Ivana Maria França de
Negri
Mais
um 5 de junho que chega e não vislumbro nada de novo para o futuro do planeta.
Muito se fala e pouco se faz. A maioria dos projetos não chega mesmo a sair das
planilhas.
A
natureza continua a ser explorada, aniquilada, o solo calcinado, o ar poluído,
e os rios se transformaram numa verdadeira sopa de garrafas plásticas, esgoto e
lixo. A piracema é desrespeitada, as florestas derrubadas, e os últimos
espécimes selvagens vão sendo extintos por terem seus habitats destruídos.
A inversão de
valores faz com que o dinheiro seja transformado na meta primordial, no sentido
e finalidade das vidas. E ele se transforma num deus idolatrado que deve ser
buscado sem controle e sem escrúpulos. Viver neste planeta é uma guerra.
Sobrevive o mais forte, isto é, aquele que descobriu maneiras de produzir mais dinheiro.
O mundo
tornou-se um lugar onde tudo é de plástico, insípido e incolor. É de plástico o
copo, o prato, o talher, os aparelhos domésticos, cada vez mais as embalagens
tomam conta de tudo. O mundo é sintético, artificial! Nada é feito para durar.
Centenas ou
milhares de anos são necessários para que o plástico seja reabsorvido na natureza. Ninguém se preocupa com isso.
São embalagens, sacolas, bugigangas inúteis que vem da China a preço de banana,
tudo descartável após pouquíssimo tempo de uso. Animais marinhos morrem ao
engolir sacos plásticos pensando ser algas.
Nossos ouvidos
são violentados com decibéis acima do que podem suportar. É a poluição sonora.
E necessitamos de silêncio para ouvir a paz que sussurra ao nosso coração.
Se nada
fizermos, o destino das novas gerações pode ser sombrio. Temo só em pensar na
profecia do Grande Chefe Índio que, com toda sabedoria herdada de seus
antepassados, sentenciou: “Quando o último rio secar, a última árvore estiver
derrubada e o último animal for abatido, o homem verá que não pode se alimentar
de dinheiro, e então será tarde demais e a única água que restará serão as
lágrimas amargas de arrependimento”.
É necessário
não faltar com o respeito a nenhum ser da natureza, seja ele gente, bicho ou
planta, pois todos se interdependem entre si. Cada um pode fazer a sua parte.Economizando
no consumo de água, um bem muito raro e precioso no futuro, poupando energia elétrica,
comprando produtos ecologicamente corretos, utilizando em maior escala os
materiais reciclados e só adquirindo mercadorias que forem necessárias e que
não danifiquem o meio ambiente. Afinal, a origem da palavra ecologia vem do
grego, “oikos” – que quer dizer casa e
“logos” - estudo. E a ecologia começa em casa.
A participação
da sociedade como um todo é fundamental. Trabalhar com o objetivo de idealizar
ações para resguardar o futuro do planeta que todos compartilham.
Até
a Igreja Católica acrescentou em sua lista de novos pecados os crimes
ambientais. Já não se pode incendiar, matar, desflorestar, poluir, acobertados
pela impunidade. Pecamos por pensamentos, palavras, obras e omissões. Não
podemos mais ser omissos ou o planeta será extinto.
Sem preservação
ambiental, não há futuro. Dependemos do meio ambiente para sobreviver. E o meio
ambiente depende da nossa proteção.
A Terra não
pertence ao homem, e sim o homem à Terra.
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