As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 28 de abril de 2020

Perfeição



Luzia Stocco

Vaso gordo recebeu Espada de São Jorge
Vaso fino ficou com Margaridas
Onze Horas quis a jardineira
Azaleia, a trepadeira.
Jasmim, perdido, afobado
correu atrás da Palma, indagando:
-Este vaso é pra você ou pra mim?
Dália, no grande vaso
balançou as folhas
sorrindo ao Girassol
Este, do chão assoprou o vento
com um sorrisinho amarelo,
espalhando pétalas azuis
das eufóricas Hortênsias.
-Puxa vida! A terra é azul!
exclamou um brotinho de Amor Perfeito
que chegara à vida.
Eis um panorama mais que perfeito!

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Lançamento do site de Thales Castanho de Andrade




Lançamento do site de Thales Castanho de Andrade

Precursor da literatura infantil no país, Thales Castanho de Andrade, nascido em Piracicaba em 15 de setembro de 1890, influenciou várias gerações de crianças e jovens através de suas publicações voltadas à preservação da natureza como condição para o sucesso da agricultura e da vida no campo.
O professor Thales publicou quase cinco dezenas de livros, grande parte incorporada à época pelas instituições de ensino no Brasil como material imprescindível em sala de aula. Saudade, escrito em 1917, foi seu livro mais famoso, rendendo elogios de diversas personalidades brasileiras e estrangeiras.  Para Sud Mennucci, o livro “Saudade fica sendo, de agora em diante, indiscutivelmente, o padrão da nossa literatura didática”. Outras referências tratam o Saudade como o livro ideal, obrigatório e o livro dos livros.
Grande parte das histórias e realizações de Thales Castanho de Andrade está disponível, a partir de agora, no site www.thalesdeandrade.com.br. Segundo Vitor Pires Vencovsky, presidente da Academia Piracicabana de Letras e um dos organizadores desta iniciativa, o acervo, composto por fotos, documentos, publicações e recortes de jornais, está disponível para consulta em meio digital de forma gratuita a todos os pesquisadores e entusiastas da literatura nacional.
O acervo físico foi organizado inicialmente pelo fundador da Academia Piracicabana de Letras, João Chiarini, com contribuição de outros entusiastas, tais como Elias Salum, Hugo Pedro Carradore e Moacir Nazareno Monteiro. Após organização e digitalização de diversos documentos, o acervo digital está acessível de forma simples para que novas pesquisas possam ser realizadas sobre a contribuição de Thales Castanho de Andrade para a literatura nacional e a preservação do meio ambiente.
Para a presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, Valdiza Maria Capranico, “em vários de seus livros infantis, Thales reforçava o amor e o respeito à natureza, à proteção das matas, dos animais silvestres, ainda numa época em que nossas florestas e nossos animais viviam livremente, nossos rios, caudalosos, eram maravilhas da natureza. Talvez, em seu sábio conhecimento, vislumbrasse, de longe, o que ocorreria com a Terra inteira”.
O site oficial de Thales Castanho de Andrade é uma realização da Academia Piracicabana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.

terça-feira, 7 de abril de 2020

O ano em que o planeta parou...



