O PASSARINHO DOURADO
Maria Emília Leitão Medeiros Redi
Faz muito tempo, muito tempo mesmo, em um pequeno vilarejo, ainda cercado por matas verdejantes, surgiu um misterioso pássaro dourado, cujo belo canto encantava a todas as pessoas.
Quem estava triste, desanimado, ao ouvir aquele canto sublime, ficava feliz novamente como num passe de mágica.
Então, as pessoas aproximavam-se da mata para contagiarem-se com a alegria inexplicável trazida pelo belo canto.
Mas, as pessoas não queriam só ouvir o canto do pássaro, queriam tomá-lo só para si.
Foi assim, que todos começaram a armar arapucas para aprisionar o pequenino ser de asas.
Em todos os lugares próximos das matas havia alguém disposto a aprisioná-lo.
Num belo dia de sol, onde no céu não tinha uma nuvenzinha sequer, o pequenino pássaro dourado foi apanhado em uma arapuca.
O Homem que tinha conseguido prender o pobrezinho, gritou bem alto:
- Agora quem quiser ouvir o canto mágico vai ter que me pagar com moedas de ouro. Vou ficar rico!
As pessoas correram para ver o pássaro dourado na gaiola em que o Homem o colocara; e, formavam fila, pagando dez moedas de ouro para poderem, assim, comprar o som mágico, que trazia a alegria e felicidade.
Mas, todos se surpreenderam... O passarinho estava encolhidinho na gaiola, tremendo de medo das pessoas, completamente silencioso!
O Homem ganancioso dava umas palmadas na gaiola e berrava: - Cante pássaro! Está me dando prejuízo. Se não cantar logo, arrancarei suas penas.
O pobrezinho se encolhia mais ainda. Tremia muito! O seu coraçãozinho fibrilava de terror.
Vinícius, um menino corajoso, de alma pura e coração bondoso, se aproximou do Homem egoísta e disse:
- Já que o pássaro não quer mais cantar, faça seu preço. Eu o comprarei com este saco cheinho de moedas de ouro.
Os olhos do Homem mau brilharam como diamantes lapidados. A ganância falou mais alto. E ele aceitou vender o pobre pássaro ao menino.
Quando o Homem entregou a gaiola ao menino, este a carregou com todo carinho e a levou para casa.
Vinícius tratou o pássaro com bondade e amor, dando-lhe o aconchego da paz e tranqüilidade.
Não demorou muito, o passarinho recomeçou a cantar.
Os habitantes da vila e arredores, vibravam de alegria com aquele som angelical.
Mas, Vinícius morria de dó de ver o pássaro dourado aprisionado. Acreditava que o pobrezinho cantasse mais por gratidão do que por vontade.
O que você faria se estivesse na situação de Vinícius?
Vinícius tomado de coragem e justiça, deixou de lado o apego que tinha pelo belo ser alado, e soltou-o da gaiola .
- Voe belo pássaro dourado! Voe livre pelos ares e encontre a sua alegria !!!
O pássaro voou pelo céu azul! Voou...voou...voou...
E... voltou a pousar no parapeito da janela.
Vinícius entendeu que era ali, ao lado dele, que o pequenino pássaro dourado tinha encontrado sua alegria.
E como acontece no final da maioria das estórias, os dois amigos foram felizes para sempre... Para sempre e ...mais um dia!
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