As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

sábado, 31 de dezembro de 2016

A Ceia de Ano Novo


Cássio Camilo Almeida de Negri

            O menino nunca estivera em uma ceia de ano novo.
Naquele ano, porém, o décimo terceiro de sua vida, fora convidado para participar de uma ceia.
Era ainda inicio do mês de dezembro e não via a hora da chegada do último dia do ano. Nessa idade da adolescência, os anos passam tão lentamente, que ele não sabia o que fazer para os dias se apressarem, a não ser contá-los, riscando-os um a um na folhinha,o que parecia fazê-los ainda mais demorados.
Já engraxara os sapatos e colocara em cima da cômoda a roupa do domingo, a espera do grande dia.
Perguntava a si mesmo o porque de comer à meia-noite, pois nunca na vida fizera isso. Também nunca comera nozes e talvez fosse a oportunidade de fazê-lo, pois somente as vira no mercado municipal.
Uma vez, quando tinha nove anos, encontrara uma no chão.Considerando-a perdida, colocou-a rapidamente no bolso com a consciência pesada, como se tivesse roubado. Ao chegar em casa abriu-a e teve uma decepção ao encontrar dentro apenas um carocinho preto. Mesmo assim, experimentou-o, sentindo um gosto ruim e amargo da fruta estragada.
Agora, teria a oportunidade de provar nozes fresquinhas e na quantidade que quisesse.
No grande dia da passagem do ano, sentado à beira da mesa, observou como todos comiam a fruta seca após uma martelada certeira .
Foi o que fez. Colocou-a só sobre a tábua da mesa e ao dar a martelada , a fruta dura voou para longe caindo dentro do prato das lentilhas. Nova tentativa, após desculpas e esmagou-a com casca e tudo, tendo que separar as migalhas amassadas da casca indigesta e assim provar pela primeira vez da semente. Tentou outra e mais outra vez, até que pegou o jeito da martelada, que soltava as duas porções certinhas da casca expondo aquele miolo gostoso que achou parecido com um cérebro em miniatura.
Saboreou-o sentindo seu gosto real, sem pedaços de casca, nem aquele gosto amargo das membranas duras que ficam entre as suas reentrâncias.
A velha vizinha que o convidara para a ceia, vendo o menino se deliciar comenta:
-È tão gostoso porque tirada a casca, a semente contém toda a árvore em sua essência e irá produzir nova árvore.
O pequeno nunca mais esqueceu a experiência da noz de ano novo.

Hoje, já velho e com a face toda sulcada de rugas, como uma casca de noz, espera sem medo, o dia em que perderá a casca, liberando sua verdadeira essência.                                                       

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Projeto Mensagens Natalinas

 O grupo de voluntários do Recanto dos Livros distribuiu mensagens, bombons e guloseimas para os idosos moradores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba







quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

NATAL É AMOR


Elda Nympha Cobra Silveira


A maioria das famílias se reúne no fim do ano para comemorar o Natal, que é o nascimento de Jesus. Todos sabem disso, os que são religiosos e creem que Deus mandou Seu filho aqui neste planeta para nos salvar. Mas, como “há muitas moradas na casa do Pai”, parece muita arrogância de nossa parte que Deus destinou seu filho Jesus somente para este planeta. Existem muitos outros onde vivem seres espaciais, que como nós, têm vida com começo, meio e fim, de acordo com o seu ambiente. Seus corpos podem ser físicos, espirituais, com perispíritos mais evoluídos, tanto intelectual como psicologicamente, e podem estar num estágio avançado de evolução e até de realização.
Devem existir hierarquias em cada estágio de vida que está passando. A Terra está num estágio primário de evolução. Nós não usamos todo nosso potencial mental, pois ainda procuramos nos comunicar com palavras que mal compreendidas ou mal usadas nos trazem o caos, as guerras, a violência, a disputa de poder, porque não assimilamos ainda que nesta terra Deus enviou seu filho Jesus para nos alertar que existem coisas superiores à matéria, como a paz num relacionamento harmonioso, o altruísmo, a caridade e a bondade, e que o próximo deve ser amado como a nós mesmo, porque fazemos parte da humanidade.
Ainda trazemos o egoísmo e outras características negativas, que por atavismo, ainda estão impregnados em nós. A lei do mais forte! A história contada sobre Caim e Abel ainda repercute em matança, violência, disputa de poder e os Dez Mandamentos enviados por Deus, através de Moisés, ainda não foram assimilados e acatados. Em muitos países ainda se apedreja mulheres pecadoras, quando se sabe que Jesus disse: “aquele que estiver livre do pecado, atire a primeira pedra”.O sexo desenfreado domina o mundo, como se fosse ele as cidades de Sodoma e Gomorra de nossos dias.
O verbo era Deus e Ele habitou entre nós. E Deus disse: “Fiat Lux”, e a luz se fez, dominando as trevas. Ele espera muito de nós todos, senão não seria o nosso Criador. A sua palavra foi sendo divulgada, de geração em geração. Depende de nós, no entanto, sermos merecedores ou não. Jesus não vai nascer novamente no dia vinte e cinco de dezembro materialmente, mas é necessário que abramos os nossos corações para ele entrar. É só aceitá-lo como uma troca de amor.
        Jesus-Menino precisa crescer dentro de nós, com sua ingenuidade, doçura, fraternidade e amor ao próximo. É a ação e reação, causa e efeito, leis da natureza, como a lei da gravidade. Deus não nos castiga, nós é que recebemos aquilo que plantamos. “Aqui se faz, aqui se paga”. Jesus deve nascer novamente nos nossos corações!
Quando nasce uma criança vamos visitá-la e levamos presentes para ela, e para o Menino - Jesus o que daremos?O que o agradaria? Certamente, não uma lauta ceia, mas sim, alguma ajuda aos desvalidos, aos mais carentes. O Menino-Jesus está lá na manjedoura, com os pobrezinhos... Ele não nasceu num palácio!
Repartamos o nosso pão, levando alimentos e brinquedos a alguma família ou alguma criança. É isso que Jesus quer de nós! Que saiamos do nosso egoísmo, que nos sintamos como representantes da humanidade, pois Ele se fez humano, portanto é nosso irmão que nasceu. Devemos saber como recebê-lo.
Meu pai escolhia uma das crianças que batiam à porta nesse dia, fazia-a entrar e dava-lhe dinheiro, um prato farto, com tudo o que havia na mesa, e mais um pouco, para que distribuísse entre os outros amigos que vinham bater á porta. Para nós, esse menino era homenageado como se fosse o representante do Menino-Jesus. Esse era o ponto alto da ceia de Natal.
Meu pai pedia para que o menino entrasse pela porta da frente, que percorresse toda a casa e saísse para a rua, como se Jesus tivesse nos visitado. Hoje temos medo de agir assim, pois existem assaltantes, trombadinhas e delinquentes de toda sorte
vestidos de meninos. E desta forma, vamos nos embrutecendo, as portas não ficam mais abertas para quem quiser entrar, ou para os vizinhos e amigos. Fechamos as portas com medo dos ladrões!
É a desigualdade entre as classes que gera esse comportamento, pois uns têm demais e outros não têm nada. Mas, a humanidade é uma família e devemos sentir, neste Natal, um amor compartilhado com os nossos irmãos, porque este é o presente que o Menino-Jesus espera de nós.

Amor gera amor! Jesus nasceu novamente em nossos corações!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Confraternização de final de ano dos grupos Literários de Piracicaba


Madalena apresentando um conto de Natal
Elda, Carmen e Cássio
                       
Amigo Secreto

 João Nassif e Leda
 Se uma Clara é bom, imaginem duas!!





