O passado revive na memória dos que presenciaram os acontecimentos, dos que viveram dores e alegrias e confiaram na abertura de novos horizontes.
Livros, revistas e jornais retrataram as conquistas de séculos passados e trouxeram até nós histórias e lendas que construíram os alicerces da cultura e expansão de nossos dias.
Nos idos do século XVII, nesta terra de ninguém, viviam nas barrancas da caudal volumosa, índios remanescentes de diversos grupos. Ao lado desse restrito agrupamento, a loca de pedra guardava a memória dos habitantes, onde os índios mantinham o cemitério da tradição.
Deixaram-nos como legado muitas denominações, sobressaindo-se Piracicaba, “lugar onde o peixe para”. Densa floresta de árvores seculares e madeira nobre estendia-se desde a orla do rio, cobrindo grande extensão, onde viviam animais silvestres, contando-se, entre eles, os pássaros cantores, enfeitando a natureza.
Foi se formando em uma comunidade decadente de roceiros, mamelucos e escravos, índios e brancos de origens duvidosas. Ao lado, o rio caudaloso fornecia o alimento: pintados, jaús, dourados, e na extensa mata buscavam as carnes vermelhas.
Mulheres e crianças se dedicavam à caça e à pesca, à agropecuária, à cestaria, à cerâmica e ao preparo das farinhas.
E o povoado foi tomando forma, crescendo no tamanho e na vontade dos ribeirinhos que, por suas características desenvolvimentistas e audaciosas, tornaram a cidade em polo de destaque.
Anos vinte, ruas sem calçamento. De tempos em tempos o som do berrante anunciando a chegada da boiada que descendo da Paulista entrava pela Rua do Rosário e em algumas quadras alcançava a Luís de Queiroz, entrava pela ponte a caminho do Matadouro, lá na Vila Rezende
Uma nuvem de pó ia cobrindo as ruas por onde passavam os bois. O encanto desse desfile mexia com os ribeirinhos, que não queriam perder esse espetáculo. Nas janelas, nas sacadas, as cabeças apontavam, não querendo perder essa magia de um circo ao ar livre.
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