Pedro
Israel Novaes de Almeida
Integramos o seleto grupo de pessoas
que acabaram por conviver amigavelmente com tecnologias e conceitos dos novos
tempos, apesar das discordâncias e desconhecimentos de sempre.
Na área tecnológica, sabemos acionar
com desenvoltura o comando On – Off, além de regular o som dos equipamentos.
Só.
É incômodo e infrutífero tentar
entender como um minúsculo equipamento, menor que um dedinho, pode armazenar
tantas informações, e transferi-las a outra engenhoca, mediante uma simples
acoplagem.
A ciência evoluiu com demasiada
rapidez, e restou, à maioria das pessoas, a sina de utilizar e conviver, sem
nada entender. Alguns, por pobreza ou inconformismo, conseguem conviver sem
utilizar.
Já comemoramos a utilização da
fotografia, mágica que transfere com fidelidade a imagem a um papel, e
saudamos, como mágica maior, o advento do xerox, inclusive colorido. Agora,
qualquer imagem é transferida, com fidelidade, a pessoas que se encontram a
continentes de distância, com um simples clicar de celular ou computador.
Na área médica, descobrimos que
integramos uma geração potencialmente fadada ao extermínio. Utilizávamos,
sempre, tênis de solado reto, e ficávamos horas e horas ao sol sem qualquer
protetor.
Sabemos que é um direito de todos a
busca da felicidade, modificando algumas características físicas que deprimem a
autoimagem. Assim, um nariz que impossibilita o simples tomar de um cafezinho,
na xícara, pode e deve ser corrigido, pois é incômodo operar tão trivial
operação com o auxílio de um canudinho.
O que não entendemos é o contexto
psicológico de pessoas que colocam 5 quilos de silicone no traseiro e 4 quilos
em cada mama, e acabam virando celebridades, nos programas de TV. Também é
difícil aceitar a tese de que piercings, no olho, língua ou nariz, nada
incomodam.
Nas relações sociais, passamos a
cultuar o coitadismo e a sobrevalorização do contexto individual, ainda que em
prejuízo de muitos. Um só aluno, “dimenor”, pode atrapalhar o aprendizado de
centenas de colegas, e arrasar o ambiente escolar, mas só será reprimido após
uma longa e morosa análise de seu ambiente familiar e realidade social. A
solução, via de regra, só é encontrada em meio à continuidade do nefasto
comportamento.
A sociedade ainda não conseguiu
encontrar soluções práticas para menores, não contidos pelos pais, que perderam
o medo da polícia, o temor a Deus e o respeito aos direitos alheios. Ao invés
de isolá-los do convívio social, até que assumam novos comportamentos, optamos
por ordenar, à sociedade, o paciente e tolerante convívio.
É difícil entender e assimilar o
contexto de leis meramente figurativas, raramente cumpridas, e o crescente
hábito do não exercício da autoridade, que cada vez mais alterna abuso e
omissão.
A sociedade, que caminha a passos
largos para a tecnificação, engatinha no contexto das relações humanas, e são
poucas as instituições que inspiram respeito e credibilidade. Dependemos, cada vez mais, do heroísmo de
iniciativas e posturas individuais, e acabamos por endeusar pessoas que nada
mais fazem que cumprir seus deveres, de funcionário ou cidadão.
A sociedade parece marginalizar
qualquer conceito ou tradição, ficando repleta de modismos, conduzida por
valorações imediatistas da mídia. Somos
conduzidos, como uma boiada qualquer.
Um comentário:
È isso ai!
Concordo plenamente contigo e nesse modismo todo sempre separo o joio do trigo... Mas até que é divertido conviver com esses novos "robos sociais"
Aliás, lembrando as famosas "redes sociais" só percebo" redes" e nada de "sociais". Talvez seja mais uma rede de intrigas, de meias verdades, onde todos dizem o que querem que seja verdade....
Ah! o mundo continua uma piada só!!!!
Dirce Ramos de Lima
Postar um comentário