Correr riscos
tem muito a ver com liberdade. Quem tem medo, e mesmo assim tem coragem de correr
riscos, é realmente uma pessoa livre.
Convém
explicar: Ninguém é totalmente livre, e assim deve ser. Sem leis, códigos e
regulamentos para limitar o comportamento do homem, não haveria paz nem
harmonia na terra, e o caos se instalaria.
O tema do
texto é outro. Estou me referindo a correr
riscos para viver melhor e ter sucesso na vida. E para que isto aconteça, além
de estudar e trabalhar, o homem precisa ousar, ser um pouco atirado, atrevido, ser
diferente, sair de vez em quando da mesmice.
Vejam estas
colocações: Quem não diz o que pensa ao chefe, e fica quieto porque tem medo de
ser despedido, não é uma pessoa livre. Segue seu bom senso e fecha a boca. Quem
não retruca para não comprometer uma amizade, está freando sua liberdade. Quem
não diz a verdade sobre a qualidade de um produto para não perder uma venda, e
com isso deixar o patrão feliz, sua individualidade fica diminuída. Quem não
abandona um emprego ruim, é escravo de si mesmo.
Assim é a
vida, seguir preceitos, e aprendendo, que às vezes é preferível ser derrotado a
vencer uma discussão.
Deixamos muitas vezes de fazer coisas boas por
medo, por complacência, devido a dificuldades de locomoção, falta de companhia,
falta de dinheiro, roupa adequada, melancolia, e assim vai.
Correr riscos
é dizer o que pensa, é retrucar, é ser traído, criticado, amado, ouvir nãos, ficar
frustrado, passar vergonha, mostrar a cara.
Essas ponderações
lembram o filme “Perfume de Mulher”, com Al Pacino e Gabrielle Anwar – Às vezes
uma linda mulher está pertinho da gente, a sós, uma música tocando, e não
tomamos nenhuma atitude. De repente, do nada, aparece um cara feio e a tira
para dançar.
No filme, Al
Pacino ousou, e após o vacilo da jovenzinha, retrucou: - “Um minuto pode ser
uma vida”. E a diva sorriu.
Sêneca (Séc. I
– D.C.), escritor, filósofo e pensador estóico romano, é dele estas citações: Riscos
devem ser corridos, pois o maior perigo que o homem corre é não arriscar nada.
Quem não arrisca, arrisca tudo.
Já perceberam
que em algumas reuniões festivas ou não, sempre há alguém que não diz nada, nem
ri? Esse tipo segue o velho ditado: Feche a boca que você passa por doutor.
Rir é correr o
risco de parecer tolo, e chorar é correr o risco de parecer sentimental. Não
devemos ter medo de ser diferentes.
Escrever? Eu
não sei escrever. Nunca fui bom em redação...
Mentira!
Não escreve
porque a escrita e a oratória revelam sentimentos, fraquezas, defeitos, e o nosso
eu. Esses medrosos, ou espertos, economizam palavras e sorrisos com medo de
serem mal interpretados.
Podem estar
certos nesse ponto, pois muita gente confunde simpatia e civilidade com
vulgaridade e licenciosidade.
Outro fator que
leva as pessoas a não correr riscos é a confiança. Quem não confia é porque tem
medo de se decepcionar. Mas quem nunca teve decepções na vida?
E, o que há de
errado estender a mão a alguém? Muitos não fazem isso, não por aversão, mas porque
acham que esse ato significa envolvimento.
E chorar?
Choramos escondidos só para não parecermos sentimentais e fracos. Ora, gritos
não vencem batalhas nem lágrimas enfraquecem os bravos.
Amar é uma das
coisas mais lindas da vida. Mas há quem não ama para não correr o risco de ser
correspondido.
Bobalhão!
Lembrete: Viver
é correr o risco de morrer.
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