As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

sábado, 27 de março de 2021

AMIGO É...

 



Plinio Montagner


 

“Amigo é coisa para se guardar dentro do coração, no lado esquerdo do peito”.

Amigo é personagem do passado, do presente e do futuro. Não importa a idade, o sexo, a cor, os bens que ele tem ou o time do seu coração. A amizade é uma relação efetiva que nasce na escola da vida, e não termina seja qual for a distância e a extensão do tempo de convívio.

Amor e amizade são afetos parecidos que envolvem afetos, mas são diferentes na questão liberdade e exclusividade.  No amor nada pode ser dividido. É um mais um, e a posse é privativa, enquanto na amizade o compartilhamento é livre, não aprisiona, não gera explicações, não pede licença, não existe egoísmo, nem ciúme nem inveja. Se se desgasta, eventualmente, por descuido ou vontade, o afeto não acaba, logo surge a conciliação e o culpado é absorvido e tudo é esquecido.

Amigos há de todos os tipos: o amigo, o grande amigo e o amigão. E seguem outras fontes: amigo de infância, de faculdade, de trabalho, de igreja, de internet, de clube, de orações, de pescaria, de viagens, de bagunça, de bar, de confidências, de vizinhança, e também os amigos dos amigos. O que não pode existir é o amigo mais ou menos, amor mais ou menos e amizade mais ou menos.

Amigo, amigo mesmo, não é muito cerimonioso, não tem cargo, hierarquia, qualificação, categoria, beleza, feiura, bens, poder. Eles não têm lado B, estão no mesmo nível, nem mais nem menos ricos, nem mais nem menos sábios. Amigo não se gaba, não alardeia, não abusa, não aproveita.

Amigo é o cara que lembra alguma frase que você disse há anos, lembra uma piada sua, momentos bons e tristes, sua música preferida, a marca de seu carro, seu hobby, aparece em sua casa sem avisar, se não avisar ou não vier, tanto faz, será sempre bem-vindo.

Amigo pode esquecer a data de seu aniversário, conhecer ou não sua família; perdoa, entende o outro, e tem o direito de até não rir de sua piada sem graça. Ele tira fotos de onde está e envia para você, tem segredos guardados a sete chaves.

No entardecer da vida é que eles são mais lembrados, e que não tê-los seria tão ruim quanto uma doença, ou mais.

Como viajar sozinho, comer um espaguete, uma pizza, tomar um chope, um vinho, sozinho? Nada pode ser celebrado sem amigos. Como não ter alguém ao lado num leito de hospital?

Certa vez um pai dizia ao filho que ia casar:

“Filho, nunca esqueça seus amigos! Eles serão mais importantes em sua vida à medida que você for envelhecendo. Independente do quanto você ame sua família, os filhos, que porventura venha a ter, você sempre precisará de amigos. Cuide deles. Lembre-se de vez ou outra ir a lugares com eles, fazer coisas com eles, telefonar para eles”.

            Com o passar do tempo o filho compreendeu que seu pai sabia o que falava. Percebeu que o tempo e a natureza realizam mudanças nos homens e que sempre chega a hora em que os sonhos se tornam realidades, e que, de repente, ficamos sozinhos. Nesses momentos os amigos são mais importantes do que todas nossas conquistas e nossos bens. A distância separa, os filhos crescem, os amores ficam frouxos, as pessoas não fazem o que deveriam fazer, as carreiras levam os filhos para longe e seguem suas vidas,  embora nem sempre como os pais gostam.

Amigos verdadeiros sempre estão presentes, não importa o tempo e a distância, mas nunca estarão mais distantes do que o alcance de nos esperar de braços abertos.

Não existe papo mais gostoso do que o dos velhos amigos. Histórias, recordações, viagens, amores, tudo pode ser lembrado ao aconchego de uma varanda, à mesa de um restaurante, conversando, não com um desconhecido, mas com os velhos amigos.

“Quando iniciamos nossa aventura chamada VIDA não sabíamos das incríveis alegrias e tristezas que estavam adiante, nem o quanto precisaríamos uns dos outros”.

terça-feira, 23 de março de 2021

A PASSAGEM: Páscoa



Lídia Sendin

 

Eram tempos de escuridão,

De um povo subjugado:

Cada homem com seu grilhão,

Cada vida com seu pecado.

 

O sangue pintou cada porta,

A Páscoa marcou a passagem.

E Moisés ao povo exorta:

Começou a grande viagem.

 

Também veio pôr sua marca,

Jesus Cristo, o Redentor,

Mas o ódio o mundo abarca:

Coloca na cruz o Senhor.

 

Um sinal, porém, foi deixado,

O Senhor não está mais na cruz,

Foi da morte ressuscitado,

Abrindo a passagem pra luz.

terça-feira, 16 de março de 2021

LAVRANDO LETRAS



Lídia Sendin

Lavrando letras como o homem lavra
A terra fofa ao amanhecer,
Busco minhas rimas em cada palavra,
Vendo na linha meu verso nascer.

Revolve a terra rústico peão,
Enquanto revolvo a minha memória.
Da terra boa vem a ele o pão,
Da branca folha vem a minha história.

Todas as folhas que lhe são paridas,
Todos os frutos que pode colher,
São quais metáforas pra mim nascidas
Gerando versos que posso escrever.

Cada semente que da terra brota
E lhe parece como um filho seu,
É como rima que a poesia adota,
Nascendo um verso que é um filho meu.





segunda-feira, 8 de março de 2021

MULHER



Ludovico da Silva

 

            Alguém já deve ter visto uma caricatura em que uma mulher é arrastada pelos cabelos por um brutamontes, em direção a uma caverna.

Era assim que a mulher era tratada. Como uma verdadeira escrava.

            O homem era o seu dono e  podia dispor dela como que quisesse e bem entendesse.

            Esse tempo já passou.

            Hoje, a mulher se situa, merecidamente, em igualdade de condições com o homem.

            Essa posição não foi alcançada ao sabor da luz do sol ou da mudança da lua.

             É preciso um recuo até a década de 50 do século XIX, quando mais de uma centena de mulheres de uma indústria têxtil, da cidade norte-americana de Nova Iorque, entrou em greve, por melhores condições de vida. Pagaram com suas próprias vidas, mas seus gritos ecoaram pelos anos futuros e pelo mundo afora.

            Essas mulheres fizeram história e hoje merecem ser reverenciadas pelo que conquistaram.

            Aos poucos, foram alcançando vitórias, quebraram tabus, garan-tiram direitos e continuam desafiando e reivindicando sempre posições legítimas, na sociedade como um todo.

            E tem mais. Tudo isso, sem se afastar da sagrada missão materna.

Projeto Poema na Caixa

 

Concepção gráfica: Fernanda Napoleao Gilioli Oliveira  

 

Todo ano, o Centro Literário de Piracicaba distribui de centenas de poesias nas praças, shoppings, bibliotecas, hospitais, lares de idosos e outros logradouros, em comemoração ao Dia da Poesia.

Neste ano, por conta da Pandemia, não dá para organizar eventos presenciais.

A escritora Silvia Oliveira, através de um contato de Santa Catarina, o poeta  Dino Gilioli, recebeu o convite para que os grupos literários de Piracicaba - Centro Literário de Piracicaba, Academia Piracicabana de Letras e Grupo Oficina Literária de Piracicaba, aderissem ao projeto Poema na Caixa, que consiste em deixar pequenos poemas nas caixas postais das casas com uma breve explicação do que se trata.

Se quem receber um poema em sua caixa postal quiser participar também, pode fazer cópias das poesias que recebeu, ou imprimir suas próprias e deixar em outras caixinhas de correio.

Vale poesia ilustrada, com gravuras, desenho, colagem, digitadas, escritas à mão, tudo o que a imaginação criar.

Mãos à obra!


 

 

domingo, 7 de março de 2021

A FORÇA da MULHER

 



Aracy Duarte Ferrari

 

Palavra fortemente

Enunciada,

Sonhos acalentados

Personificados

Em sentimentos…

 

Essência do belo

A suprir desejos

E expectativas!

 

Mulher! Na alma e no espírito

O instinto materno,

Familiar e harmonioso...

 

Prudência, equilíbrio terno,

Para conquistar espaços.

E bom senso no desenrolar das

Sequências e consequências!