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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O VALOR DA CRÔNICA


Lino Vitti

Crônica – termo oriundo de cronologia – registro diário dos eventos e pessoas, é um texto escrito em poucas linhas de estilo elevado, conciso, nobre, podendo pender para a poesia ou num recheio de figuras literárias, capazes de chamar sobre si a atenção dos espíritos evoluídos e incontestavelmente inteligentes.
Aprecio sobremaneira a crônica e durante toda minha vida jornalística me empenhei em cultivá-la, com prazer e aperfeiçoamento. No valioso Jornal de Piracicaba, onde lidei anos e anos como redator, em certa época tive a meu cargo a edição da crônica chamada “Prato do Dia”, a que o diretor Losso Netto dedicava carinhos especiais. Deve ter agradado a muitos, pois recordo que dezenas de anos depois de haver sido extinta pela incompreensão de um editor que passou por aquele matutino, ao encontrar com leitores e assinantes me interrogavam: “ seu Vitti, por que tiraram fora o “Prato do Dia”? Ou então “quando vai voltar o “Prato do Dia”, de novo?”
O testemunho entretanto do valor inconteste da crônica e em especial do “Prato do Dia”, me veio às mãos lá pelos idos de 1983, de uma das mais altas autoridades nacionais da língua pátria, o eminente mestre de Português e Dicionarista famoso, prof. Napoleão Mendes de Almeida, responsável durante décadas de sua vida pela coluna ‘QUESTÕES VERNÁCULAS’ , célebre coluna de “O Estado de São Paulo” que, diariamente levava a professores, alunos, jornalistas e redatores, ensinamentos sobre o correto uso do idioma e solucionava quaisquer dúvidas que a respeito lhe fossem enviadas e solicitadas. Remexendo, como todo escritor, poeta, redator faz, em sua velha estante onde se amontoam desordenadamente livros, cadernos, papéis, arquivos, etc., encontrei a seguinte preciosidade, vinda daquele inimitável dicionarista brasileiro: “Caro professor Lino Vitti: Estou a cometer grave falha: é a conclusão a que chego ao folhear neste instante duas grossas pastas de correspondência, numa das quais dei com a sua gentileza de 5 de fevereiro de 1981 , dia em que no “Prato do Dia” anunciou de maneira mais amiga possível o lançamento deste meu “DICIONÁRIO DE QUESTÕES VERNÁCULAS”. Dois rápidos anos se passaram mas creio estar ainda em tempo para trazer-lhe o exemplar prometido.
Não me leve a mal o atraso do cumprimento da promessa então feita; estou quase três anos sem férias e passo meses inteiros sem fins-de-semana .
Com um abraço, meus votos de saúde ao distinto professor e bondoso amigo. São Paulo, 29-3- 83 – assim. Napoleão Mendes de Almeida”.
Não preciso acrescentar mais nada.

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