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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão
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Reunião na Biblioteca
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
NATAL sem NOEL
Pedro Israel Novaes de Almeida
Cumprindo milenar ritual decidimos, na edição natalina, ter Papai Noel como tema.
Vasculhamos a dezena e meia de artigos em que abordamos o bom velhinho e constatamos que nada sobrou para ser escrito, salvo repetições camufladas de frases já dedilhadas. Embora a sociedade humana tenha mudado, ao longo dos anos, o tal Noel continuou o mesmo.
O trenó, as renas, a barba e a entrega de presentes nada mudaram. Até a crença das crianças continua a mesma, apesar das cruentas realidades construídas por muitos adultos.
Enquanto os exemplos e ensinamentos do aniversariante marcaram o Natal e orientam grande parte da humanidade, são mantidas sob rigoroso sigilo as frases de Noel, que confessamos desconhecer. O bom velhinho continua sendo conhecido como um risonho e simpático entregador de presentes.
O Brasil chegou a instituir o horário de verão, para suportar a demanda de eletricidade gerada pelos bilhões de lâmpadas chinesas que ornamentam árvores artificiais e torram árvores vivas. Milhares de árvores, públicas e privadas, são ornamentadas, no Natal.
Dizem que Noel continua lembrado e festejado por obra do consumo, quase compulsório, de presentes, alimentos, bebidas e serviços, no natal. Enquanto o bom velhinho inspira o consumo, a memória do aniversariante não requer gastos, mas gestos.
Embora não seja simpática a ideia de uma festa de cunho comercial, absolutamente consumista, é útil o espírito de solidariedade que a ocasião inspira, fazendo com que os agressores e malvados de sempre desejem, às vítimas do restante do ano, pouco acreditados votos de felicidade.
É agradável e emocionante ver o brilho nos olhos das crianças, quando, ainda inocentes, deparam-se com versões humanas de Noel. Os presentes costumam ser anunciados como prêmios do bom velhinho, ao bom comportamento infantil.
É triste ver a feição dos pais, que não podem comprar os presentes que os filhos pedem a Papai Noel. Deve ser terrível, a crianças pobres, sentirem-se menos consideradas, por Noel.
A miséria tem o condão de destruir sonhos, e nada há de errado na atitude de pais que confessam aos filhos que Papai Noel não existe. É uma maneira de convencê-los de que são só terrenas as exclusões e sofrimentos.
Quando crianças, o Natal de Noel lembra-nos os presentes. Quando adultos, lembra-nos as guloseimas e convívio familiar. Quando idosos, a sensação é de nostalgia, pelos que já se foram.
Convém, contudo, disfarçar a tristeza, e fingir alegria, para não destoar da felicidade das crianças e da alegre comilança de jovens e adultos. É Natal !!!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Confraternização de final de ano dos grupos literários: CLIP, GOLP e Cafezinho Literário
A mesa festiva da confraternização |
Os mimos, oferecidos com carinho, o que não pode faltar numa festa de confraternização |
O Aniversariante |
Bate papo informal |
A escritora Luzia que trouxe uma nova e divertida ideia de "Amigo Secreto". Todos saíram com a lembrancinha e a energia positiva de um abraço apertado |
Todos atentos ouvindo as palavras dos colegas |
Mayttê, Ivana e Cassio Negri e Bino e Rosaly de Almeida Leme |
Leda, Angela, Elda e Ruth |
O círculo de amizade e confraternização |
Carmen, sempre atenciosa servindo os amigos |
João Athayde e Madalena trocando figurinhas |
Lurdinha e Cornélio |
Angela Reyes lendo sua mensagem de Natal |
Rosaly deixando a sua mensagem |
Ivana lendo um texto |
Cassio lendo seu conto natalino |
Leda também deixou seu recado |
Felisbino leu sua mensagem de Natal |
Ivana e Mayttê trocando figurinhas sobre comida vegetariana |
E não é que ela foi a minha amiga secreta? |
Duas grandes educadoras: Leda e Rosaly |
Luzia e Madalena |
Camilo Quartarollo e Aracy Ferrari
Cornélio e Antonia
Raquel e Athayde |
Angela e Felisbino |
Carmencita e Esther |
Ruth e Cassio |
Elda e Lurdinha Ano que vem tem mais! FELIZ NATAL |
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domingo, 18 de dezembro de 2011
sábado, 17 de dezembro de 2011
Quando chega Dezembro
Ludovico da Silva
A entrada do mês de dezembro desponta com o fim de mais um ano que está se despedindo e abre as portas para outro que está chegando. Como o tempo passa tão depressa! No andamento dos dias atuais parece que não se sente mais a velocidade do tempo. As pessoas estão tão preocupadas no trabalho e nos negócios, na corrida para dar conta das tarefas do dia a dia, que ficam sem pensar no amanhã e, com isso, deixam a vida correr ao sabor dos embaraços cotidianos. Mas nem tudo se desenha como indiferença ou problema insolúvel. Chega um momento em que é preciso deixar tudo isso para trás.
Vejam como existe o lado bom a se considerar. É interessante como a cidade se transforma com a chegada de fim de ano. Os “ares” mudam como se uma força misteriosa provocasse um sentimento novo no relacionamento entre as pessoas, mais alegre, mais comunicativo, em encontros cordiais, de amizade, de paz em novos tempos. A troca de cumprimentos revela desejos sinceros de uma vida promissora, de um futuro melhor, uma demonstração de amizade capaz de abrir novos horizontes para cada um.
A própria cidade fica mais bonita, com os arranjos das vitrinas como atração aos que as admiram, com as luzes coloridas a embelezar as ruas, com os enfeites que caracterizam a chegada da época natalina.
Não poucas famílias estão naquela correria para os preparativos das festas de fim de ano. Compras de presentes para os entes queridos e amigos mais chegados, que ficam sob uma árvore toda enfeitada com bolas e luzes coloridas, colocada em um canto da sala, onde, também, são pendurados os mais lindos cartões de boas festas recebidos. Camisas, sapatos, meias, calças, pijamas, carteiras de notas para as novas cédulas que estão por aí, porta-níqueis, vestidos, blusas, sandália, joias, bombons, biscoitos finos e uma batelada de outras coisas para que ninguém seja esquecido. Gastança com frutas secas e bebidas importadas. Encomendas de assados para mesas fartas. E por aí vai. Claro que tudo isso faz parte da confraternização nessas datas especiais. Nada contra. Pena que nem todos possam desfrutar desse privilégio, pela diferença de condições financeiras.
Bem, tudo isso considerado como festa, com o regozijo do tempo. Mas a vida não é bela apenas pela confraternização das pessoas e lautos almoços nesta época do ano ou pelas luzes que embelezam a cidade. Há outro lado importante a se considerar, que é o sentimento espiritual, de um momento de reflexão, de um reviver e repassar da vida nos dias vividos ao correr do ano.
Uma lista de feitos e efeitos não pode ficar esquecida, guardada num canto da memória, armazenada como se nada significasse em termos de vivência material. É um momento de meditação, buscar o que ficou na lembrança para um balanço do certo e do errado. Fazer uma revisão sincera, numa manifestação clara dos lados bons e ruins registrados no passar dos dias.
Os apegados às mais variadas religiões professadas procuram centros para retiros espirituais, enquanto outros se dedicam a orações à frente de altares das capelas próximas às suas residências. É uma forma de passar um tempo de reflexão profunda e agradecer a Deus pela graças recebidas ou mesmo o desejo para que a vida seja uma bênção ao futuro que os espera.
E assim chega-se ao fim de mais um ano, fechando um horizonte e abrindo uma janela de novas perspectivas de vida. Enfim, uma época de saudação a todos.
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Texto de Ludovico da Silva
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
NATAL CAIPIRA
Ana Marly de Oliveira Jacobino
O cheiro dos ramos do cipreste explora as mãos e as narinas. Vovô Adão leva os netos para um dos parques da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz para colher os ramos dos ciprestes. E na nossa meninice a alegria contagia. O Natal corre pelos ares, tais quais as renas do Noel. A mesa está armada no canto da sala. Faltam os últimos retoques. Os caminhos de areia assombreado pelos galhos dos ciprestes levam a algum lugar ou a lugar nenhum. O lago feito de espelho camuflado pelos montes de areia e grama feita de serragem colorida. As pedras feitas de papel. O monjolo de peroba movido a água encanada fica no canto da mesa socando o milho. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec!
Na caixa dos guardados vamos desembrulhando peça por peça! Boi, burro, carneiros, camelos, galo, galinhas, pato, patas, sapos, rãs. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec! Vamos pegando com muito cuidado: anjo, pastores, reis Magos, José, Maria. Cada um, já tem o seu lugar determinado. O burro, a vaca no interior da gruta, logo atrás da manjedoura para que possam esquentar com a respiração a criança. José e Maria ajoelhados em frente ao menino. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec!
Uma grande estrela rompe os céus segura por linha de naylon. Vovô nos deixa livres para espalhar as personagens de cerâmica pelos caminhos, morros, lago. Tudo vai ganhando forma, movimento e beleza. Enquanto isso, vovô alegra os nossos ouvidos com a sua voz de barítono. Os cantos natalinos podem ser ouvidos por todos.
“Brilha, brilha, lá no céu,
A estrelinha que nasceu.
Logo outra surge ao lado
Fica o céu iluminado.
Ao entoar “Noite Feliz”, vovô entra na sala de braço dado com a vovó. As suas mãos em concha carregam Jesus Cristinho. Vovô ampara as mãos da vovó e leva o menino até a manjedoura. Lágrimas correm pelo rosto de vovó Irene, que por ser cega não pode visualizar a beleza do presépio.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Espaço-Poesia - poemas e minicontos de Natal de autores diversos

PRECE A JESUS
Ruth Carvalho Lima de Assunção
Jesus chegou
Em pobre estrebaria.
Abriu os olhos para a luz.
Multiplicou afetos,
Distribuiu amor,
Espalhou a paz.
Senhor,
Que eu busque em seu calor
A terra quente onde germina a flor
A gota d’água que enternece o olhar,
Dai-me senhor um pouco de seu sangue,
Uma fatia de suor,
O seu sorriso
Sua dor,
Uma centelha de sua luz,
Que seus braços doridos
Envolvam-me
Quero respirar o seu alento
Meu coração sedento
Seja fonte de fé e recolhimento
Onde habite o perdão
Na fé, na paz e na libertação.
MENSAGEM DE NATAL
Dário Bicudo Piai
Que os Anjos Celestiais de Deus
habitem sempre aos seus derredores...
gerando muitas bênçãos
de constante paz e amor,
sabedoria e fraternidade,
bastante saúde e alegrias
e um vagão de prosperidade!
É SEMPRE NATAL
Leda Coletti
Natal, bater de asas sem medo da imensidão,
desapego do que é terreno,
ter o olhar fixo numa só direção,
e como os reis magos seguir sempre
em direção à luminosa estrela.
Não importam os empecilhos na caminhada,
locais, pessoas desconhecidas,
labirintos que obrigam a retroceder.
O caminho é longo, mas ter certeza da chegada
é um renovar de forças cíclicas,
fazendo-nos crer que o Natal acontece a cada dia!
Viver o Natal
Sonia Amaral
Muitas vezes nos deparamos com o nosso pensamento. O que fiz este ano para alegrar a Jesus? Perdoamos nossos irmãos, fizemos caridade, aceitamos com paciência todas as amarguras?
É difícil, pois no primeiro momento queremos devolver ao nosso próximo a mesma medida que ele nos proporcionou.
Para viver um Natal com alegria é necessário:
Viver constantemente em paz e harmonia
Viver na caridade
Viver a união com Jesus na Eucaristia
Para que Cristo cresça em nós e façamos o Natal permanecer em todos os dias do ano.
Feliz Natal!
NASCE UM DEUS
Lino Vitti (Príncipe dos Poetas Piracicabanos)
Receberam-te a palha, os animais,
E o coruscar dos astros celestiais!
Receberam-te as ovelhas e pastores
E o perfume das ervas e das flores.
Não foi festa de reis, de potentados,
Nem o marchar de exércitos armados.
A música suave dos arcanjos
Divinizara a noite em mil arranjos!
Maria – a Mãe – envolta em luz da aurora
E José, de joelhos, reza e chora.
Veio ao mundo Jesus – a Suavidade –
Messias da Justiça e da Verdade,
A salvação dos povos e nações.
Trazendo o Amor e a Paz às multidões.
O estrépito da glória se esmaece
Porque é o momento da humildade e prece,
É a hora de falar dos corações,
É a hora divinal das emoções,
Porque Cristo nasceu – Criança loura –
No berço de ouro de uma manjedoura.
O Esperado chegou, com Ele a Paz,
Com Ele, o Amor, e tudo se refaz.
Sob o encanto divino dessa Criança,
Rei da Fé, Rei do Amor, Rei da Esperança:
A Fé dos pequeninos e do sonho,
Do Eterno Pai a despontar risonho
Abrindo portas à felicidade,
Beijo de luz vindo da eternidade.
Doce Menino, ao Teu Presépio corro,
Necessito de amparo e de socorro.
Precisamos sentir tua presença
Para que a humanidade se convença
Que sem Deus não há Paz, Fraternidade,
Nem Amor, nem qualquer Felicidade.
SONETO DE NATAL
André Bueno Oliveira
Raríssimo perfume do Sudeste:
- alecrim debandando o matagal.
Cigarras em corais... que canto é este?
- Cantiga mais antiga de Natal!
Campina a se enfeitar de flor agreste,
nascida sem pecado original.
Que céu é este céu azul-celeste?
- É céu de Sol-Verão! Céu de Natal!
Vitrines-luzes-vivas coloridas,
barzinhos agitando as avenidas
fulgentes, a brilhar num mar de luz.
Brindemos o Natal todas as raças!
Ergamos, efusivos, nossas taças,
saudando o nascimento de Jesus!
FELIZ NATAL?
Patricia Neme
Outro dezembro... E eu me pergunto, apenas,
se existe uma razão pra celebrar
a fome das crianças... Tão pequenas...
Sonhando com o que não vão ganhar.
Outro dezembro... E vidas pouco amenas,
desejam paz na terra, paz no lar.
E esperam que as palavras nazarenas,
se façam pão, abrigo... E o muito amar!
Mas entre luzes, ceias e presentes,
de quem precisa, estamos tão ausentes...
Miséria? Só nas folhas do jornal!
Meu mundo, minha casa, minha gente...
E que o governo cuide do carente,
com bolsa-esmola ou bolsa-de-natal!
CERIMONIAL DA FESTA DE NATAL
(microconto)
Rosaly Ap. Curiacos de Almeida Leme
Preparou tudo com esmero.
Minutos antes lembrou-se de que não sabia quem era o aniversariante.
BRILHE ESTRELINHA
Felisbino de Almeida Leme
Brilhe estrelinha,
Luz que nos faz bem.
Você não está sozinha,
Clama o povo de Belém.
Cintila para humanidade,
Trazendo a paz divina.
Pedimos com humildade:
Venha e nos ilumina.
Nesta noite do Senhor,
Seu brilho é de esperança.
Veio à terra o Salvador,
Nosso Deus feito criança.
UM APELO
Antonia Martins Larrubia Segatto
O Natal aproxima-se.
Pobres, ricos, esperam,
famintos, maltrapilhos,
bem ou mal vestidos.
Todos o esperam:
mãe, pai, filhos e convidados.
Papai Noel, com sua barba branca,
para os pequenos, entrará certamente
por algum lugar.
e aos pés da cama, o presente colocará.
E acordaremos para ver
com o que Papai Noel os presenteou.
Sabemos que não foi fácil.
Durante um ano inteiro trabalhamos ,
e conseguimos,
mais um ano ser Papai Noel.
Senhores do poder na terra:
Esqueçam, um pouco só, no Natal, a política!
e pensem no Pai eterno
estendendo a mão aos famintos.
MAMÃE NOEL
Maria Emília de Medeiros Redi
Desde o mês de novembro, ela preparava a casa para as festividades do Natal.
Não media esforços para que tudo transcorresse maravilhosamente bem
naquela Noite Especial!
Saía às compras... Teria que atender a todos, e apesar de não ser, sentia-se a própria
" Mamãe Noel "!
Então... em uma Noite de Natal... Depois da ceia, que ela havia preparado com todo esmero, chegara a hora da distribuição dos presentes ...
Distribuiu-os, um a um, a cada membro de sua família. Todos ficaram muito felizes!
Quando os presentes foram entregues, com o maior carinho e amor, ela acomodou-se na poltrona macia, à espera do seu presente - que não veio!..
Cada familiar foi se retirando para dormir, sem ao menos lhe dar um - FELIZ NATAL! de boa noite !
Ela, que tanto fizera para que tudo fosse perfeito e maravilhoso, ficou só e pensativa...
Afinal, o seu maior presente era a ALEGRIA da FAMÍLA !!
NATAL
Richard Mathenhauer
Na manjedoura natalina
Coloridamente exposta na vitrine,
Repousa a imagem
Do Menino-Jesus.
Pobrezinho nasceu no Shopping-Center.
As crianças e o que lhes restou ingênuo
Ainda crêem no presépio.
Há os velhos, o avesso da criança,
Que se benzem
E crêem que ali está o próprio deus
(em gesso e fitas).
A grande árvore capitalina
Acende e apaga suas luzes
Enquanto Noel hou-hou-houa a ilusão
De que se pode tudo ganhar.
Basta desejar.
Na manjedoura do vitrine
Nas casas cristãs
Papai Noel é aguardado
Com seu saco carregado
Do que se vê na televisão.
Mas o Coração, que vai dentro
Da criança, do velho, de todos mais,
Continua vazio, porque o Menino Jesus
- não da vitrine -
Não foi convidado a entrar.
SEMPRE É NATAL?
Ana Marly de Oliveira Jacobino
O que tem dentro do saco
Que saco? Menino atrevido!
O saco do papai Noel, ué!
Ah! Vou contar bem devagar
Preste muita atenção!
Avião, carro, caminhão,
Alegria para dar e encantar
Bola, casa, panela,
Estrelas para alumiar,
Os olhos do coração.
O que tem dentro do saco
Que saco? Menino atrevido!
O saco do papai Noel, ué!
Ah! Vou contar bem devagar
Preste muita atenção!
Amor, carinho, doação,
Enfeites da alma para driblar
As dores do cotidiano.
Desde o seu nascimento
A criança é comercializada
Para vender presentes...
Na era da globalização.
SONHO DE NATAL
Cassio Camilo Almeida de Negri
O homem, desde criança, estivera intrigado com o fato de no Natal, quase todos ganharem presentes, menos o aniversariante.
Nunca encontrara uma explicação, mesmo porque, a maioria passava pelos natais e nem sequer lembrava do aniversariante, quanto mais da razão de se doar presentes.
Em todos os lugares, se viam papais noéis vermelhos, azuis, e até verdes, árvores de natal, estrelas, cordões luminosos e luzes, luzes de todas as cores, iluminando a escuridão das noites.
Mas, naquele homem, ao chegar próximo ao fim do ano, uma paradoxal alegria triste enchia seu coração.
Aquela felicidade infeliz tomava conta do seu eu e sentia-se como se tivesse esquecido algo, mas não lembrava o que.
Os anos se passavam, às vezes rápidos, às vezes lentos, e a ansiedade desse algo esquecido aumentava.
Aturando essa sensação de não sei porque, já por meio século, foi dormir na véspera de Natal.
Penetrando no mundo dos sonhos, sentiu-se caindo vertiginosamente, passando rapidamente por vitrinas coloridas, papais noéis, árvores de natal, luzes e sentiu um frio na barriga nessa queda interminável.
Fecha os olhos para não se ver esborrachar no chão, quando então é amparado em meio a palha de uma manjedoura que amortece a queda.
Se vê ali deitado, como o próprio Cristo ao nascer. Ao seu lado, milhares, milhões, bilhões de manjedouras, bilhões de cristos.Sentiu-se o próprio Cristo, descobrira seu mundo interno, seu eu real divino.
Descobriu que não tinha alma e era a própria alma.
Sentiu-se uno com Deus e uno com toda a humanidade
E o que unia a todos e ao Todo era o amor, traduzido no ato de doar.
PRESENTES ETERNOS
Eloah Margoni
Embrulhos, festividades, bebida.
Em papéis metalizados
carência e fome.
Abraços, beijos,
grana, ouro de tolos,
ausências, perda, solidão!
Carregar a vida
com zelo e graça,
com garra e alma,
a mente alegre,
na força que vem das pedras
e esvoaça!
Mariposas ao redor das velas...
O poder das ondas
o poder dos sinos,
o calor dos símbolos,
crendo-se em céu ou não,
sendo-se ou não cristão,
é presente dos mais divinos,
dos mais completos,
abrigo interminável,
amor a si mesmo e ao mundo,
nosso imenso teto!
