suas casas

 

E se para ser respeitada por essas pessoas

Eu tiver que negar as minhas raízes e o lugar que me viu nascer,

Continuarei sendo o que sou, caipira de Piracicaba

Por toda a vida...até morrer!

 

ORAÇÃO A PIRACICABA

Hugo Pedro Carradore

 




Bendita, oh! Terra Minha, de filhos ilustres e tradições gloriosas,

Piracicaba, hino de amor, emoção e promessas ditosas...

Amo-te pelo esplendor de tua beleza,

pelo teu rio que serpenteia e cai em cachoeira de espuma branca,

onde o arco-íris nasce num véu de tanta pureza.

Amo-te pelo riso de tuas crianças, pelo encanto de tuas avenidas,

Pelas tuas paisagens e pelos teus amores.

Amo-te, pelas gotas de orvalho, lágrimas das noites piracicabanas,

Caídas nas pétalas das tuas flores.

Amo-te, pelo sangue de teus filhos derramado, mortos na luta de 32,

heróis venerados do berço pátrio.

Amo-te, quando levanto os olhos para o céu,

e vejo lá no alto do Bom Jesus, de braços abertos,

o Cristo  abençoando teus filhos que penetram o sagrado átrio.

Amo-te, pelo verde magnífico dos teus canaviais,

pela tua indústria, que é uma sinfonia de progresso.

Amo-te nos versos dos teus poetas

E na saudade de teu filho egresso.

Recebe, oh! Cidade terna, esta singela oração!

Mãe e noiva, que as palavras cheguem a ti, como a serenata de um violão,

nas madrugas brindadas pelo beijo das estrelas.

Noiva eterna namorada, pelo teu resplandecente véu,

Que eu expire em paz, sob o teu sagrado chão, tendo como mortalha o teu céu.

Amém.

 

ENCANTOS DA MINHA TERRA

Ivana Maria França de Negri

 

Piracicaba dos ipês róseos e amarelos

Da Esalq e do Engenho, tão belos

Das cascatas formosas

E das pamonhas famosas

Terra da boa gente

E da pinga ardente

Do engraçado linguajar caipira

Carinhosamente chamada de “Pira”!

 

O PIRACICABA DOS PAIAGUÁS

Francisco de Assis Ferraz de Mello

 

Quanto crime ante Deus, de pensar me comovo:

Agoniza este rio que alimentou meu povo.

Quem pode imaginá-lo, um dia, colossal,

Bufando na floresta de um sol tropical?

 

Quem pode imaginar que, um dia, em suas margens,

Dos mansos animais até as onças selvagens

Foram beber sua água, enquanto a passarada

Ensaiava uma orquestra ou partia em revoada?

No salto ele rolava altivo, encapelado, sobre o basalto negro, alteando um forte brado

Que acordava o sertão de séculos atrás.

 

Abaixo, no remanso ou, então, nas corredeiras,

Passavam as canoas em bandos, ligeiras,

Levando para a guerra os índios paiaguás.

 

PIRACICABA, O ESPÍRITO DO LUGAR
Carmen M.S.F. Pilotto

 


As águas recortam odores e paisagens

de uma cidade que incorporei em minha alma

no lusco-fusco da ponte pênsil

nas ribanceiras apinhadas de pescadores

na chaminé do Engenho que rasga a Urbanidade

 

Na pracinha os velhinhos com os carrinhos de passeio

transportam guris, empresários do futuro

e as pombas arrulham histórias das dinastias

entremeadas com o metalúrgico que ali caminha.

 

Mas é nos bares que a cidade se revela

nas caninhas sorvidas em meio às angústias

nos chopes compartilhados com amigos

nos petiscos que marcam sabores e veleidades.

 

Somos partículas do ambiente em que vivemos

força viva do planeta que coabitamos.

Nosso espírito está tatuado no espaço

virtualmente presente nos fluídos cósmicos.

 

RUA DO PORTO

 

Aracy Duarte Ferrari

 

 


 


Íntimo ardente

Noite enluarada

Avenidas luzentes

Árvores resplandecentes...

 

Os pássaros chilreando

Recompõem a melodia.

A prosa, a poesia

Atingem o seu clímax.

 

O rio circunda

A cidade e o coração.

As águas correm...

Rutilantes ao reflexo da lua.

 

Ondas abundantes

Observadores atentos

Inspirados na quietude

Reflexões distantes.

 

Uma estrela cadente

Risca, de repente

O firmamento

Para meu sobressalto.

 

 

 Cidade linda!

       Sônia Amaral

 



Como é maravilhoso falar de Piracicaba.

Cidade que acolhe a todos que aqui chegam.

Piracicaba que cresce dia a dia

Expandindo os bairros em todos os pontos:

Norte, Sul, Leste e Oeste.

Onde o rio que corta a cidade

Mesmo com pouca água

É o ponto querido por todos.

Rua do Porto continua exuberante.

Amo Piracicaba!

Parabéns ,por mais um aniversário

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