A Deusa dos Mares
Sem se dar conta de que a noite estava chegando, ela continuava com o seu olhar ao longe, esperando as despedidas dos últimos raios do sol, que teimavam em se infiltrar pelas sombras das nuvens brancas que enfeitavam o céu. E nem percebeu que a lua abria espaço para o seu passeio noturno.E por quê ela estava ali a contemplar aquelas imagens perdidas na imensidão do céu?Saiu à tarde para um passeio. Sem destino e sem pressa para evitar o inesperado. Queria só recobrar o tempo que ficou atrás. Apenas estar ao capricho do pensamento. Bem distante da realidade que estava vivendo. Empunhava uma varinha mágica que batia despreocupada à sombra andando ao seu lado, guiando os seus passos, marcados por sonhos e fantasias.Só ela a carregar aquela angústia, sem ter alguém para desabafar o que sentia. Muitos passavam com olhares curiosos, mas nem os esbarrões descuidados a desviavam da meditação profunda em que se encontrava.O imprevisto a levou a pisar mansamente a areia branca da praia deserta. O mar penetrava barulhento pelos seus ouvidos, no rumor das ondas quebradas nos penhascos.Eram poucas as gaivotas que lhe faziam companhia, no silêncio do ocaso da tarde. Uma penumbra entre o sol que se despedia e a lua que se anunciava.A noite chegou, carregando consigo a tristeza que tornava a solidão mais forte, na imagem daqueles olhares perdidos no infinito escuro.Uma sonolência estranha se abateu sobre aquela alma, esquecida no vazio da noite, tropeçando descuidada na imaginação, como uma sonâmbula seduzida nos caminhos da fantasia.Um vento brando a despertou dos devaneios, para desfrutar de toda a graça da lua à sua frente, com a suavidade do seu clarão banhando-lhe o rosto inquieto e adoçando-lhe a amargura.Foi assim que ela se sentiu estimulada para uma nova vida, esquecendo a tristeza de um abandono cruel. Só ela e a lua gozando de toda felicidade.
Ludovico da Silva
Sem se dar conta de que a noite estava chegando, ela continuava com o seu olhar ao longe, esperando as despedidas dos últimos raios do sol, que teimavam em se infiltrar pelas sombras das nuvens brancas que enfeitavam o céu. E nem percebeu que a lua abria espaço para o seu passeio noturno.E por quê ela estava ali a contemplar aquelas imagens perdidas na imensidão do céu?Saiu à tarde para um passeio. Sem destino e sem pressa para evitar o inesperado. Queria só recobrar o tempo que ficou atrás. Apenas estar ao capricho do pensamento. Bem distante da realidade que estava vivendo. Empunhava uma varinha mágica que batia despreocupada à sombra andando ao seu lado, guiando os seus passos, marcados por sonhos e fantasias.Só ela a carregar aquela angústia, sem ter alguém para desabafar o que sentia. Muitos passavam com olhares curiosos, mas nem os esbarrões descuidados a desviavam da meditação profunda em que se encontrava.O imprevisto a levou a pisar mansamente a areia branca da praia deserta. O mar penetrava barulhento pelos seus ouvidos, no rumor das ondas quebradas nos penhascos.Eram poucas as gaivotas que lhe faziam companhia, no silêncio do ocaso da tarde. Uma penumbra entre o sol que se despedia e a lua que se anunciava.A noite chegou, carregando consigo a tristeza que tornava a solidão mais forte, na imagem daqueles olhares perdidos no infinito escuro.Uma sonolência estranha se abateu sobre aquela alma, esquecida no vazio da noite, tropeçando descuidada na imaginação, como uma sonâmbula seduzida nos caminhos da fantasia.Um vento brando a despertou dos devaneios, para desfrutar de toda a graça da lua à sua frente, com a suavidade do seu clarão banhando-lhe o rosto inquieto e adoçando-lhe a amargura.Foi assim que ela se sentiu estimulada para uma nova vida, esquecendo a tristeza de um abandono cruel. Só ela e a lua gozando de toda felicidade.
Texto classificado em primeiro lugar no Concurso Primavera de Poesia e Prosa – 1997 -promoção do Grupo Poetas do espaço Cultural de Santos, São Paulo.
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