Ivana Maria França de Negri

            De quando em quando Deus dá um puxão de orelhas nos homens para lembrá-los que não são o centro do Universo.
            Esse tão temido vírus, que de uma hora para outra fez a população mundial entrar em pânico,  é a estrela do momento,  citado em todos os meios de comunicação, imprensa escrita e falada, redes sociais, rodas de conversas. É tão pequeno, tão ínfimo que só pode ser visto através de potentes microscópios. Mas causa terror e põe a nocaute toda população da Terra de uma só vez.
            Tanto orgulho, tanta soberba, tanta ânsia de poder e riqueza caem por terra. O medo de contrair o minúsculo vírus é maior. Que vergonha... o homem tão seguro de si, se achando o máximo, com superpoderes, ser derrotado por um vírus invisível aos seus olhos de tão pequeno.
            Tudo parado... Fronteiras, escolas, universidades, clubes fechados, festas, shows e congressos cancelados, e as pessoas confinadas em suas casas. O clima é de guerra. Estoques de alimentos, de água, não se sabe o dia de amanhã. Caos instalado...
            Ninguém se beija, ninguém se abraça e nem transitam sozinhos pelos elevadores. Alguns preferem subir ou descer a pé pelas escadas com medo de cruzar com alguém tossindo ou espirrando. Viramos zumbis neste momento. Em alguns países, as cidades parecem cidades fantasmas. Não há viva alma nas ruas.
            Nas bolsas e mochilas todo um aparato de álcool gel, máscaras, luvas e lenços desinfetantes.
            Não há mais super heróis, só sobreviventes. O ateu que nunca rezou, começa a fazê-lo.
            Companhias aéreas e operadoras de turismo com prejuízos incalculáveis.
           Com a contaminação em massa, constata-se que os hospitais nunca estiveram  preparados para pandemias e receber milhares de doentes de uma só vez.
           As únicas indústrias que estão a todo o vapor são as que fabricam álcool gel, máscaras e luvas.
          A Natureza, tão vilipendiada, judiada, desrespeitada, tem de mostrar sua força de quando em quando para lembrar os humanos de sua essência divina.
            Mas Deus é bom. Tudo vai passar, como sempre passou em todas as eras. Milhares podem sucumbir, mas o planeta vai continuar a girar ao redor do sol, e a lua em seu redor. A pandemia por si só vai regredindo e vai minguando até sumir de vez.
            Quantas epidemias já ceifaram milhares de vidas, mas tudo é cíclico e a paz sempre retorna. A cada lambada da vida, voltamos mais espiritualizados.
         O mundo não vai acabar, mas tomara que essas experiências sofridas induzam à reflexão e acabem com o egoísmo, a arrogância, a sede de poder e de riqueza, a soberba, a falsidade, e as pessoas se tornem mais compassivas, amorosas, solidárias.
            A cada rasteira da vida, uma lição aprendida!

Conflitantes emoções



Dulce Fernandez

No remoinho traiçoeiro do momento
O grito do CORONAVIRUS soa perverso
Estremecendo todo o Planeta
E, compreender o tempo de Pandemia, de espera,
É um enorme desafio.

De quarentena, no final da quaresma,
Foram dias desumanos, cruéis,
Sem participar dos atos religiosos,
Assistimos perplexos, o rolo compressor,
Esmagador, avançar ceifando vidas.

Então na vasta pulsação da natureza,
O coração da Terra vai batendo devagar, devagarinho.
Parece querer parar de vez.
Anjos curiosos debruçam-se das alturas
Para nos ver como frágeis brinquedos de papel.

Ruas desertas, há medo, desespero, esperança...
Caminho dentro de mim buscando o equilíbrio,
Sei que tudo que tem vida, com o tempo, envelhece,
Enfraquece, enruga, murcha e se torna pó.
E de repente, de repente surgem antigas perguntas:

                                 E agora? E depois? O que vai acontecer?
                                         Serei sombra nua e fria e nada mais

AO “TRIO” DE MARIA... LOUVORES!



Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins

Três ao todo, num só SER!
Cada qual...  Humano, Santo, Especial!

Ao MENINO do Presépio,
criança dócil, pensante
a correr afoito e feliz
para o colo de Maria
à procura do leite materno
entoando cânticos de louvor!

Ao CRUCIFICADO, filho sofrido
a carregar consigo o fardo pecador...
Do amor humano, carente!
Humilde Ser a oferecer
perdão real, permanente!

Ao SACRAMENTADO
que de Humano se fez Luz
e se tornou EUCARISTIA!
Bálsamo para a Alma!
Pão Divino para todo dia!

“Graças e Louvores sejam dados a todo momento”
a “cada Filho de Maria”:
ao MENINO, ao CRUCIFICADO, a  Jesus SACRAMENTADO

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Quando a solidariedade aflora



Ivana Maria França de Negri

            Em meio a tanto medo, insegurança, e a incerteza que paira sobre o dia de amanhã, fico feliz de ver tanta gente solidária se dispondo a doar alguma coisa, a fazer algo útil,  mesmo reclusas dentro de suas casas.
            Claro que alguns perdem  precioso tempo inventando fakenews para disseminar pânico ou espalhando ódio contra quem não pensa politicamente igual e misturando tudo num mesmo tacho fazendo uma “sopa” indigesta.
            Mas não é dessas pessoas, dignas apenas de dó, que vou falar. Não merecem que gastemos nosso vocabulário com elas. A justíssima lei do retorno se encarrega de dar lições para elas.
            Quero falar de pessoas humanas, solidárias, altruístas, que só pensam em ajudar de alguma forma nesse momento tão difícil!
            E compartilhar essas ideias na internet é muito útil, pois outros seguirão o exemplo e uma onda de bondade, solidariedade e amor vai se alastrando.
             Começou na Itália quando cantores e músicos faziam shows para os vizinhos, e todos cantavam juntos em meio à tragédia que abalou o país.
            Pela internet, poetas publicam ou postam vídeos declamando poesias. Contadores de histórias contam lindas histórias em seus canais para entreter crianças que estão dentro de casa com seus pais.
            Em vários prédios, jovens colocam avisos nos elevadores se dispondo a ir à farmácia e aos supermercados para os moradores do grupo de risco. Deixam seus telefones para contato. Fazem as compras e entregam na porta. Lindo gesto!
            Outros, dão receitinhas fáceis de se fazer, como pão de microondas com ingredientes que todo mundo tem em casa. Não deixa de ser uma ajuda muito boa.
            Como estão faltando máscaras nas farmácias, mulheres que fazem artesanato e têm muitos retalhos de pano sobrando, estão confeccionando máscaras de tecido e doando para amigos e familiares. Não são as ideais, mas se há falta de máscaras para comprar, é melhor do que nada.
            Uma amiga querida colocou seu número de celular na internet à disposição para conversar com quem se sentir deprimido e com medo. Ela explica que não é psicóloga nem terapeuta, mas terá grande prazer em conversar com pessoas solitárias que precisam de apoio. Sempre de bom astral e positiva, acredito que uma conversa com ela vai acalmar as pessoas mais nervosas que não estão sabendo lidar com a clausura e a tensão.
            Conheço um jovem que adora animais e está se oferecendo para passear com cachorros de idosos que estão de quarentena ou a levá-los ao veterinário caso precisem.
            E tantos outros que estão fazendo serviços gratuitos apenas com a intenção de colaborar neste momento tenso.
            A pandemia vai passar, nada é para sempre. Mas os que fizeram a diferença ficarão eternamente nos corações agradecidos e nas orações dos que deles precisaram.
            Mãos à obra! Muita coisa pode ser feita. Vamos melhorar a aura deste lindo planeta azul que está enfermo, mas vai sarar!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

AINDA RESTA UMA ESPERANÇA


 Naraí da Paixão Silva                                      


Ao nascer é a vida que traz esperança.
Ao perder, é a morte que traz triste lembranças.
Ao percorrer estrada de longa jornada,
Entre sorriso e lágrimas, pensamento a vagar.

Aonde nem sei.
Entre governos e reis que ditam as regras.
Entre paz e guerra.
Tanta gente que morre; umas que descem outras que sobem.

Entre felicidade e sorriso se ouve um grito:
Não sei se vou ou se fico.
Nos meus passos lentos no tempo e o vento me abraçam de novo.
Não sei mais o gosto de uma família unida.
Acabou o amor; entre o ódio e a dor, no estampido de um tiro.

Ouviu-se de novo um grito.
Corre-se o risco de ninguém ouvir.
De mais capítulo a repetir.
De uma cena assistida.
Programado pela vida.

Que vida!  Entrelaçada com a morte, não dando a sorte de respirar.
Profundo pensamento distante da vida.
Imaginar acabar com os gritos que se amontoam.
E a alma que não perdoa.

Tudo fora do lugar.
Quem pode arrumar?

Só existe um: Jesus que veio nos salvar.