Lídia Sendin
Brancas figuras, seres superiores
Rondam a sala, agora silenciosa,
Vagando soltos pelos corredores,
Cheios de risos e mãos atenciosas.
Ele, valente e dito provedor,
Parece frágil e cheio de emoção,
Pelo seu corpo passa algum tremor,
Como à procura de mais atenção.
Levanta, senta, como a vida é dura!
Já não contém tamanha ansiedade.
Na face rola a lágrima insegura,
De medo, amor ou de felicidade?
Sempre lhe dizem que homem não chora.
Mas no seu peito há como um nó de embrulho
Que desenrola um pouco a cada hora
Faltando espaço para ter orgulho.
A vida é sempre cheia de artimanhas,
Estar perdido numa simples sala...
Com essa dor que lhe fere as entranhas...
A um só tempo ela machuca e embala.
A dupla porta abre e num segundo
Toda a ansiosa aflição se esvai.
Agora ele tem nas mãos o mundo
E a incrível aventura de ser Pai!
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