Elda Nympha Cobra Silveira
A idade é a somatória dos anos
vividos, simples definição e lógica, mas
cada ano acrescentado se torna mais
satisfatório e gratificante. Na época infantil toda criança tem sua graça. É a
fase dos por quês, uma fase lúdica onde a imaginação é a tônica para despertar
sonhos, muitas vezes pelo faz-de-conta,
que despertam as marionetes e os fantoches que aparecem na TV. Assim a “Galinha Pintadinha”
é cada vez mais, trocada por fatos reais. Mais para frente chegam histórias de
príncipes e princesas e o lado romântico é despertado ocupando os sonhos
românticos das adolescentes.
O sonho de namorar, casar e ter filhos
ainda permanece nos ideais de qualquer
jovem, embora não com a mesma dinâmica de anos atrás, porque hoje o anseio de
ter uma carreira de sucesso representa a realização e é a meta de qualquer
jovem.
As fases vão sendo ajustadas na idade
madura, pois bem ou mal, já se passaram muitas experiências e pode “se dar ao
luxo” de devanear sobre o passado. Reciclar
nas recordações os anseios trabalhados ao longo da vida. E parece que o
tempo é curto para isso, que esse contar dos anos, não passou. As lembranças são vívidas e ainda pode-se
recordar os amigos do tempo escolar, da época do namoro no portão e de todo
romance nele envolvido, até com detalhes, estes configurados como exclusivos,
vivenciados com tanta intensidade. Os problemas se diluem com essa volta ao
passado e até fantasiam certos momentos de má recordação, mas tudo é
desconsiderado, minimizado, pelos efeitos benéficos que emanam das recordações.
Chegamos á conclusão que foi benéfico para a energização da realidade e para
nosso crescimento espiritual. Sabemos e temos capacidade para fazer um balanço
dos prós e contras que se degladiaram em nossa vida.
Cada filho já adulto, com suas
características de personalidade, é lembrado. E facilmente misturamos os tempos
para que os meninos ou as meninas voltem de nossa lembrança, com tanta
facilidade que, mesmo com o tempo vivido,
misturamos numa só realidade filhos, netos e bisnetos como se fossem
iguais.
Como é bom perceber características dos
parentes se revelando nos mais novos, pela madeira de andar, pelo temperamento,
as feições fisionômicas, tendências e preferências. È tão prazeroso deixar sua
marca nos seus herdeiros!
Como é prazeroso rir de manias, jeitos
de ser, que representavam problemas na época vivida com marido, pais, avós,
parentes, porque tudo isso ficou marcado como coisa inesquecível. A tal ponto,
que na hora de pegar no pé, o trejeito ou maneirismo é identificado pelo nome
daquele que os tinha.
Ao assistirmos um filme de décadas
atrás, cheio de romantismo, vem-nos à
mente essa fase de ilusão onde o sexo
não era tão imediato como agora. Os jovens estão perdendo esse envolvimento,
que era mais sutil mais refinado. Havia mais respeito pela mulher.
Os filhos por sua vez, pediam a benção
dos pais ao irem dormir. Tenho um sobrinho, hoje de cabelos brancos, que ainda
pede-me a benção beijando minha mão.
Educação de berço! Estamos caminhando para o
lado permissivo, em nome da evolução de novos costumes, novos valores, dando
entrada para condutas perniciosas e problemáticas. A falta de respeito grassa
por toda mídia e se estende no nosso cotidiano.
Enfim, a idade nos traz pensamentos
envolventes e memórias gratas de um passado. “Recordar é viver.”
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