NATAL NO ORIENTE
Elda Nympha Cobra Silveira
Olho para o céu,
Que tristeza!
Papai Noel não vem aqui
Ele não dá mais presentes?
Ele não ouve meus pedidos?
Implorei o ano inteiro
Apenas um pai e uma mãe
Que me ame,
Água e comida.
De brinquedos não preciso!
Brinco de pular minas escondidas
Anseio apenas poder viver,
Sem levar um tiro entre as ruínas.
É NATAL
Irineu Volpato
É Natal.
Gozado esse mundo da gente
todo ano, trás ano a cadência
dos dias, das datas, das luas
não destoa sequer variar.
É Natal tal outro que foi
só a gente é rendido mudar.
Nós perdemos do riso sorrir
nossos olhos caíram no chão
a sombra se alongou contra o sol
e a graça dos gestos criança...
proibiram da gente sonhar!
É Natal como um eco que dói
e a gente não ter como estar
- porque foi de ir, de passar.
Se encova o real de se ser,
se calça o sorriso nos olhos
se revoga capricho do tempo
e se veste o alvoroço da vida
pra se ter a ilusão de ficar.
Mas nas dobras que atamos o eu,
quando a festa deixar-se acabar,
mais de dor será o silêncio
mais de oco será nossa está!
TROVINHA DE NATAL
Luiz Gilberto de Barros
Eu quero, Papai Noel,
Embora te tenha respeito,
Que Jesus desça do céu
E renasça... no meu peito.
RECICLAGEM DE NATAL
Carmen M.S.F.Pilotto
Amigos criam artesanatos
no carinho de lares perfeitos
afagam com especiais lembranças
os quatro cantos da cidade:
bordados em cores vibrantes
biscoitos elaborados em afeto
poemas-calendário inspirados
cartões multicores de vida.
Nas vitrines do consumo
os presentes perdem o efeito
diante da humanidade revitalizada
na fraternidade cristã do advento.
Amigos criam artesanatos
no carinho de lares perfeitos
afagam com especiais lembranças
os quatro cantos da cidade:
bordados em cores vibrantes
biscoitos elaborados em afeto
poemas-calendário inspirados
cartões multicores de vida.
Nas vitrines do consumo
os presentes perdem o efeito
diante da humanidade revitalizada
na fraternidade cristã do advento.
SONHOS DE NATAL
Ivana Maria França de Negri
Que saudade dos sonhos recheados,
fartos de creme ou goiabada,
cobertos de fina película de açúcar,
que deixava nossos dedos melados.
Sonhos dourados, quentinhos, crocantes,
que minha mãe fazia no Natal
e davam água na boca.
Eram tantas alegrias nesta data
e mais doces ficaram meus natais,
plenos de carinho e mel de mãe,
certamente, a lembrança mais grata...
LENDAS DA INFÂNCIA DE JESUS
(A fuga para o Egito)
Maria Cecília Graner Fessel
Dormiu o Menino no colo materno
E logo a Família foi repousar
Aquele lar simples, no entanto tão terno,
Tinha acolhido um Deus prá morar.
Deus-Pai, protegendo a Criança Divina,
Mandou que partissem, em sonho avisados:
Havia um rei mau, invejoso da sina
Daquele Menino ser Dele o enviado.
Fugiram os três, usando um burrinho,
Por altas montanhas e ardentes desertos
Porém eram sempre seguidos de perto
Por tropas de caça em plena campanha.
Então, numa noite escondeu-se a Família
Em gruta que a água cavara na rocha.
Mas logo os soldados, que estavam na trilha,
Dali se acercaram, à luz de uma tocha.
Eis que, entretanto, uma pequena aranha
Que a inquieta mãozinha do Menino tocara
Mesmerizada por graça tão rara
Teceu sua teia de mais nobre traçado
E assim o caminho ficou bloqueado!
Chegando à tal gruta, os medrosos soldados
(Podia ser pouso de feras famintas...)
Perfeito inda estando o recém rendilhado,
Deixaram a busca, as suspeitas extintas.
Mostrando que a força nem sempre é do forte,
O frágil bichinho de tão frágil teia
Foi abrigo maior que uma torre de ameias,
Um mágico lance, um disfarce acertado
E assim o infante Jesus foi poupado!
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