Bruno Peron Loureiro
O vazio é como o balão de diálogo
Sempre à espera da completude
O vazio é uma pergunta sem resposta
Ou uma resposta a outra pergunta
O vazio que rodeia nos completa
Enquanto o interior se esvazia
Há que buscar as fechaduras
Cujas chaves estão no íntimo
Que será de mim sem o outro?
Que será deste lugar sem aquele?
Num modesto truque de dialética
Fazemos do vazio o nosso guru
Que significado tem o vazio existencial
Diante da polissemia da solidão?
Que sentido tem o vazio carnal
Diante da astúcia da sofreguidão?
A resposta virá sem subterfúgios
Desde que a pergunta se enobreça
A mais nova descoberta da ciência
Não é a cura do câncer e do orgulho
Nem o fim de todos os males
É algo simples: o vazio preenche
Um comentário:
BRUNO... concordo plenamente, "o vazio preenche"!! Lindo poema.
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