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domingo, 30 de setembro de 2012

O Velho



        Leda Coletti  

Seus cabelos brancos
lembram algodão doce,
 as rugas na face cansada
mostram longa história,
colcha de retalhos
de muitas cores e tamanhos.
Seus passos lerdos
reforçados por rústica bengala,
sugerem rastros saudosos
de um caminhar glorioso.
Bom e respeitável velhinho:
deixe-me beijar sua fronte
e suas mãos tão calejadas!
Ensina-me a fazer do meu presente
um pouco do seu passado radioso.
Se assim acontecer, tenho certeza,
não passarei apenas no mundo,
mas, viverei de modo intenso
ajudando a construir um universo
com mais justiça, paz e amor.

sábado, 29 de setembro de 2012

O que você está lendo?

 Elda Nympha Cobra Silveira é escritora, poetisa e artista plástica

O nome é O LIVREIRO DE CABUL, lançado pela Editora Record  do Rio de Janeiro e escrito pela jornalista norueguesa ASNE SEIERSTAD e traduzido por Grete Skevik.
Esse livro é ou foi campeão de vendas, quando eu o li estava na 12ªedição em 2007 e estou relendo-o novamente porque vale a pena. Ele pode ser lido como um romance, é uma reportagem fascinante por retratar sobre a vida afegã depois da queda do Talibã.
Ela escreve sobre a vida de uma família que se sujeita ao patriarcado, a ponto do pai, um livreiro de Cabul, Sultan Khan, não permitir que seu filho adolescente estude, para trabalhar 12 horas por dia para ele na livraria. Depois que sua livraria foi invadida após a queda do regime Talibã, alimentou o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre historia e literatura no núcleo de uma nova Biblioteca Nacional.
A autora conseguiu morar com a família do livreiro-duas mulheres, cinco filhos, e parentes e precisando usar burca, podia observar relatos das rixas do clã com seus conceitos de vida muito diferente dos nossos, onde três dos irmãos sufocaram com um travesseiro uma irmã adultera matando-a, a mando da mãe.
Os casamentos eram impostos e decididos sem que os casais de noivos tivessem trocado apenas um olhar e tinham pressa em arrumar uma noiva para um viúvo com dez filhos que estavam cansados de cuidar e precisavam encontrar uma mãe para as crianças.
Sultan Khan, um tirano na orientação familiar após um segundo casamento com uma garota de 16 anos manda sua primeira esposa para o exílio no Paquistão.
Ane Seirstad apresenta uma coleção de personagens comoventes que reflete as contradições do Afganistão e vai provocando emoções quanto às limitações impostas aos jovens e mulheres do país.
O protagonista que inspirou o personagem do livro com o nome fictício de Sultan Khan é um tirano na família, nos negócios e radical nos seus conceitos, até foi à Noruega com o propósito de pedir reparação judicial, indignado com o resultado do trabalho da autora.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Que amor é esse?



Eloah Margoni

Que amor então é esse?
prende-me, doloroso,
a criaturas não humanas
como se elas
parte de mim fossem,
parte da parte
que tudo permeia
sem teia,
sem peias da real razão.

Aquilo que não sei,
dentro do escuro
ouço com certeza,
milhões de seres arranhando
o vento rouco.
E em cada suspiro
gemido ou canto
desejo abrigo eterno
aos vivos,
nascidos da explosão.
  .
Por que amar assim
que me machuca,
se mão divina não tenho,
nem estendê-la posso,
tão sangue e fibra?
Então é escutar 
o farfalhar das brisas,
onde  mundos superpostos
inventam pesadelos
ou sonhos agradáveis mesmo,
o que é precioso,
mas, desafortunadamente,
muito raro.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

TROVAS - Tema Chuva


Olivaldo Júnior

Pouca chuva, ou temporal,
pouco importa, minha flor!
O que inunda meu quintal 
são as "lágrimas" de amor.

Chuvarada, na cidade,
faz nascer de uma enxurrada
toda a vã eternidade
de um barquinho à molecada!

Já chorei por meu amor,
já gostei demais de alguém...
Hoje eu caio sobre a flor,
como a chuva cai também.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Evento na Escola Catharina Casale Padovani

Lucas um dos autores dos textos
Professora Christina Negro Silva e o diretor

Alunos caracterizados de Lampião e Maria Bonita

Carmen Pilotto, Christina Negro Silva, Leda Coletti e Ivana Negri

Alunos recitando o cordel

Parte do público presente

Artesanato de alunos - Padre Cícero

Cordel

Escritoras Ivana Negri e Carmen Pilotto apresentando para alunos e professores da Escola Catharina o Projeto Livros com Pezinhos

Jogando conversa fora


                       Leda Coletti

Quando não se tem assunto definido joga-se conversa fora.
E quais são os mais focalizados?
Doença é um dos mais fortes, principalmente se a roda de amigos for da  3ª Idade. Cada um quer falar mais do que o outro, de suas dores de coluna, enxaquecas, etc; há  inclusive os que  passam receitas de chás, remédios, na tentativa de colaborar para amainar as dores alheias.
Outra matéria instigante são as fofocas que envolvem casos familiares. Há sempre alguém contando algum segredo de gente importante, com recomendação para não passar para frente, pois pode chegar aos ouvidos de algum parente, e ela (a que teve papas na língua) ficar em maus lençóis. Os ouvintes após ouvir o fato, ficam na dúvida se é verdade ou mentira, mas não resistem e passam para terceiros a novidade. E como diz o ditado popular  “quem conta um conto aumenta um ponto,” a história vira outra história .
Já vivemos muitas situações conflitantes, quando conhecidos ou até amigos nos procuram para desabafar de laços de amor, ou mesmo de amizade rompidos. Nesses momentos são sábios os conselhos dos mais velhos para não darmos palpite; tenhamos paciência para ouvir quantas vezes a pessoa tiver vontade de falar, mas não tomemos partido, pois “em briga de marido e mulher, ninguém deve meter a colher.”
Caro amigo leitor, não é verdade tudo o que escrevi? Será que já houve alguém que nunca viveu tais experiências? Já que estou usando jargões populares encerro esta minha fala usando mais um; Vamos procurar esta pessoa como a “ a agulha no palheiro.” 

domingo, 23 de setembro de 2012

"Nóis é alegre" - Crônicas de Humor de Maria Helena Lastória - Convite


Espaço Catavento

" Nóis é Alegre" - Crônicas de Humor , será lançado dia 6 de outubro no Espaço Catavento.
Toda renda será  revertida  para a ONG RUMO.




sábado, 22 de setembro de 2012

O que você está lendo?



Ludovico da Silva escritor e um dos coordenadores da página literária Prosa & Verso na TRIBUNA PIRACICABANA há 12 anos

            Estou lendo “1808”, obra do escritor Laurentino Gomes, Editora Planeta. Trata-se de uma análise da fuga da família real de Portugal para o Brasil, recheada de detalhes, possivelmente, desconhecidos de muitos brasileiros. Um outro olhar sobre a história do Brasil.
            Inicialmente, o autor focaliza a situação política da Europa, em relação às invasões e conquistas de países vizinhos por parte de Napoleão Bonaparte.
            Explica Laurentino Gomes que a partida da Família Real para o Brasil foi cercada de expectativa, tensão e medo, provocando no povo português uma reação de desespero e revolta. Antes de embarcar com sua comitiva, Dom João esvaziou os cofres do governo, em quantia estimada como a metade das moedas em circulação em Portugal.
            Na chegada da família real, a cidade do Rio de Janeiro cobriu-se de festas, com fogos, música e declamações de poesias. Na ocasião, os moradores foram desalojados de suas casas, para alocarem os acompanhantes da corte, sem pagamentos de alugueis. Os cronistas da época foram implacáveis nas críticas à família real, com respeito à vida e personalidade de Dom João, que tudo dependia da opinião de seus conselheiros, avesso a cerimônias e bocejava em festas e recepções oficiais. Dona Carlota Joaquina era tida como uma mulher maquiavélica e conspiradora mesmo contra o próprio Dom João, além de detestar o Brasil. Na oportunidade, havia um esbanjamento do dinheiro público para sustentar toda a comitiva, com os gastos atingindo somas astronômicas. Favores generosos recebidos de pessoas residentes no Brasil eram pagos com honrarias, insígnias e títulos de nobreza. À noite, no Palácio, havia a cerimônia do beija-mão.
            É feita uma análise dos problemas do Rio de Janeiro, como criminalidade, costumes da população, vida dos escravos e punições que lhes eram aplicadas por desobediência à ordem estabelecida. O tratamento aos escravos, no comércio de compra e venda, era desumano, como verdadeiros animais.
            Em 26 de abril de 1820, Dom João embarcou de volta a Portugal, não sem antes raspar os cofres do Banco do Brasil e o que restava do tesouro real, considerado um verdadeiro assalto ao erário brasileiro, repetindo o que havia feito quando da fuga de seu país.
            O autor anota que de tudo o que aconteceu no período da estada da coroa real no Rio de Janeiro, o Brasil registrou profundas mudanças, deixando de ser uma colônia fechada e atrasada para se tornar um país independente.
            Vale a pena registrar aqui uma série de curiosidades em torno dessa história, contada pelo escritor Laurentino Gomes. Entre dez a quinze mil pessoas acompanharam Dom João na viagem ao Brasil, entre elas nobres, conselheiros, médicos, bispos, padres, damas de companhia, camareiros, pajens, cozinheiros e cavalariços. A corte portuguesa levou quase três meses e meio para chegar ao Rio de Janeiro, com escala de cinco semanas em Salvador. No desembarque em Salvador apenas o governador João Saldanha da Gama compareceu para receber Dom João. Durante a viagem, uma infestação de piolhos obrigou as mulheres a raspar os cabelos e lançar suas perucas ao mar. As cabeças foram untadas com banha de porco e pulverizadas com pó antisséptico. Por volta de 1818, os procedimentos cirúrgicos fáceis eram feitos por barbeiros sangradores e os difíceis por indivíduos presunçosos e ignorantes de anatomia e patologia. No Rio de Janeiro, por essa época, o nascimento de um menino era anunciado com nove badaladas de sino e de menina, sete. A Rua Direita, na então futura Cidade Maravilhosa, tornou-se a primeira da cidade a ter numeração e trânsito pelo sistema de mão e contramão, a partir de 1824. Dom João tinha medo de siri, caranguejo e trovoadas. Por fim, para quem se esqueceu, o nome de Dom João era João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antonio Domingos, Rafael de Bragança. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Premiação - Luzia Stocco e Ivana Negri


Duas escritoras piracicabanas foram selecionadas para integrar o livro dos 50 anos da Associação Nacional dos Ecritores (ANE), sediada em Brasília.
Luzia Stocco e Ivana Negri terão seus contos publicados na antologia que reúne 50 textos de escritores selecionados de todo o brasil.

Associação Nacional dos Escritores

A História da Associação Nacional de Escritores

A Associação Nacional de Escritores – ANE, além de ser a mais antiga instituição cultural de Brasília, deu origem a outras entidades, como a Academia Brasiliense de Letras e o Sindicato de Escritores no Distrito Federal. Nasceu no dia 21 de abril de 1963, na Livraria Dom Bosco, de Francisco Scartezini Filho (na SCRS 108). Figuravam entre os fundadores, além de Almeida Fischer, nomes de expressão nacional como Cyro dos Anjos, Pompeu de Sousa, Alphonsus de Guimaraens Filho, Nelson Omegna, Victor Nunes Leal, Afonso Felix de Sousa, Carlos Castello Branco, Christiano Martins, Cândido Motta Filho. Posteriormente, filiar-se-iam personalidades como Eugênio Gomes, Samuel Rawet, Zila Mamede, João Alexandre Barbosa, Cora Coralina, Adriano da Gama Kury, Sylvio Elia, Pereira Lira, Roberto Lyra Filho, José Godoy Garcia, Luiz Beltrão, Adalício Nogueira, Oscar Mendes, Dinah Silveira de Queiroz, Alberto da Costa e Silva, Fritz Teixeira de Salles, Antônio Girão Barroso, Waldemar Lopes, H. Dobal, Bernardo Élis, Antonio Roberval Miketen, António Campos, José Aparecido de Oliveira, Patrícia Bins. O número de associados ascende, hoje, a cerca de 340, entre vivos e mortos.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

VAZIO



Bruno Peron Loureiro


O vazio é como o balão de diálogo
Sempre à espera da completude

O vazio é uma pergunta sem resposta
Ou uma resposta a outra pergunta

O vazio que rodeia nos completa
Enquanto o interior se esvazia

Há que buscar as fechaduras
Cujas chaves estão no íntimo

Que será de mim sem o outro?
Que será deste lugar sem aquele?

Num modesto truque de dialética
Fazemos do vazio o nosso guru

Que significado tem o vazio existencial
Diante da polissemia da solidão?
Que sentido tem o vazio carnal
Diante da astúcia da sofreguidão?

A resposta virá sem subterfúgios
Desde que a pergunta se enobreça

A mais nova descoberta da ciência
Não é a cura do câncer e do orgulho
Nem o fim de todos os males
É algo simples: o vazio preenche

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lançamento de livro e exposição - Convite

A Exposição de Iconografia Bizantina será inaugurada dia 27 de setembro, a partir das 20h na Capela São Nectários de Egina, Rua do Vergueiro,156.
Na mesma ocasião, será lançado o livro "O Caminho da Oração - Itinerário dos Padres do Deserto, do autor Luis Kehl
O convite é do Arquimandrita Nikolaos Moreira cura pároco da Paróquia Santo André Apóstolo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

FALANDO DE MONTE ALEGRE...



Tributo à Capela de São Pedro...

Maria de Fátima Rodrigues

A realização do sonho de um grande empreendedor, que sentia saudade de sua terra. O Comendador Pedro Morganti, quando mandou construir na Usina Monte Alegre, em Piracicaba, uma capelinha no mesmo estilo da Capela de São Frediano, em Lucca na Itália, não poderia imaginar que um dia ela seria tão reverenciada.
A Capela de São Pedro ainda está lá, imponente, respeitada e amada! É, e sempre será, o símbolo não apenas de um bairro, mas de toda uma cidade.

A Capelinha de Monte Alegre, fotografada, copiada, citada, musa de pincéis ansiosos para reproduzirem emoções, estética e estilo, nas telas, paredes, e até em um simples papel... “com cinco ou seis retas é fácil fazer” a Capela!

Contada em versos, em prosa, por poetas e escritores que nela foram batizados, tiveram suas primeiras lições sobre a Criação, confessaram seus segredos, coroaram a senhora das Graças, juraram fidelidade, disseram suas secretas mágoas.

 “... a Virgem parece sorrir, sinto-a pertinho de mim,
solto a voz, parece que não vou alcançar...
Termino o canto, deslizo os dedinhos, coloco a coroa...
... a igreja fica vazia, mas um canto ao longe ecoa,
rainha, formosa e boa, é Monte Alegre quem vos coroa!” (MARILDA DE LUCCAS SAMPRONHA)  julho/2011- trecho do poema “Coroação”.

“Lembro-me ainda menino,
Quando minha mãe colocou uma fita branca
em meu braço,
e me mandou para a Igrejinha,onde ainda hoje tenho laços...”  (VINÍCIUS CARLOS RODRIGUES) maio/1999 - trecho do poema “Mãe”.

Quantas melodias foram nela entoadas, principalmente por um de seus mais diletos “tenores”, meu pai... Venésio Clemente Rodrigues: Ave Maria de Gounod ou de Somma, os noivos podiam escolher!

Tatuada por um jovem artista plástico, o qual lhe deu abrigo, espaço e tempo, para assim delinear, expressar e descobrir seu verdadeiro talento: ALFREDO VOLPI.

Ela chama a atenção, tem luz própria.

O que muitas pessoas não sabem é quem se preocupou com sua preservação como patrimônio histórico. Um jovem que, vindo trabalhar na Usina, na empresa Monte Belo S/A - Açúcar e Álcool, de propriedade do Grupo Ometto na época, mais ou menos entre 1976 e 1977, se apaixonou por ela, pela sua arquitetura, e notando a exuberância de seus afrescos, teve uma surpresa: eram de Alfredo Volpi.
Que fascinante descoberta para ele: Eduardo Pacheco Giannetti, um grande amigo de trabalho, que já tinha essa preocupação maior com o coletivo. Não era de muito falar, mas agir, e o fez.

 Ávido por preservar sua memória, foi em busca de sua mais remota história. Escalou  montanhas de burocracias, procurou comprovar sua originalidade com outros artistas plásticos ou críticos de arte, tendo como álibi a marca registrada do artista: as figuras geométricas dos barrados de suas obras. E, já muito distante dessa “terrinha” conseguiu seu objetivo: o Tombamento deste ícone remanescente de um tempo que não volta, mas que será preservado para sempre!

Ela, a Capela, está lá, sempre estará, mas só, completamente só. Sua aura ainda resplandece. As vozes em preces emudeceram, mas ninguém dela se esquece.

Seus moradores, os antigos ou os novos, querem acordar aos domingos e ouvirem o ressoar dos sinos. Não querem relembrar apenas passados, e sim ouvirem os sinos no presente! Querem cantar as Aves Marias novamente!

Monte Alegre quer renascer! Seu passado glorioso pode ser transmutado, e tem que ser reiniciado por ela, a Capelinha quem sabe!

E, gostaria de terminar esse tributo, citando um texto que há pouco tempo vi e gostei do que li... na Revista Virtual MONTE ALEGRE em sua primeira edição, escreveu seu diretor Bruno Fernandes Chamochumbi:

Justamente o neto do Sr. Eduardo Fernandes Filho, que também fez sua parte nessa história, e que surpresa agradável, pois percebi o empenho de seu neto, em desejar reconstruir esse pedacinho de paraíso:

“... nossas páginas falam de um Monte Alegre que cresce sem precisar aumentar de tamanho, que se desenvolve sem agredir a vida, que harmoniza tecnologia com meio ambiente, e história com futuro...”

Que assim seja feito.
AVE Capela de São Pedro... Ave

domingo, 16 de setembro de 2012

Convite - Evento na escola Catharina Casale Padovani ( Piracicaba)



A diretora Christina A.Negro Silva & equipe gestora da EE Profª Catharina Casale Padovani convidam todos para esse evento cultural

Que livro você está lendo?



Escritora e poetisa Raquel Delvaje

Estou lendo o livro: A Megera Domada, de William Shakespeare com tradução de Millôr Fernandes. O humor, a poesia, o sarcasmo e o drama do amor de Catarina e Petrúquio não estão apenas intactos e fiéis ao texto original. Estão vivos porque são escritos com a língua viva que é empregada pelo humorista, teatrólogo e jornalista Millôr Fernandes. Gosto muito de ler as obras de William Shakespeare, pois escrevo também peças de teatro e uso-as como estudo e aproveito para me deliciar nos textos divertidos que inspiraram tantos outros trabalhos. Essa história, por exemplo, serviu como inspiração de uma novela global onde os nomes dos personagens eram os mesmos. Quem não se lembra de O Cravo e a Rosa? William Shakespeare se mantém vivo em suas inúmeras peças que apaixona quem as lê. Esse livro, inclusive, adquiri-o em um sebo e aproveito para recomendar que as pessoas visitem mais essas lojas que são um presente literário para nossa cidade, pois possui obras excelentes e encontramos também livros raros, com preços acessíveis



sábado, 15 de setembro de 2012

ECILAALICE SÉCULO XXI



Carmen M.S.F. Pilotto

O reflexo do espelho regurgita
Um falso riso do gato risonho
- É tarde! É tarde! Alerta o coelho do relógio

Uma menina afobada
Atropela o momento
No vácuo inócuo tormento da rotina

Da esquina de um beco
A rainha de copas observa
E bufa mandos irados e esquizofrênicos
Tolhendo ação e reação dos intitulados humanos

E o lindo vestido engomado azul celeste
Com o laço de cetim esteticamente entrelaçado
Não reflete mais o enredo de nenhum ser contemporâneo
Cujas cabeças já rolaram há muito nos grandes centros urbanos...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PRIMAVERA PRECOCE



Maria Cecilia Graner Fessel

Na estação preguiçosa na chegança
Ainda há brisa fria nas folhagens -
Craque-craqueando aos pés as folhas secas
Vamos andando em nossa marcha mansa.

Em festiva loucura, a Natureza,
Desatinada neste estranho  inverno
Exibe flores vermelhas e amarelas
Mesclando ciclos do grande ciclo eterno.
E enquanto elas, já se crendo em primavera,
Abrem-se ao ar, despertando antes do sono,
Há jambolões avermelhando as trilhas,
E jatobás esfacelados pelo tombo
(Expondo entranhas verdes em suas quilhas)
Como se agora ainda fosse outono!

A Bandeira chacoalhada pela brisa
Cria no mastro metálicas batidas
E as borboletas bêbadas de néctar
Aos rituais do amor são atraídas.

No céu, três pára-quedas multicores
Brotam de nave em vôo solitário:
Dois bem-te-vis, no prédio centenário
Zombam, com trinados, dos motores...

Crianças puxam pipas de papel de seda
No redondo gramado ressequido.
Jovens  e idosos, em trilhas e veredas,
Caminham lento ou em passo decidido.

Em tudo a Vida provoca movimento,
É a Esperança a gerar continuidade.
A Primavera vê chegado seu momento,
Enquanto o tempo inaugura nova idade...

PRIMAVERA


Leda Coletti

Primavera,
Na roupagem colorida
da paisagem campesina,
invade o ambiente e fascina.
ao romper bela e florida.

Abraça com suas flores,
campinas, praças, varandas,
 baila ao vento, faz cirandas
com guirlandas multicores.

Os passarinhos cantores
cantam bela sinfonia,
cedem à sua magia,
tornam-se mais criadores.

Será sempre com certeza
de nós homens-corações,
dileta das estações,
nela vemos só beleza.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

12o Escriba de Poesias 2012


Comissão julgadora:

João Baptista de Souza Negreiros Athayde
Richard Mathenhauer

André Bueno Oliveira 
Josiane Tomasella Bordignon

Elisa Philipowski Costa Pantaleão 

Lucila Silvestre ( Coordenadora cultural da Biblioteca Municipal)

Resultado - 12º Prêmio Escriba - Poesias

1º Lugar
Lavando o Pão de Cada Dia
JOÃO CANDIDO DOS SANTOS RODRIGUES
Manaus/AM

2º Lugar
Cecogramas
LUIZ KIFIER
Belo Horizonte/MG

3º Lugar
Diário de um Jardim de Papel
JACQUELINE LOPES SALGADO SOARES
Belo Horizonte/MG


Melhor de Piracicaba
Silêncio
ESIO ANTONIO PEZZATO
Piracicaba/SP


Melhor de 15 a 17 Anos
Ser e Não Ser
LEVI MOTA MUNIZ
Fortaleza/CE


Selecionados - Antologia

No Varal do Tempo
FERNANDO FERRARI
São Paulo/SP

Salto
ALBERTO PEREIRA DE ARAÚJO FILHO
Caratinga /MG

Dia dos Namorados
MARCO AURÉLIO PINOTTI CATALÃO
Campinas/SP

Falsos Abraços
VASCO PEREIRA DE OLIVEIRA
Sertãozinho/SP

Finesse
MÚCIO DE LIMA GÓES
Recife/PE

Os Galos da minha Rua
REGINALDO COSTA DE ALBUQUERQUE
Campo Grande/MS

Febre das Musas
ANNA AMÉLIA APOLINÁRIO DE ALMEIDA
João Pessoa/PB

Estação Calada
LOHAN LAGE PIGNONE
Trajano de Moraes /RJ

Eternamente Manoel
EDER RODRIGUES
Pouso Alegre/MG

Primavera Anunciada
MARISA BUELONI
Piracicaba/SP

Amor
JOÃO PAULO PARISIO
Jaboatão dos Guararapes/PE

Eternal Silencio
FRANCIELE MOSER BACH
Santa Rosa/RS

Brinco de Lembrar
DANIEL RETAMOSO PALMA
Passo Fundo /RS

A Casa dos Nomes
JOÃO MARIA HENRIQUES NEGREIROS
Ermesinde/Portugal

Pequenas Poesias
ANDRÉ TELUCAZU KONDO
Caraguatatuba/SP

Analise Estática
KLEBER BORDINHÃO
Ponta Grossa/PR

O Que Sobra
HELENICE PRIEDOLS E SOUZA
Vinhedo/SP

Momento No Trem
MARIA CECILIA CONSENTINO FRANCO
São José do Rio Preto/SP

Consolidação
JULIANA MENDES FERREIRA FRANÇA
Nova Friburgo/RJ

Fragmentos
RODRIGO DOMIT
Rio de Janeiro/RJ

O Sono de Goya
MARCIO DAVIE CLAUDINO DA CRUZ
Curitiba /PR

Doces Lembranças
MARIO JOSÉ DE SOUZA GOMES JR
Vila Velha/ES

Geografia
MARINA RABELO CALDAS
Natal/RN

Dicionário
LUCAS CORREA MENDES
Araguaína/TO

Aos Credores
MARCOS FERREIRA DE SOUSA
Mossoró /RN


domingo, 9 de setembro de 2012

HAICAI- Espaço Poesia



Ana Marly de O. Jacobino

rói a natureza
    sacolas retornáveis
          roedor humano
                    Elas voltaram...
Uma praga da modernidade roendo o útero da terra...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O que você está lendo?


Escritora e poetisa Lidia Sendim

Minha mais recente leitura foi o livro Sócrates e Jesus: o debate., de Peter Kreeft (Editora Vida,SP, 2006). Professor de filosofia, o autor foi muito feliz na representação pictórica de uma hipotética aparição do filósofo Sócrates em uma Universidade de Teologia dos Estados Unidos, onde teria frequentado uma aula de Cristologia. O livro conta, em forma de diálogo, o debate do filósofo com o professor e os estudantes do curso.
O autor não questiona se Sócrates existiu ou era somente o alter ego de Platão, o que está em jogo é o encontro da cultura grega com a judaica, que deu origem à religião cristã. O filósofo encara tudo sem preconceitos e até com um pouco de ingenuidade, pois nada conhece do assunto, chegando a desconcertar professor e alunos com suas perguntas e questionamentos.
Enquanto todos achavam que já conheciam a verdade, mas não sabiam explicá-la, Sócrates foi à cata dela direto na fonte, lendo sem preconceitos o Velho e o Novo Testamento e dando lições sobre as verdades essenciais do Cristianismo. “Um filósofo é um amante da sabedoria, por definição. E toda sabedoria encontra-se na mente de Deus, não está certo?” Pergunta Sócrates e ele mesmo responde: Então, ao buscar a sabedoria, o filósofo busca Deus, esteja ou não consciente disso.”  (p.183)
Lendo o Novo Testamento Sócrates se depara com a vida de um homem que era a síntese do que ele procurou ser, uma pessoa moral, virtuosa e que, como ele, achava que o bem deveria ser procurado como prática universal (amar a todos) e que as leis do Estado deveriam ser obedecidas (daí a Cesar...),  buscar o Deus desconhecido e acreditar na imortalidade da alma, foram razões para  se identificar plenamente com as verdades de Cristo.
Na tese do autor (Peter Kreeft), antes de desaparecer tão fantasticamente como chegou, Sócrates termina seu diálogo admirado de que um homem possa ter determinado nosso calendário, dizendo: Pensem nisso! Deus se transformando em homem, morrendo e ressuscitando; ora, é obviamente o maior fato imaginável, maior do que se pode supor, talvez. E este, acho, é o motivo pelo qual acredito nisso.” (p.196)
Eu também.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Resultado do Prêmio Escriba de Poesia 2012



