Maria
Madalena Tricânico C. Siqueira
- Amiga, você não
vai nem acreditar! Sonhei que
era uma tartaruga. Em
uma de minhas
divagações fiquei pensando
que horror seria
se eu tivesse
nascido uma tartaruga. Não que
eu não goste
do bichinho porque
é lerdo! Acho
até engraçadinha, mas,
como tenho horror
em ficar com
os pés sujos
de terra, jamais
eu iria me acostumar. Talvez
seja por isso
que ela sempre
que for possível,
procura água para
banhar-se, coisa que
não é muito
comum com os
outros animais.
- Sabe qual
é o seu
problema Mayara, você
pensa muito, medita
e divaga em
vez de se
divertir.
- Ah...Bruna, você
não sabe o que é
isso...bem que eu
gostaria de ter
um botão na
minha nuca para
controlar meus pensamentos.
- E a casca
dura então? Não
estou falando de
“casca grossa”, de gente
sem educação. Falo do
casco mesmo da
coitada. Logo eu que
adoro passar creme
hidratante, não iria
mesmo me adaptar.
- Não posso nem
lembrar quando no
sonho, ainda bem
que acordei imediatamente, alguém
que estava passando
no jardim colocou
o pé sobre
mim pensando que
era uma pedra,
logo eu que
sou tão sensível!
- Pare com
isso! Foi apenas um sonho,
você já está
acordada e se
continuar falando vai
sonhar novamente.
- O
quê me entristece
é pensar que
nossa amiga tartaruga, ah, esqueci
de te contar,
ela tinha nome,
a zeladora do
zoológico que colocou;
tinha registro e
tudo mais. Seu
nome era Tata Tais.
- Tá...pensar o
quê, continua...
- Que tartaruga não nunca vai
poder sentir a
sensação de carregar
uma tartaruguinha na
barriga e amamentá-la,
que é a
suprema glória de ser
mamífera...Coitadinha ela bota
ovos, cobre com
a areia e
quando eles picam....picam? será.....
saem correndo para
o mar...
- Chega
de sofrer Mayara!
Só há um jeito
de você resolver
suas angustias.
- Me
fala amiga.
- Deita
mais cedo para
sonhar mais um
pouco.
Hoje quero
ser um rio
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