02 de novembro: Dia de Finados
Olivaldo Júnior
No caminho da existência,
vão-se as flores da saudade!...
Todas unas pela essência,
mas, na essência, sem idade...
Cemitério, no Finados,
vira, enfim, contradição:
bate pelos sepultados,
mas 'sepulta' o coração.
Cada lágrima que escorre
por aquilo que eu não tive
vira a benção que socorre
quem, por mim, ainda vive...
Por não ter quem eu queria,
fui querer quem não me quis;
mas, ao largo, eu nunca via
que, no fundo, eu fui... feliz.
Sob a lápide, e sem flores,
jaz meu corpo já sem sangue;
feito céu sem beija-flores,
ou palmeiras sem o mangue...
Meu amor não crê no fim,
mas bem sabe que jamais
sobre as ondas do jardim
nosso barco chega ao cais...
Minha lágrima, meu bem,
faz de um pobre o vencedor;
venço a morte, sigo além,
quando choro, e é por amor.
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