Esio Antonio Pezzato teve seu poema escolhido como o melhor de Piracicaba


A cerimônia de premiação acontecerá no anfiteatro da Biblioteca Municipal no dia 20 de outubro, às 20 horas. 
Os premiados desse ano são:
 Lugar | Lavando o pão de cada dia | Manaus-AM
João Candido dos Santos Rodrigues / Florindo Jardim
 Lugar | Cecogramas | Belo Horizonte-MG
Luiz Kifier / Clave de Luz
 Lugar | Diário de um jardim de papel | Belo Horizonte-MG
Jacqueline Lopes Salgado Soares / Sans Crita
Melhor de Piracicaba | Silêncio | Piracicaba-SP
Esio Antonio Pezzato / Bar Bosa
Melhor de 15 a 17 Anos | Ser e não ser | Fortaleza-CE
Levi Mota Muniz / Eu Eu-Lirico

Convite - lançamento do livro da escritora Adélia Woellner


Agradeço, se puderem comparecer.
É bem interessante a apresentação da Kitty, pois mostra as fases de elaboração das ilustrações, que estão
excepcionais.
O resultado da venda dos livros (excluída a comissão da livraria) será revertido para o projeto de preservação do
papagaio-de-cara-roxa, desenvolvido no litoral do Paraná.
Abraços
Adélia Woellner

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

As mudanças começam em nossos municípios


           
 Lucas Medeiros Raphael*

            O Brasil, atualmente, é considerado uma das principais economias mundiais, diferente do passado quando muitas pessoas viajavam para o exterior, em busca de novas oportunidades e com o sonho de ganhar a vida. Hoje, recebemos pessoas de países vizinhos que tentam melhorar suas condições financeiras, pois oferecemos uma boa qualidade de vida e chances de trabalhar em boas empresas.
            Piracicaba, cidade do interior de São Paulo, é um município modelo, conhecida por ser uma cidade "caipira" e com um povo hospitaleiro tem atraído indústrias estrangeiras de médio e grande porte há alguns anos e as oportunidades de trabalho crescem aceleradamente, assim se desenvolvendo não apenas em termos de infraestrutura e economia, também em tecnologia e cultura.
            Os avanços nos municípios de diversas regiões do país trazem benefícios, facilitando a vida dos moradores, o que impulsiona o crescimento das cidades e do país, gerando maior número de empregos, porém pela falta de qualificação profissional e estudo de grande parte dos trabalhadores, muitos não conseguem suprir as necessidades das empresas, infelizmente.
             Para reverter essa situação, é necessário que, acompanhada a esses avanços, venha dos órgãos públicos a preocupação em criar projetos de qualificação profissional para moradores locais, na construção de novas escolas técnicas, o que propiciará a melhoria da mão-de-obra.
            Assim, será necessária a integração de boas administrações municipais com as pretensões de desenvolvimento do governo federal, para que o Brasil mantenha-se em destaque positivo no cenário mundial. Neste ano de eleições, seria bom que os eleitores observassem isso nos candidatos e ótimo se houvessem políticos comprometidos com a educação e qualificação dos jovens.

                                                                                          
                                                      * aluno do 2º ano do EM da EE Profª Catharina Casale Padovani