Eloah Margoni
Que amor então é esse?
prende-me, doloroso,
a criaturas não humanas
como se elas
parte de mim fossem,
parte da parte
que tudo permeia
sem teia,
sem peias da real razão.
Aquilo que não sei,
dentro do escuro
ouço com certeza,
milhões de seres arranhando
o vento rouco.
E em cada suspiro
gemido ou canto
desejo abrigo eterno
aos vivos,
nascidos da explosão.
.
Por que amar assim
que me machuca,
se mão divina não tenho,
nem estendê-la posso,
tão sangue e fibra?
Então é escutar
o farfalhar das brisas,
onde mundos superpostos
inventam pesadelos
ou sonhos agradáveis mesmo,
o que é precioso,
mas, desafortunadamente,
muito raro.
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