Ivana Maria França de Negri
O nome da capital da Hungria, Budapeste,
não nos soa muito agradável ao associarmos
a algo ruim: peste, doença. Anteriormente, eram duas cidades com os respectivos
nomes de Buda e Peste. Depois da unificação, em 1873, passaram a ser uma só
cidade com o nome de Budapeste.
Ao contrario do que se possa pensar,
Buda, na língua deles não significa uma divindade e sim água subterrânea, pois
a cidade é pródiga em fontes de águas termais. Já Peste, palavra de origem
eslava, quer dizer panificar, fazer pão, viver da agricultura.
Portanto, Budapeste significa água e pão
– VIDA.
Essa cidade, a maior da Hungria, foi
nosso primeiro destino e já de cara começamos a nos familiarizar com sua moeda,
o Forint que vale mais ou menos 1 euro, quase três reais. Existem muitos
museus, óperas, basílicas, palácios e castelos que recebem centenas de turistas
diariamente.
Uma cidade linda, com mais de 2 milhões
de habitantes e mais de dois mil anos de
existência, tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Em Budapeste foi
construída a primeira linha de metrô do continente europeu. O serviço de
transporte é excelente e bondinhos coloridos circulam e enfeitam a cidade.
O rio Danúbio, que corta a cidade, é
navegável, e o trajeto, passando por inúmeras pontes é maravilhoso, e muitas delas são bastante antigas.
O
Parlamento é um edifício majestoso às margens do Danúbio. Castelos medievais
e igrejas belíssimas compõem um cenário
de contos de fadas.
Uma
curiosidade: em Budapeste todas as igrejas católicas foram construídas viradas
de costas para o Atlântico porque havia a crença de que coisas ruins vinham
através dele. Isso, bem antes de saberem da existência das Américas.
Na Igreja Matias foi coroada a famosa rainha
Sissi e seu marido Francisco José.
Ao adentrarmos os jardins e aposentos
dos palácios, nossa imaginação viaja, podemos sentir como vivia a realeza em
tempos que não havia televisão, internet, telefone, nada do que estamos acostumados.
Os interesses e costumes eram bem diferentes.
A tília é uma árvore típica desse lado
europeu, de copa arredondada, ornamenta parques e jardins. Tem um perfume
característico e suas folhas são utilizadas para fazer chá, que segundo a
crença local, faz bem para gripes e constipações. Dizem que o mel de flor de
tília é excelente e suave.
Aproximadamente um terço dos 250 mil
judeus que moravam na cidade morreram durante a ocupação nazista na Segunda
Guerra Mundial e monumentos históricos e importantes foram bastante danificados
nas operações de guerra. Budapeste ainda
passa por uma revitalização geral, pois tem inúmeras obras em andamento. Os
telhados coloridos dão um toque especial na arquitetura milenar.
Uma decepção: o rio Danúbio não é azul
como diz a valsa. É cinzento em dias nublados e esverdeado em dias de sol.
Budapeste é uma cidade charmosa,
elegante, com muitas atrações musicais e possui restaurantes muito elegantes. A
comida é mais ou menos a típica de toda a Europa, com muita batata nos
cardápios.
Sempre que viajo, volto com uma saudade
louca da nossa dobradinha imbatível: arroz com feijão. E também do nosso café,
pois na Europa, o que eles chamam de café é uma água rala e insossa que pouco
lembra nosso encorpado e cheiroso cafezinho.
Texto publicado na Gazeta de Piracicaba
Um comentário:
Parabéns pelas viagens internacionais e aprendizado "in loco".
Aguardamos inumeras inspirações
dessas lembranças.
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