Coração de mãe
Dirce Ramos de Lima
Havia um música que ouvia sempre mas era criança e mal entendia.
Era uma história de terror antigo e ao mesmo tempo de amor, muito amor de mãe.
O cantor? Vicente Celestino, "o vozeirão".
A amada pediu-lhe ( ao contrário das mulheres de hoje que pedem jóias, viagens caras, cirurgias plásticas, etc...) o coração da mãe. Arrependeu-se do pedido, é claro, era brincadeira!
Mas, o camponio apaixonado (ou era um sociopata simplório?) já tinha saído correndo consumar a tragédia.
Encontrou a mãezinha rezando, rasgou o peito,arrancou o coração e voltou na mesma ansiosa velocidade.
Será que ele queria um beijo?
Bem, na corrida louca, tropeçou e o coração caiu no chão.
Então , a voz da eterna mãe, que tudo perdoa disse:
-Vem buscar-me, vem, ó filho meu, vem buscar-me que ainda sou teu...
Lindo final pra tão horrível acontecimento!
Tudo isso já foi encenado em teatros e circos. Nem sei onde assisti. Cinema? TV? Sei lá. Era criança e crianças esquecem tudo: datas, lugares, pessoas... Só me lembro da música. Num domingo desses ouvi no programa do Fabio Monteiro.
E, ainda hoje comove-me ao extremo compreender esse amor incondicional:amor de mãe... É o maior, o mais puro, o mais sincero...e o mais infeliz!
Um comentário:
Filhos, eternos ingratos!
Mães, sofredoras incompreendidas!
E assim caminha a humanidade...
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