CARTAS DE AMOR III
Elias Jorge
Querida minha, o resfriado anual escolheu este finzinho de junho e se juntou às dores do meu nervo ciático, para me castigar. Fisicamente, o pior, desses momentos, acontecia às 4 horas da madrugada, desta segunda-feira. Desde tua partida, ninguém cuida de mim. Não há mais o chá bem quente, tampouco o carinho de ti junto a mim. O silêncio, que tem sido um bom convite, me provoca. Então reajo. Livro-me do ededrom, um tanto pesado, que já me aborrecia, e escolhi a poltrona, frente à televisão, para nela me acomodar. Não demorou muito, sentindo-me aquecido com a lembrança do teu amor, adormeci. Quando a claridade matinal, que sempre invade o meu quarto, chegou aos meus olhos, despertei. Percebi, então, que as dores que sentia e o resfriado já não me incomodavam. Abri a janela, voltei meus olhos ao céu, que estava lindo, e beijei o espaço, imaginando que o meu beijo chegaria a ti, meu amor.
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