Poliana chora naquela cama da enfermaria do hospital, ao ver
a menina doente brincar com uma linda boneca. Tanto ela como a garota estão
próximas da morte. Já a garota nada suspeita, e carinhosamente conversa com seu
brinquedo de estimação,
penteando seus
cabelos cacheados. Nesse momento, Poliana relembra sua infância de órfã de mãe,
aos cinco anos de idade. Tivera bem poucos momentos de ternura em sua infância
e adolescência. Apenas sua avó, sempre com aparência abatida, a embalava nos
dias frios. Lembra-se que ela lhe dizia nas noites de ventania: - “Minha
boneca, não tenha medo, o temporal já vai passar”. Prostituiu-se para
sobreviver. Agora aidética em fase terminal, sua amargura não tem limites e
vendo seu sofrido rosto refletido no espelho, diz para si mesma: “ Só restam
cacos da moça bonita, que fui
um dia...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário