Maria Cecília Graner Fessel
Sempre
hei de buscar em cada dia,
O seu sentido próprio, sua fala,
A mensagem escondida, a voz que cala,
E quem vai ao meu lado nesta romaria.
No âmago das coisas hei de cavocar
Para saber de que sementes se fizeram
Os gestos doces, as palavras ásperas,
As mãos a acolher, os braços a cruzar.
É bom que a gente busque algum momento,
Um canto na penumbra, algum silêncio,
E conseguir atravessar a ponte pênsil
Entre o cérebro e o coração.
É preciso escorar-se nas certezas
Descartar pedras e carunchos do feijão
E deixar que escoem nas diárias correntezas
Os resíduos que vazaram pelas mãos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário