Esio Antonio Pezzato
Se Thales não cresceu e sempre foi criança,
Por que tivemos nós de nos tornar adultos,
Perder do coração a efêmera esperança
E dos sonhos pueris esmagar nossos cultos?
Hoje dias sem sol nublam nossa lembrança
E fantasmas de dor arrastam os seus vultos.
A ciranda morreu e sepultou a dança,
Nossos sonhos azuis hoje seguem ocultos.
Se Thales mesmo adulto era um simples menino
E de cores povoou nossos sonhos dourados,
Em qual atalho foi que erramos o destino,
E crescemos sem fé, entre dores e miasmas,
Sem sorrisos de sol e sem sonhos alados,
E colamos em nós, máscaras de fantasmas?
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