As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

SEGUIDORES

MEMBROS DO GOLP

MEMBROS DO GOLP
FOTO DE ALGUNS MEMBROS DO GOLP

GOLP

GOLP
Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

GOLP

GOLP
Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Qual livro você está lendo?



Plínio Montagner


Livro: O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Introdução: Jean-Paul Sartre
Editora - Livros do Brasil – Lisboa
Páginas: 226
Aquisição da obra: presente

Opinião
Era dez de julho de 1968 quando eu e Nazareth comemorávamos onze meses de namoro. Ganhei dela “O Estrangeiro”, de Albert Camus, uma obra bastante comentada pelos críticos e professores de Filosofia e Política das universidades. Diziam os críticos que mal saiu a primeira edição obteve a maior aceitação.
Confesso que várias vezes tentei a leitura até o final; por incapacidade de entender a mensagem, desistia. Passados 45 anos, julho de 2013, uma tristeza bateu e retornei à leitura. Desta vez, com o espírito maduro, li-o com avidez até o fim.
O Estrangeiro é uma obra que seduz.  Embora seu conteúdo seja simples, uma exegese mais apurada constata ampla complexidade de interpretação. Depois de lido, sobra inesperada reflexão sobre as mensagens subliminares das realidades transcendentes. Talvez seja o motivo de valorização de muitas artes: por despertar a dúvida. E a dúvida incomoda.
O protagonista Mersauld anuncia algumas frases fortes: “Quando não se pensa, o que incomoda ou que alegra deixa de existir”.
“O homem é um nada, é impotente perante as desgraças que presencia e por isso finge não as ver ou que não existem”.
Não é um livro de conhecimento ou de informação. É arte literária que desperta curiosidade ou necessidade de treinar o raciocínio metafísico.
Jean-Paul Sartre, nas primeiras páginas da introdução do romance, arriscou que O Estrangeiro, depois de lido, nunca mais seremos os mesmos. De qualquer modo Camus ilustra a obra que viria a formular de filosofia existencialista, nesta frase:
“A vida é guiada pelo absurdo; não é definida por forças divinas ou cósmicas”. Camus, talvez, desejasse expressar:
“A única chance de continuidade da lucidez e respeito à individualidade está em recusar a imposição das ideologias políticas e religiosas”.
A verdade é que tudo pode ser uma alegoria da fatalidade que resulta em aceitar a vida como ela é - viver como se vive.

Nenhum comentário: