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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Auschwitz


Ivana Maria França de Negri

No trajeto entre as cidades de Cracóvia e Varsóvia, na Polônia, passa-se pelo antigo campo de concentração nazista “Auschwitz”.
Todos nós estudamos nos bancos escolares sobre esse período negro da história e sobre o horror do holocausto. Jamais conseguiremos compreender tanta maldade, tanta injustiça, tanto ódio racial e religioso. Humanos massacrando seus próprios irmãos.
Na porta de entrada do campo, a frase irônica: “O trabalho liberta”. Entrar nesse local, que se transformou em museu, e relembrar os acontecimentos é algo aterrorizante.
O inverno lá é rigoroso, com temperaturas bem abaixo de zero, chegando a 40 graus negativos, com muita neve e ventos fortes. Não havia lenha suficiente para todos os aquecedores e nem roupas quentes para os prisioneiros. A lenha ia para os fornos que incineravam os corpos dos milhares de mortos diariamente. E a que sobrava era prioridade para os compartimentos dos oficiais nazistas.
Não há como não se emocionar ao caminhar por aqueles corredores estreitos e escuros, repletos de milhares de fotos dos judeus mortos, homens, mulheres e crianças. Conta-nos o guia, que assim que chegavam, cortavam-lhes os cabelos, davam-lhes a roupa listrada e as pessoas recebiam um número. Sua identidade era literalmente roubada. Eram apenas números, sem família, sem pertences, sem dignidade, vivendo em condições insalubres. A ração diária era de 200 calorias, o que os deixava subnutridos, depressivos e sujeitos a doenças. Homens e mulheres inocentes, destituídos de tudo, que não eram culpados de nada, submetidos à paranóia de um líder insano.
Em Auchwitz a história está presente em tudo, viva, pulsante, nos objetos pessoais dos condenados, nas malas com seus nomes, nas pilhas de sapatos e montanhas de cabelos das mulheres. Disseram-nos que aproveitavam os fios mais longos para colocar nas tramas dos casacos dos oficiais para torná-los mais quentes, pois na Polônia faz frio a maior parte do ano.
Idosos, crianças e deficientes eram logo descartados, assim que chegavam. Só os adultos mais fortes eram colocados para trabalhos forçados. Muitas grávidas e crianças eram enviadas para as terríveis experiências científicas, que não tinham base científica alguma. Melhor sorte tinha quem ia para as câmaras de gás do quem era obrigado a se submeter como cobaia humana às atrocidades. Experimentos feitos sem anestesia, dolorosos, que duravam horas de tortura, como amputação de partes do corpo,  quebra de ossos e retirada de tendões. Pouquíssimos sobreviviam.
Numa ala encontram-se pilhas de malas ainda com os nomes dos seus proprietários. Noutra, são milhares de sapatos empilhados. O mais triste são as montanhas de sapatinhos infantis, botinhas de bebês, sandalinhas, não há como não derramar lágrimas ao imaginar o pavor dos pequenos ao serem separados de suas mães.
O lugar mais arrepiante é a sala dos “banhos”. O guia pede para que entremos em silêncio em memória daqueles que sucumbiram naquele local. Algumas pessoas mais sensíveis passam mal e não entram no compartimento, devido à aura pesada que paira ali, onde se realizavam os extermínios em massa. A porta é estreita e ninguém nunca saiu vivo de lá. Os corpos iam direto para os crematórios. Eram cerca de oito mil incinerados diariamente.
O holocausto é uma página da história que jamais deve ser esquecida, um alerta  para que as futuras gerações fiquem cientes e jamais se repita esse horror na história da humanidade.

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