A fúria da musa
Olivaldo Júnior
Era uma vez uma musa de um nobre poeta. Ela não fazia outra coisa senão ser isso. Ora, estava cansada de ser musa e se sentir usada! Musa é mulher que se usa?! Acho que é...
Mas o caso é que aquela musa não queria mais o seu "cargo". Assim, no meio da escrita de mais um poema pelo poeta a que se achava submetida, desceu do pedestal e voou.
O poeta, coitado, até hoje não escreveu mais nada. Até o poema que ficou ao meio permanece ao meio. E a musa?! Pelo que eu soube, deixou as asas de lado, voltou a estudar.
O sonho daquela avó, desde menina, era ser uma avó. Achava linda a Dona Benta do 'Sítio do Pica-Pau Amarelo', com seus cabelos brancos e sua imensa sabedoria para os netos!
No entanto, coisas da vida, sua única neta, mal veio ao mundo, foi morar longe, muito longe, do outro lado do mundo, impedindo seu sonho de se realizar. Ah, como a queria perto!
Assim, de tempos em tempos, quando eram férias do filho, vestia seu sonho e virava a vovó que queria ser vinte e quatro horas por dia: a Dona Benta, a doce avó de sua Narizinho!
O colo da Aurora
Pois é, parece que a Aurora de que lhe falo vivia um conto edipiano em sua vida. Nome bonito, era, ela mesma, a aurora nos braços de cada homem com o qual se fazia ser.
Não se casara. Já tinha quarenta e poucos anos, mas adorava um namoro novo e, mais que isso, um "carinha" novo, um rapazola, um teen, um adolescente mal saído dos cueiros.
Sabia que, um dia, estaria mais para o ocaso do que para a aurora, mas Aurora não se reprimia e, para um de cada vez, oferecia, gloriosa, resplendente, seu colo a seu novo amor.
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