Quando
Querubina completou 70 anos achou que já era hora de morrer. Porém, não
queria ser enterrada com qualquer roupa, pensou então em fazer o que
imaginara. Numa sexta feira cedo foi à feira na banca da Rosalda:
- Filha, me dá uns metros de um tecido bem branquinho.
Rosalda já a conhecia, pois ela estava sempre comprando em sua banca, ora um pano, ora uma linha, ora uma agulha. E Querubina sempre aproveitava para contar seus causos, que era um verdadeiro deleite.
- Olha esse tecido vó, branquinho como as roupas dos anjos. E vou lhe dar um bom desconto.
A avó sorriu, satisfeita com a comparação. Em posse de seu pano, foi para a casa e em dois dias estava pronto seu vestido: simples, longo e de mangas compridas. Vestiu e se sentiu um anjo. Estava pronta para morrer. Chamou as filhas e comunicou que queria ser enterrada com aquela roupa, não aceitaria outra.
Naquela semana, a doce velhinha recebeu a visita de sua netinha, ainda um bebê, que logo ela se apaixonou e ficou tão feliz ao lado da menina, que esqueceu de morrer. Foram anos de muito companheirismo e muita luta, mas enfim de muitas felicidades vendo aquela criança crescendo. Passado um tempo, ela precisou reajustar a roupa, havia engordado. Depois mais uns anos e teve que diminuir, havia emagrecido. Enfim, os anos passavam e a criança crescia e o vestido ia sofrendo inúmeros reajustes.
Após 25 anos, uma surpresa para a doce vovó. O vestido de morrer estava amarelado. Ficou muito preocupada, pois os anjos se vestem de branco e não de amarelo, mas acabava indo fazer outras coisas e por fim esquecia do vestido, tomou um susto quando percebeu que já passara mais de um ano que viu o vestido amarelo e não fez nada, resolveu que faria outro.
Dessa vez não foi mais à feira, pois essa já não tinha mais banca de tecidos e Rosalda havia falecido. Foi à loja, uma singela moça a atendeu, muito simpática e chamando-a de vó, assim com a feirante.
- Vó, eu vou pegar o tecido mais branco que eu tiver na loja. – Disse isso após ter recebido o pedido.
Muito tranquila a doce velhinha aguardou e ela chegou com o pano.
- Olha vó, esse tecido é branquinho como as roupas dos anjos!
Ao ouvir essas palavras os olhos de Querubina marejaram. E uma doce lágrima verteu em seus olhos. Lembrou-se das palavras de Rosalda, foram exatamente as mesmas. Sabia que estava pronta. Sua neta estava com 27 anos e já era mãe.
Fico aqui imaginando Querubina chegando ao céu e os Querubins a rodeando , todos encantados com a brancura de suas vestes. É que quando ela chegou ao céu, seu vestido ficou mais alvo ainda, da cor de sua alma.
- Filha, me dá uns metros de um tecido bem branquinho.
Rosalda já a conhecia, pois ela estava sempre comprando em sua banca, ora um pano, ora uma linha, ora uma agulha. E Querubina sempre aproveitava para contar seus causos, que era um verdadeiro deleite.
- Olha esse tecido vó, branquinho como as roupas dos anjos. E vou lhe dar um bom desconto.
A avó sorriu, satisfeita com a comparação. Em posse de seu pano, foi para a casa e em dois dias estava pronto seu vestido: simples, longo e de mangas compridas. Vestiu e se sentiu um anjo. Estava pronta para morrer. Chamou as filhas e comunicou que queria ser enterrada com aquela roupa, não aceitaria outra.
Naquela semana, a doce velhinha recebeu a visita de sua netinha, ainda um bebê, que logo ela se apaixonou e ficou tão feliz ao lado da menina, que esqueceu de morrer. Foram anos de muito companheirismo e muita luta, mas enfim de muitas felicidades vendo aquela criança crescendo. Passado um tempo, ela precisou reajustar a roupa, havia engordado. Depois mais uns anos e teve que diminuir, havia emagrecido. Enfim, os anos passavam e a criança crescia e o vestido ia sofrendo inúmeros reajustes.
Após 25 anos, uma surpresa para a doce vovó. O vestido de morrer estava amarelado. Ficou muito preocupada, pois os anjos se vestem de branco e não de amarelo, mas acabava indo fazer outras coisas e por fim esquecia do vestido, tomou um susto quando percebeu que já passara mais de um ano que viu o vestido amarelo e não fez nada, resolveu que faria outro.
Dessa vez não foi mais à feira, pois essa já não tinha mais banca de tecidos e Rosalda havia falecido. Foi à loja, uma singela moça a atendeu, muito simpática e chamando-a de vó, assim com a feirante.
- Vó, eu vou pegar o tecido mais branco que eu tiver na loja. – Disse isso após ter recebido o pedido.
Muito tranquila a doce velhinha aguardou e ela chegou com o pano.
- Olha vó, esse tecido é branquinho como as roupas dos anjos!
Ao ouvir essas palavras os olhos de Querubina marejaram. E uma doce lágrima verteu em seus olhos. Lembrou-se das palavras de Rosalda, foram exatamente as mesmas. Sabia que estava pronta. Sua neta estava com 27 anos e já era mãe.
Fico aqui imaginando Querubina chegando ao céu e os Querubins a rodeando , todos encantados com a brancura de suas vestes. É que quando ela chegou ao céu, seu vestido ficou mais alvo ainda, da cor de sua alma.
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