 O aniversariante

Pão de pesto da Mada

 Dulce declamando um poema
Leda lendo uma mensagem de Natal



AS MULHERES DE NOSSAS VIDAS


Plinio Montagner

Mulher e amor são as fontes mais cantadas em prosa e verso que retratam a felicidade do homem. Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, define que o sucesso é ser feliz. Seriam então a mulheres e o amor os agentes responsáveis pelo sucesso dos homens. E o dinheiro? A saúde?
É certo que dinheiro não traz felicidade, mas também é certo que ficar sem ele demora bem mais para abraçarmos a paz.
É isso - tudo que é demais atrapalha, dá trabalho e não sustenta felicidade de ninguém. Posses, prestígio, poder, muito pouco ajuda se o corpo e a mente não estiverem bem.
Sucesso é alegria, é felicidade, é amar e ser amado, ter amigos, um bom emprego, a boa música, o bom livro, rir, o olhar de uma criança, uma piada, um bom papo. Tudo é barato e de graça. O que é comprado, mesmo o amor, tem curto prazo de validade.
Dizem os filósofos que felicidade não se procura nem se compra, e quem a procura, corre atrás do vento.  Dizem ainda que o amor brota de certa química entre as pessoas, e de repente, sem se perceber.
Há de ser ressalvado que existem amores tão fortes e egoístas que prendem e não libertam o outro nem depois de passada a turbulência da paixão.
Bens materiais são uma ilusão da felicidade, que é um bem interior, seja individual, seja compartilhado. Quanto à riqueza e às posses, há ricos emergentes que consideram a ostentação o meio correto de obter prestígio e notabilidade, e não percebem que esses bens só servem para esnobar em vez da satisfação de um desacostumado conforto.
Afetos são bens que não podem ser roubados, não enferrujam, não têm prazos de validade, mas que acalentam a alma para sempre. Que amores e bens eternos são esses?
O primeiro é o materno. Amor de mãe é o amor maior. Dizer que é inesquecível é redundância; ele é natural pela genética; mãe ama com o coração, não com a razão.
 Amor de irmãs é outro sentimento maravilhoso; algumas são nossas segundas mães. Tenho uma irmã, mais velha. Lembro-me de seus zelos e carinhos e o que ela representou em minha vida.
Outros afetos duradouros são os das tias, das madrinhas, das primeiras professoras, dos romances e das namoradas. Essas relações protagonizam personagens de doces afetos.
Os afetos de amigas também são inesquecíveis. São ombros a conter lágrimas de aflições.
Avós? Ah! A dedicação de uma avó extrapola limites e até incita ciúmes nas filhas, noras e genros. Elas são carinho, bondade, ternura. Não gritam, falam com suavidade, não ficam bravas, não ameaçam, não deduram, são cúmplices, omitem, encobertam, dão chocolate escondido...
É por isso em toda redação escolar as crianças mencionam passeios na casa da avó durante as férias. A atenção aos netos ganha disparado da dedicação e do apego que não puderam dar aos próprios filhos.
E o amor de filhas? De netas? Quem as tem sabe como são adoráveis, dedicadas e atenciosas.
E a esposa?  É a mulher estrela maior da vida do homem, a mais notável mediadora na harmonia no lar. Não há parâmetros do tipo mais ou menos. É a rainha do lar, e uma ternura diferente porque foi escolhida pelo coração. Esposa não aparece na vida do homem como consequência consanguínea, enquanto os parentes são decorrências, não são escolhidos. O amor a ela dedicado é único, insubstituível.
Não há como contestar. A felicidade dos homens está nas mãos das mulheres - e acabou o assunto. Nós, homens, somos seus eternos súditos. A elas estamos vinculados e presos. Uma deliciosa prisão. Casa sem mulher é uma morada sem vida, uma caverna sem luz, sem vozes, sem alegria. Só sombras.
Cruz e Souza, poeta, é dele essa citação: Um lar é coisa que não se compra; pode-se comprar uma casa, mas só uma mulher pode fazer dela um lar.





NATAL DA MINHA INFÂNCIA




Elda Nympha Cobra Silveira

Lembro-me de uma sala improvisada dividida por um biombo, onde um pequeno presépio feito com toda singeleza pela minha irmã mais velha, mas para mim e minhas amigas era uma beleza!
Patinhos nadando num pedaço de espelho rodeado de areia e serragem colorida de verde, para parecer grama, naturalmente.Uma manjedoura com Jesus Menino, ao lado seus pais, José e Maria e os animais da estrebaria e uma estrela de papel brilhante pendurada por uma linha de carretel usada para fazer pipas, encimada na frente da gruta.
Jesus pareceu-me tão sozinho, mesmo com seus pais ao lado, tão pequeno e disseram para mim que Ele veio para salvar o mundo.
Mas como poderia ser, se ele era tão pequenino? Então pensei : Se Ele pode, talvez eu e todos os outros poderiam também !
- Mas como? Disseram-me que Ele morreu por nós ! Ah! Eu não teria essa coragem não!
-Mas não haveria outra maneira de agradá-lo? Perguntei a minha mãe.
Ela disse-me que quando eu fosse fazer o catecismo iria aprender.
-Mas diga-me agora mamãe, não quero esperar tanto assim!
-Está bem! Siga os dez mandamentos que você vai aprender com a catequista, mas por enquanto lembre-se deste: “Amar aos outros como a ti mesmo!”
Naquele momento compreendi o que Jesus Menino queria de mim!
Ganhara vários brinquedos e um deles com certeza não iria me fazer falta
e que alegria teria ao dá-lo para uma amiguinha que não iria receber nada naquele Natal. Esse foi o Natal mais perfeito e construtivo da minha vida e até achei que o Menino Jesus sorriu para mim...
Ele não estava mais sozinho naquela pobre manjedoura, eu estava com Ele!

domingo, 11 de dezembro de 2016

Emoção do Natal



Elda Nympha Cobra Silveira


É noite de Natal!
Sei que aqui
Tem anjos de luz,
Trazendo pela mão
O nosso Menino Jesus.

Aqui é a manjedoura
Sinto o perfume de mirra,
Incenso e jasmim
Maria a tudo vela

Rogando a PAZ duradoura.
Parece até uma capela
Irradiando amor.

Nisso Jesus Menino
Abre seus braços e
Sorri para mim...

Afastando toda dor!

sábado, 10 de dezembro de 2016

Claudio Visockas Costa

Causou muita consternação o falecimento do escritor, cantor, músico, cientista, Claudio Visockas Costa.
Frequentou o GOLP por muito tempo, pois gostava de escrever crônicas e conversar com as pessoas.
Poliglota, estudioso, uma mente brilhante, mas que sempre teve a humildade das grandes almas.
Vá em paz, ficaremos com saudades, mas faz parte da vida as chegadas e partidas...