http://gazetadepiracicaba.cosmo.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1710497&area=26010&authent=FBABE9E6207007CEEE9AB2774542BD
A expressão artística deve ter limites?
Ivana Maria França de Negri
Em nome da liberdade de expressão, atitudes completamente descabidas são autorizadas em exposições de arte. Existem limites?
A arte é uma das mais belas manifestações da humanidade, mas não se pode confundir valor artístico com desrespeito, com violação de direitos de qualquer criatura.
A abertura da 29a Bienal de São Paulo teve uma obra polêmica que causou alvoroço antes mesmo da inauguração.
O artista Nuno Ramos expõe uma obra intitulada "Bandeira Branca", onde três urubus vivos ficarão amarrados até o final da exposição, prevista para meados de dezembro, sob caixas de som potentes e barulho constante.
Na abertura, alguém conseguiu cortar a tela de proteção e pichou: "libertem os urubus". Houve tumulto, a polícia foi chamada, e algumas pessoas foram levadas à delegacia e presas.
A Fundação Bienal de São Paulo apenas reparou a rede de proteção e divulgou nota lamentando o vandalismo e reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão dos artistas e a independência curatorial.
O que mais espanta os defensores dos direitos dos animais é que a obra teve a autorização do IBAMA, um órgão que deveria, antes de tudo, proteger a integridade dos animais.
Não existe uma lei federal que diz que é crime torturar animais? O que é lícito em se tratando de liberdade de expressão artística?
Um outro pseudo-artista, Guillermo Vargas, resgatou em 2007 um cão das ruas da Nicarágua e o expôs acorrentado numa galeria de arte. Magro e doente, o cão ficou vários dias sem água e comida e morreu lentamente de fraqueza. Ninguém fez nada.
Isso é arte? Ele argumentou para a incrédula imprensa mundial que o objetivo era chocar mesmo. Pretendia denunciar injustiças e o cão morreria nas ruas de qualquer forma. Declarou que existe hipocrisia nas pessoas que se comoveram com o cão na galeria de arte, mas não fazem o mesmo com os que estão morrendo nas ruas.
Mas precisava deixá-lo morrer ali, à míngua, para dizer isso? Foi de um mau gosto e maldade extremos.
Se a moda pega, para aparecer, os artistas vão cada vez mais inventar esculturas vivas e malvadezas deploráveis. Isso não é arte! Arte é beleza, e deixar um pobre animal acorrentado para morrer de fome e sede, nada tem de belo.
Como afirmou um articulista da Folha, o lugar de artistas como Guillermo não é nos cadernos de cultura e nas galerias de arte e sim na cadeia pois foi extremamente desumano e violou a dignidade, a liberdade e o direito à vida do animal em questão.
Violar esse direito é relegar o ser humano ao nível de bestas irracionais, afinal, não somos dotados de razão e consciência?
A expressão artística deve ter limites?
Ivana Maria França de Negri
Em nome da liberdade de expressão, atitudes completamente descabidas são autorizadas em exposições de arte. Existem limites?
A arte é uma das mais belas manifestações da humanidade, mas não se pode confundir valor artístico com desrespeito, com violação de direitos de qualquer criatura.
A abertura da 29a Bienal de São Paulo teve uma obra polêmica que causou alvoroço antes mesmo da inauguração.
O artista Nuno Ramos expõe uma obra intitulada "Bandeira Branca", onde três urubus vivos ficarão amarrados até o final da exposição, prevista para meados de dezembro, sob caixas de som potentes e barulho constante.
Na abertura, alguém conseguiu cortar a tela de proteção e pichou: "libertem os urubus". Houve tumulto, a polícia foi chamada, e algumas pessoas foram levadas à delegacia e presas.
A Fundação Bienal de São Paulo apenas reparou a rede de proteção e divulgou nota lamentando o vandalismo e reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão dos artistas e a independência curatorial.
O que mais espanta os defensores dos direitos dos animais é que a obra teve a autorização do IBAMA, um órgão que deveria, antes de tudo, proteger a integridade dos animais.
Não existe uma lei federal que diz que é crime torturar animais? O que é lícito em se tratando de liberdade de expressão artística?
Um outro pseudo-artista, Guillermo Vargas, resgatou em 2007 um cão das ruas da Nicarágua e o expôs acorrentado numa galeria de arte. Magro e doente, o cão ficou vários dias sem água e comida e morreu lentamente de fraqueza. Ninguém fez nada.
Isso é arte? Ele argumentou para a incrédula imprensa mundial que o objetivo era chocar mesmo. Pretendia denunciar injustiças e o cão morreria nas ruas de qualquer forma. Declarou que existe hipocrisia nas pessoas que se comoveram com o cão na galeria de arte, mas não fazem o mesmo com os que estão morrendo nas ruas.
Mas precisava deixá-lo morrer ali, à míngua, para dizer isso? Foi de um mau gosto e maldade extremos.
Se a moda pega, para aparecer, os artistas vão cada vez mais inventar esculturas vivas e malvadezas deploráveis. Isso não é arte! Arte é beleza, e deixar um pobre animal acorrentado para morrer de fome e sede, nada tem de belo.
Como afirmou um articulista da Folha, o lugar de artistas como Guillermo não é nos cadernos de cultura e nas galerias de arte e sim na cadeia pois foi extremamente desumano e violou a dignidade, a liberdade e o direito à vida do animal em questão.
Violar esse direito é relegar o ser humano ao nível de bestas irracionais, afinal, não somos dotados de razão e consciência?
2 comentários:
Ivana
Deve ter limites, sim. Há muito pseudo artista que aproveita a "liberdade de expressão" e macula a qualidade da Bienal de SP, que aceita essas "expressão" ridículas. No meu blog (http://martinsmilton2.blogspot.com/) faço referência a outra "manifestação artistica", que qualifiquei de "Besteirou homicida". A "obra" daquele sujeito que aparecia assassinando personalidades. Sds.
Milton Martins
Ivana: um presente para você lá na Agenda Cultural Piracicabana
Ana Marly
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